Antes, Lula achava que era Deus; agora, tem certeza
Lonardo Boff disse certa vez que tem o desejo de “ver Deus”. E, citando Freud, arrematou: “Se eu morrer e chegar à presença de Deus, terei muito mais coisas a perguntar para Ele do que Ele para mim.”
Embora ainda não tenha se dado conta, o companheiro Boff já viu Deus. Na verdade, priva da intimidade do Senhor. Lula II está se sentindo o próprio Todo-Poderoso. Foi o que deu a entender em sua mais nova seqüência de trololós.
A palavra da moda é “destravar”. Sua Excelência o Magnânimo vem repetindo o vocábulo a mais não poder. "Neste primeiro mandato, eu já estou há dez dias fazendo reuniões setoriais para destravar esse país”, disse nesta sexta. “Quero começar o segundo mandato agindo de forma muito mais forte e ousada. Eu quero anunciar esse processo de desobstrução do Estado brasileiro ainda neste primeiro mandato."
O caminho de um governante, disse Lula, é pontilhado de provações: "Quando a gente é oposição, está tudo na ponta da língua. Mas quando a gente é governo, tem que fazer as coisas. E ao tentar fazer as coisas, encontra uma série de obstáculos."
Que obstáculos são esses? O presidente esclareceu: "As leis, as questões ambientais, a burocracia, a oposição, o Congresso, o Ministério Público e o TCU." Ora, ora, ora. Nunca na história desse país um governante foi assim, digamos, tão explícito. Chama de obstáculos o que, em verdade, é salvaguarda da coletividade contra eventuais abusos de seus governantes.
Desejaria o presidente governar acima das leis, devastando florestas à revelia, livre de incômodos opositores, sem a intermediação congressual e imune a fiscalizações? Por sorte, a democracia brasileira já ultrapassou a fase do pé-de-cabra destravador.
Lula voltou a prometer um Éden que combina crescimento econômico com desenvolvimento social. Disse que "o Brasil já fez todos os sacrifícios que tinha que fazer”. Precisa colher agora “um pouco de benefício.” Avalia que "o povo brasileiro já pagou todos os pecados que cometeu." Será?
Roga-se a Leonardo Boff que, no próximo encontro que tiver com Deus, antes de perguntar qualquer coisa, faça uma recomendação a Ele: que tome uma xícara de chá de camomila antes de cada pronunciamento público.
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