sábado, março 07, 2009

Gilmar pede a governador de PE que reprima o MST


A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), não foi a única a receber um telefonema do ministro Gilmar Mendes.
O presidente do STF tocou o telefone também para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). A ligação ocorreu há dois dias.
Gilmar recomendou a Eduardo Campos que não meça esforços na mobilização do aparato policial do Estado contra as ações violentas do MST.
O governador mostrou-se receptivo. Mas ponderou que a resolução da encrenca fundiária depende menos dele e mais da União, responsável pela reforma agrária.
Deu-se no agreste pernambucano, há 15 dias, o episódio que levara o presidente do Supremo a incluir a refrega agrária e o MST no seu rol de preocupações.
O conflito começou em bate-boca e terminou em morte. Um grupo de sem-terra do MST passou nas armas quatro seguranças de uma fazenda.
Foi legítima defesa, alegou a direção do MST. Uma linha de defesa que nem Lula, normalmente brando com os sem-terra, se animou a comprar.
Num instante em que a cena do crime ainda cheirava a pólvora, Jaime Amorim, mandachuva do MST em Pernambuco, fez inconvenientes disparos verbais.
"O que matamos não foram pessoas comuns”, disse Amorim. “Eles foram contratados para matar, eram pistoleiros violentos".
A movimentação de Gilmar é atípica para um magistrado. Normalmente, juízes costumam falar nos autos. Com o atual presidente do Supremo dá-se coisa diversa.
Além de vociferar contra o repasse de verbas públicas a um movimento que ignora as leis, Gilmar pôs-se a telefonar para governadores.
Na ligação para Ana Júlia, conforme noticiado aqui, o ministro aconselhara a governadora a cumprir os mandados de reintegração de posse de terras invadidas.
Há no Pará 111 ordens judiciais pendentes de execução. Algo que açulou em Gilmar a suspeita de que a governadora possa estar fazendo corpo mole com o MST.
Ana Júlia e Eduardo Campos têm em comum, além da simpatia pelo MST, o fato de pertencerem a partidos sócios do consórcio que gravita em torno de Lula.
O mesmo Lula que, durante a semana, travara com Gilmar Mendes, por meio dos jornais, um inusitado duelo verbal.
"Há uma lei que proíbe o governo de subsidiar esse tipo de movimento”, provocara o presidente do Supremo.
“Dinheiro público para quem comete ilícito é também uma ilicitude. Aí a responsabilidade é de quem subsidia".
Lula replicou: "Quero crer que o ministro Gilmar Mendes tenha dado sua opinião como cidadão brasileiro...”
“...Quando houver um processo, ele se pronunciará como presidente do Supremo e dará o seu voto".
E Gilmar treplicou: “Falei como chefe do Judiciário, que tem responsabilidades políticas e institucionais inerentes ao cargo".
Com os telefonemas aos governadores aliados de Lula, Gilmar como que reforça os seus pendores para a vocalização extraprocessual


Fonte: Blog do Josias de Sousa (Folha online)

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