quinta-feira, abril 20, 2006

O que não se explica, tá explicado


Duplo papel

- Além do meu direito, era meu dever indicar um advogado para defender o ministro Palocci a pedido dele. Afinal, ele era um colega de governo - insiste em repetir o ministro Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, que depõe na Comissão de Constituição e Justiça sobre a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

Esse, até agora, é o ponto mais delicado da defesa que Thomaz Bastos faz do seu próprio comportamento no episódio.

O advogado indicado por ele, Arnaldo Malheiros, é advogado também de Delúbio Soares e de Sílvio "Land Rover" Pereira - certamente também por indicação de Thomaz Bastos.

Ele ainda não respondeu ao que perguntou antes o deputado Rodrigo Maia, líder do PFL:

- Por que a Polícia Federal começou a investigar o caseiro por suposta lavagem de dinheiro antes de começar a investigar a violação do sigilo bancário dele?

- Por que ele, Thomaz Bastos, disse alguns dias depois da quebra do sigilo que não havia razão para que a Polícia Federal investigasse o então ministro Palocci, vítima do que chamou de "ataque especulativo"?

A impressão que o ministro dá até agora é que desempenhou um duplo papel durante o episódio: ao mesmo tempo em que reconheceu a gravidade do crime da quebra do sigilo bancário e alertou para isso o presidente da República, tentou de alguma maneira ajudar Palocci a se salvar - seja indicando um advogado para defendê-lo, seja dando declarações que o favoreceram em um primeiro momento.

Fonte:www.noblat1.estadao.com.br

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