sábado, junho 24, 2006

Mais causos dos amigos do Picareta

Isto é:
Delúbio sempre.
ISTOÉ: Novo esquema de remessas de dinheiro controlado pelo PT é denunciado na Polícia Federal Acabam de chegar ao Ministério Público Federal três páginas de um depoimento bombástico. A peça revela uma faceta ainda desconhecida do esquema de caixa 2 montado dentro do PT pelo ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. Wendell Resende de Olivera, ex-motorista da deputada federal Neide Aparecida (PT-GO), declarou oficialmente à Polícia Federal que Delúbio, ao longo de mais de um ano, repassou dinheiro vivo à deputada, usando contas de assessores para não chamar atenção. Outra técnica de despiste era a de fazer remessas picadas, em quantias relativamente pequenas, para não chamar atenção das autoridades financeiras. ISTOÉ obteve com exclusividade uma cópia do depoimento.
Wendell contou à polícia que os depósitos feitos a mando de Delúbio seguiam rigorosamente uma lista preparada pelo gabinete da deputada Neide e encaminhada ao diretório nacional do partido, em São Paulo. Tudo feito a pedido de Delúbio. Da lista constavam os nomes dos assessores e suas respectivas contas correntes. O motorista assegurou aos agentes federais que o esquema funcionou, firme e forte, de 2003 até o início do ano passado. Wendell chegou a relacionar nome e sobrenome de cinco auxiliares de Neide Aparecida que recebiam dinheiro: Daniele Batista Alencar, Vinícius de Sá, Adriana Zupelli, Lílian Giovanucci e Débora da Silva Quixabeira. Mas é num sexto nome que está o foco do atual estágio das investigações sobre o caixa 2 do PT. É o do motorista que servia ao próprio Delúbio Soares em Goiás, Luiz Cláudio Martins. Informalmente, os investigadores já foram alertados de que pelas contas bancárias dele passavam rios de dinheiro: além de dirigir para Delúbio, Martins teria servido de laranja para as movimentações financeiras do chefe. Assim que estourou o escândalo do mensalão, há um ano, ele sumiu do mapa. Deixou Goiânia e foi morar com parentes no interior de Goiás. Agora, reapareceu. Está trabalhando justamente no escritório político de Neide Aparecida. Procurada por ISTOÉ, a deputada Neide Aparecida não quis falar – e proibiu seus assessores de prestarem quaisquer declarações. Ela passou a tarefa a seu advogado, Sebastião Leite. “Cadê os dólares, cadê o dinheiro? Sem prova não tem crime”, disse Leite à reportagem. Essa não é a primeira vez que Wendell, hoje funcionário de um call center, aparece no noticiário. No ano passado, no auge da crise, ele revelou ter viajado de Goiânia a São Paulo para buscar, no diretório nacional petista, um pacote com US$ 200 mil. Era uma encomenda de Delúbio Soares para a deputada Neide Aparecida. Logo após contar a história à imprensa, Wendell desapareceu. A Polícia Federal tentou intimá-lo para formalizar o depoimento. Sem sucesso. A amigos, Wendell confidenciou que estava sendo ameaçado de morte. Agora ele reapareceu. No dia 26 de abril, esteve na Superintendência da PF e deu detalhes da história dos dólares. A viagem foi no dia 27 de setembro de 2004, às vésperas das eleições municipais. De Goiânia a São Paulo, ele foi de avião. Rumou direto para o escritório do PT, onde foi recebido por uma das secretárias de Delúbio, de nome Edilene, que lhe entregou dois envelopes recheados de verdinhas. O dinheiro foi conferido ali mesmo. Eram US$ 200 mil. Seguindo determinação da própria deputada, o motorista voltou para Goiânia de ônibus. Era para não correr o risco de ser flagrado pelos aparelhos de raio X do aeroporto, disse. Os dólares foram trocados por reais numa casa de câmbio do centro de Goiânia. Depois, parte do dinheiro foi repassada a terceiros. Dentre eles Carlos Soares, irmão de Delúbio que era candidato a vereador pelo PT.Para surpresa dos policiais, além de confirmar a história dos dólares, de quebra o motorista ainda revelou o esquema de Delúbio para repassar dinheiro através de contas de assessores da deputada. Agora, os investigadores querem saber se o mesmo procedimento foi usado para turbinar o caixa de outros deputados petistas. Pelo histórico, o fim dessa história ainda está longe.
Por Rodrigo Rangel.

Fonte: www.minutopolitico.blogspot.com

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