segunda-feira, março 09, 2009

EU E DIRCEU SOMOS DE ENFERMARIAS DIFERENTES

José Dirceu, uma das personagens do computador do Dr. Protógenes, escreve o seguinte em seu blog:
"O país e toda a sociedade aguardam uma palavra do governo, da Policia Federal e do Judiciário condenando firmemente, de maneira taxativa, a espionagem institucional organizada por Protógenes Queiroz".
Referindo-se ao juiz Fausto De Sanctis, escreve Dirceu:
"O mais grave é que essa atividade ilegal, atentatória aos poderes da República já que espionou ministros, parlamentares, magistrados, empresários e cidadãos, foi toda realizada com o conhecimento de um juiz [...] e de um procurador [...]. Os dois também precisam responder pelos atos praticados pelo delegado Protógenes."
E ainda:
"Temos que condenar, também, a ação de delegados, juízes e procuradores que, armados com os meios que a tecnologia hoje dispõe à espionagem, agiram dessa forma. É preciso que quem comete crime de abuso de autoridade seja punido por ele."
Comento
Viram só? Eu e Zé Dirceu, juntos, contra Protógenes? Vai ver estamos ambos no bolso de Daniel Dantas, não é mesmo?
Olhem aqui, citando expressão de uma colega jornalista, que, por sua vez, repetia fala de uma amiga sua, eu e Dirceu somos de "enfermarias diferentes", como todo mundo sabe. Sei lá por que parte da bandidagem quer espioná-lo. Sendo ele quem é, com as influência e o poder que ainda detém, poder ser tentativa de chantagem.
O pior é que o ex-ministro não é inocente nessa história. Em qual história? NA POLITIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES LIGADAS À SEGURANÇA DO ESTADO, SEJA A POLÍCIA FEDERAL, SEJA A ABIN.
Antes da balcanização desses órgãos de investigação e segurança, quem foi fazer proselitismo por lá? O PT. Qual PT? O PT de Zé Dirceu. Quando ele era o todo-poderoso do governo, a PF foi usada, sob a governança de Márcio Thomaz Bastos, para ensaiar uma arremedo de luta de classes na linha “os ricos também choram”.
A turma tomou gosto pela coisa. Em estados democráticos, agentes políticos não brincam com a polícia porque sabem que isso corresponde a abrir uma caixa de pandora. Dirceu e Thomaz Bastos abriram. E, agora, ninguém sabe como fechar.
Lembram-se de Golberty do Couto e Silva reclamando do SNI, Dirceu? “Criei um monstro”, disse ele, quando caiu vítima da rede que ele próprio havia montado. Pois é: eu e Dirceu, de enfermarias diferentes, criticamos os desmandos de Protógenes.
Mas há uma diferença essencial: eu sempre fui crítico desses arroubos da PF. Dirceu os estimulou quando estava no poder. Fora dele, caiu na rede. E agora pede a intervenção da mesma ordem contra a qual aqueles entes foram estimulados a agir.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo ( Veja online)

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