sábado, março 07, 2009

Protógenes usou métodos ilegais para investigar autoridades, diz revista- 07/03/2009

Reportagem publicada pela revista "Veja" deste final de semana informa que o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz usou métodos ilegais para investigar diversas autoridades. Entre os alvos de Protógenes estariam os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), o ex-ministro José Dirceu, o governador José Serra (São Paulo), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário Fábio Luiz da Silva, entre outras personalidades.
Protógenes ficou conhecido nacionalmente durante a Operação Satiagraha, que prendeu no ano passado o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, o ex-prefeito Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Todos foram soltos depois.
Apesar da projeção nacional, Protógenes foi afastado da investigação e acabou ele mesmo virando alvo de um inquérito da PF que apura eventuais excessos cometidos pelo delegado no curso da Satiagraha. Entre os problemas da investigação estaria a utilização de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na operação.
De acordo com a reportagem, a PF teria descoberto no computador pessoal e pen drive de Protógenes informações sobre investigações ilegais cometidas pelo delegado. A revista diz que os documentos encontrados na casa de Protógenes há relatórios que levantam suspeitas sobre atividades de ministros do governo, fotos comprometedoras que foram usadas para intimidar autoridades e gravações ilegais de conversas de jornalistas.
Para investigar o filho de Lula, Protógenes teria dito a integrantes de sua equipe que teria recebido uma missão presidencial. A revista diz que um dos espiões teria ouvido de Protógenes que o presidente tinha interesse na investigação porque seu filho teria sido cooptado por uma organização criminosa --referência a Daniel Dantas. A empresa de Lulinha fechou em 2004 um acordo com a Brasil Telecom, que na época era controlada por Dantas.
PF
Em nota, a PF informou que não vai comentar o conteúdo da reportagem "por se tratar de tema de investigação policial sob segredo de justiça".
"O referido inquérito encontra-se na Justiça Federal de São Paulo desde o dia 17 de fevereiro do ano corrente para prorrogação de prazo, e a Polícia Federal aguarda seu retorno para conclusão das apurações, oportunidade na qual se pronunciará oficialmente por meio de relatório final do delegado responsável", diz a PF.

Fonte: Folha online

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