domingo, maio 28, 2006

Causos da Política

Ministra unânime
Após sabatina no Senado, Cármem Lúcia Antunes Rocha, indicada para o Supremo Tribunal Federal, obteve aprovação por 23x0. Impressionado, o presidente Lula ligou ao ministro Sepúlveda Pertence, que brincou: “Mais eficaz que Tarso Genro, presidente; consegue unanimidade no Senado!”.- É mesmo!... – pilheriou Lula – Vou é trazer ela para a Coordenação Política e mando o Tarso para o Supremo...

A volta de Malvadeza
O veneno escorreu do papo entre ACM e os tucanos Tasso Jereissati (CE) e Álvaro Dias (PR), ontem. Após tripudiar sobre Claudio Lembo, chamando o governador paulista de “debilóide”, ACM mirou em Marco Maciel (PFL-PE), que ajudou a derrotar Agripino Maia (RN), seu candidato a vice de Geraldo Alckmin: “Fica posando de santo. É ele que faz tudo isso, depois fica assim, juntando as mãos, como se estivesse rezando...”

Truque esperto
Após governar o Ceará nos anos 50, Raul Barbosa virou diretor do BID, em Washington. Nas suas intervenções, ele só falava com um charuto entre os dentes, levando os tradutores à loucura. Certo dia, um deles pediu para que falasse sem o charuto: “Não estamos entendendo nada”. Ele abriu o jogo:- Meu caro, deixe como está. Eu não falo muito bem inglês, francês e espanhol e por isto uso o charuto. É a minha proteção.

Sem salvação
Do tipo rei da cocada preta, o ex-deputado tucano José Aníbal foi a um comício em Colômbia (SP), na campanha de 1994. Ao lado do prefeito, cujo nome nem se lembrava, atacou os “salvadores da pátria”: “O Brasil não precisa de um salvador! São Paulo também não! Colômbia não precisa de salvador!” Ele estranhou a frieza do público, mas tarde demais percebeu o motivo: o nome do prefeito, popularíssimo, era José Salvador.

Incompetência
O senador Sibá Machado (PT-AC) bajulava outra vez o governador do seu Estado e destacava as realizações do governo Lula quando concedeu aparte ao colega Heráclito Fortes (PFL-PI), que lembrou a “grande ajuda” do governo FHC ao atual governador do Acre. E deu um nó na cabeça de Sibá, ao se referir ao governador como “incompetente” e Lula como “salvador da Pátria”. Sibá caiu na armadilha: "É exatamente o contrário".

O buraco e o avião
Marco Maciel nunca teve medo de voar. Certa vez, governador de Pernambuco, ele travou com o escritor Ariano Suassuna – que tem pavor de avião – uma discussão sobre o meio de transporte mais seguro. Ponderou:- Olha, Suassuna, muito mais perigosa é a viagem de carro. Porque, de carro, você pode cair em um buraco.– Mas, na viagem de avião – respondeu Suassuna – o buraco embaixo é muito maior!

Jânio em bilhete
Meses depois de renunciar ao cargo, o ex-presidente Jânio Quadros foi convidado para a posse de Murillo Antunes Filho na presidência da Associação dos Cronistas Parlamentares de São Paulo. Ele não pôde ir, mas enviou ao amigo um dos seus famosos bilhetes:- Meu caro Murillo, formulo votos para que a sua presidência seja mais duradoura e tranqüila do que a minha. Não é desejar pouco, neste País...

Medo de avião
O saudoso deputado Maurício Fruet, um gozador, voava de Curitiba a Foz do Iguaçu com “Pato Branco”, delegado com pavor de avião. Tempo ruim, o avião sacolejava, ele resolveu pregar uma peça no policial. Fruet sabia que aquilo fazia parte do vôo, mas pediu a comissária para o piloto sobrevoar as cataratas: “Meu amigo aqui quer dar uma olhada bem de perto...” O “pedido” foi atendido. O policial quase desmaia de tanto medo e Fruet de tanto rir.

Homem de sorte
Os pernambucanos não ficarão surpresos com a eventual eleição do senador José Jorge como vice-presidente. Sujeito de sorte, virou secretário da Educação de Moura Cavalcanti porque o governador o achou com “cara de professor”, e se preparava para disputar mandato de deputado federal quando o senador Marco Maciel decidiu fazê-lo senador. E, com a sorte de sempre, acabou ministro de Minas e Energia de FHC. Só falta ser vice.

Defeito fatal
Carvalho Pinto levou um correligionário a uma audiência com o governador paulista Jânio Quadros. O homem queria um cargo ou uma promoção: “Eu trabalho há 26 anos na Secretaria da Fazenda e na minha ficha tem mais de 40 cartas com elogios ao meu desempenho”. Depois, perguntou: “O que o senhor acha?” Jânio coçou o queixo e decretou:- Acho que da próxima vez o senhor deveria tomar cuidado para não ser tão perfeito...

Consolo de raposa
A mais célebre raposa política mineira, José Maria Alkmin, foi ministro de Juscelino Kubitscheck e até vice-presidente durante a ditadura, mas, no exercício da advocacia, freqüentemente amargava derrotas nos tribunais. Aos clientes que recebiam penas maiores que as previstas, ele dizia:- Seja um otimista e debite desses anos o tempo que você passará dormindo e tomando banho...

O louco e o ladrão
Ademar de Barros e Jânio Quadros disputavam a mesma eleição, em São Paulo. Certa vez, Ademar fez comício em Moji-Guaçu na véspera do de Jânio e disse que construiu o manicômio Pinel, mas “um desses loucos” escapara e estaria ali no dia seguinte pedindo votos. Jânio deu o troco:- Construí várias penitenciárias, mas não foi possível trancafiar todos os ladrões. Um escapou e fez um comício aqui mesmo nesta praça, ontem.

Fonte: www.claudiohumberto.com.br

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