domingo, maio 28, 2006
Retorsão. O caso do Advogado Preso na CPI
Dê-se o respeito!
Por: Tânia Fusco
Tempos de limites pra lá de esgarçados. Vida real no melhor estilo dos Cassetas. Piada pronta day by day. Espanto atrás de espanto. Mas nossas excelências parlamentares podiam ter-se poupado de engolir cara adentro o desaforo do abusado doutor Wesley da Cunha?
“A gente aprende rápido, aqui”. O atrevimento custou prisão e algemas ao doutor, defensor da Cia Marcola. Dia seguinte, deu-lhe também o prazer de descobrir que contava com a solidariedade majoritária do povo brasileiro, que concordou com a sua ousadia e, mais uma vez, condenou a postura do nosso Legislativo.
Eles, parece, não acreditam que o povo condena sim as absolvições dos mensaleiros, os panos quentes nos sanguessugas e outras manifestações de corporativismo explícito. Condena principalmente os tratamentos diferenciados nos interrogatórios. Deselegância e agressões com os mais fracos. Delicadezas e submissões com os mais poderosos.
Essa diferença é exposta ao vivo na cobertura das televisões. Alguém diria ao Zé Dirceu, ao Bob Jefferson ou ao Daniel Dantas: “Você aprendeu bem com a malandragem...”
Não deveria ser dito a ninguém. Particularmente em procedimentos legais, no Legislativo. Não importa o tamanho da bandalha investigada, nem em que banda da História o depoente está. (Até porque é cada dia menor a fronteira entre mocinhos e bandidos pátria amada afora.) A condição de parlamentar, representante eleito do povo, exige o que, no popular, é definido como “dê-se o respeito”.
Isso vale para tudo. Do comportamento privado ao público. Não é o que temos assistido. E, no Legislativo, todos pagam o alto preço da rejeição nacional ao comportamento descomportado de um grupo – grande, é verdade, mas não de hegemônico. Até quando?
*Tânia Fusco é jornalista
Fonte:blogdonoblat
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