sábado, novembro 18, 2006

Morreu Ramez Tebet. Mais um daqueles políticos que nem fediam nem cheiravam. Agora vai ser diferente.

18/11/2006
Morre aos 70 anos o senador peemedebista Ramez Tebet

O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) morreu na noite desta sexta-feira, por volta das 23h30, em Campo Grande (MS). Tebet estava em sua casa, com os quatro filhos e a esposa.O senador sofria de câncer no fígado e havia sido internado no final de outubro no hospital Albert Einstein, em São Paulo, por causa de uma infecção causada por reações alérgicas após trocar a medicação utilizada na quimioterapia.
Lula Marques/Folha Imagem
O senador Ramez Tebet, morto nesta sexta-feira, aos 70 anosA situação estava sob controle e, há uma semana, ele foi liberado do hospital para continuar o tratamento em sua casa, em Campo Grande. Na ocasião, Tebet acreditava que poderia voltar a trabalhar no Senado na próxima semana.Na sexta-feira, porém, o quadro se agravou. Ele voltou a sentir problemas respiratórios. Alguns anos atrás, Tebet havia lutado e superado um tumor no pulmão. Ele também já havia sofrido com um câncer na bexiga.Durante a sexta-feira, Tebet permaneceu sem falar e respondendo apenas a alguns estímulos. Embora conseguisse respirar sozinho, ele era auxiliado por um aparelho para eliminar a secreção pulmonar. Segundo sua assessoria de imprensa, tratava-se de uma medida para dar mais conforto ao paciente.Tebet completou 70 anos no último dia 7 de novembro. Ele cumpria seu segundo mandato como senador pelo PMDB e ficaria na Casa até o fim de 2011. Ele será substituído por seu primeiro suplente, Valter Pereira de Oliveira (PMDB). O corpo do senador deverá ser enterrado hoje em sua cidade natal.O velório deve acontecer na manhã deste sábado na Assembléia Legislativa de Campo Grande. À tarde, o corpo seguirá para Três Lagoas (300 km da capital), cidade natal do senador, onde será velado e enterrado.BiografiaNascido em Três Lagoas (MS), em 1936, Tebet era advogado, formado pela Faculdade de Direito da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), em 1959. Na vida pública, Tebet também atuou no Executivo. Nos anos 70, ele foi prefeito de sua cidade natal.Atuou também como secretário de Justiça, vice-governador e governador de Mato Grosso do Sul. Já nos anos 90, foi ministro da Integração Nacional na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).Entre 20 de setembro de 2001 a 31 de janeiro de 2003, Tebet foi o presidente do Senado Federal.Tebet deixa a esposa Fairte Nassar Tebet e quatro filhos: Simone Nassar Tebet (advogada e atual prefeita de Três Lagoas), Eduarda Nassar Tebet (médica), Rodrigo Nassar Tebet (professor) e Rames Nassar Tebet (advogado).

Saiba mais sobre o senador Ramez Tebet

Em uma carreira política de 30 anos, o senador Ramez Tebet, 70, passou por somente dois partidos: a extinto Arena e o PMDB. Começou na vida pública em 1975, quando foi nomeado prefeito de Três Lagoas (300 km de Campo Grande).Após curtas passagens pelo governo de Mato Grosso do Sul, como secretário e governador interino, Tebet foi eleito para seu primeiro mandato para o Senado em 1994. Em 1995, Tebet foi designado relator do caso Sivam e em 1996, relatou a Lei Eleitoral e, em 1999, a CPI do Judiciário. Foi nesta Casa, e no cargo de presidente do Conselho de Ética, que ganhou projeção nacional.Em 2000, presidiu o Conselho quando o então senador Luiz Estevão (PMDB-DF), enfrentou um processo por quebra de decoro, após acusações de envolvimento no desvio de verbas públicas na construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. O processo resultou na cassação do parlamentar e em um mais escândalo para o Senado: a violação do painel da Casa, em 2000, durante a votação da cassação do senador do DF, e que resultou na renúncia dos parlamentares Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (PFL-DF), ameaçados de enfrentarem processos no Conselho de Ética, no ano seguinte. O ano de 2001 não terminaria sem que um terceiro parlamentar renunciasse, também ameaçado pela abertura de processo no Conselho de Ética. Foi o então presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), após repetidas notícias sobre escândalos em sua terra natal com o seu suposto envolvimento.Nesse mesmo ano, Tebet foi convidado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso para chefiar o Ministério da Integração Regional, cargo que exerceu por apenas três meses (entre junho e setembro).Ainda em 2001, foi eleito presidente do Senado, cargo que exerceu até 2003, num pleito que foi considerada uma vitória do então presidente FHC, por ter marcado posição contra o PFL.Ele também acumulou passagens pelo Executivo no governo Sarney, quando foi titular da hoje extinta Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste) entre julho de 1987 a março de 1990.O senador é formado em Direito, pela Universidade de Direito do Rio de Janeiro, e deixa viúva e quatro filhos. Além dos cargos políticos, também foi promotor público e professor universitário.

Lula diz que Ramez Tebet era "político com 'P' maiúsculo"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o senador Ramez Tebet (PMDB-MS), que morreu na noite de ontem, foi "um político do 'P' maiúsculo"."Um homem que contribuiu com o país, um homem que pensava o futuro da nossa Nação, um democrata e um homem que deixa um legado de contribuição a esse país", disse.Durante entrevista no velório de Tebet, em Três Lagoas (MS), Lula relembrou que o senador era presidente do Senado quando ele tomou posse em 1º de janeiro de 2003 e afirmou que no segundo dia de mandato Tebet o procurou para se colocar a sua disposição."Eu acho que toda a vez que morre um político importante, daqueles que contribuíram com o Brasil, o Brasil fica um pouco órfão", disse Lula. O presidente relembrou um projeto de Tebet para a construção de uma fábrica de papel e celulose em Três Lagos e afirmou que em dezembro poderá voltar à cidade para o lançamento da pedra fundamental da planta em companhia da prefeita, a filha de Tebet, Simone Nassar Tebet.O presidente também afirmou que planejava visitar o senador na segunda-feira em companhia de dois de seus colegas de partido, o senador José Sarney (PMDB-AP) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Fonte: folha on line

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