JEANY classifica assim o andamento do seu negócio nos diferentes governos: "O de Collor foi o melhor. O de FHC foi 'marrom' ('marromenos'). O de Lula estava bom demais para ser verdade"
A dama e os vagabundos
Jeany Mary Corner, fornecedora de"recepcionistas" para festas de arrombaem Brasília, talvez seja a única personagemhonesta da novela do mensalão
No início do mês, o senador Demostenes Torres (PFL-GO) perguntou na CPI dos Correios, para estarrecimento e terror de alguns de seus pares, se Simone Vasconcelos, a diretora financeira da agência SMPB, de Marcos Valério, conhecia "a cafetina Jeany Mary Corner". Desde então, um número ainda não calculado de parlamentares – cujos nomes, sobrenomes e telefones constam da agenda-bomba da auto-intitulada "empresária de eventos" de Brasília – demonstra preocupação. Jeany também anda intranqüila. Organizadora das festas mais explosivas da República, supostamente financiadas pelo valerioduto, ela diz que vem recebendo ameaças por telefone e reclama que os negócios estão parados e que os amigos poderosos, "esses covardes", sumiram. E eles eram muitos. A longa militância de Jeany no ramo do entretenimento masculino começou no governo Collor e vinha caminhando de vento em popa no governo Lula até o senador Demostenes acabar com a festa.
Jeany Gomes da Silva nasceu no Crato, interior do Ceará. Passou a adolescência em Lavras da Mangabeira, terra natal do ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira, com quem chegou a dividir carteira na época do colégio. Um incidente obrigou-a a deixar o Ceará: Jeany foi flagrada por uma tia no quarto com um rapaz, "merendando antes da hora", como ela diz, e seus pais, católicos fervorosos, a expulsaram da cidade no mesmo dia. Ela, então, se mudou para o Rio. Lá, foi faxineira e rodomoça, mas por pouco tempo – queria mesmo era conhecer São Paulo. A partir daí, ela conta a amigos a seguinte versão acerca da sua trajetória: ao chegar à capital paulista, foi apresentada por uma amiga ao circuito das feiras do Anhembi, o principal centro de convenções da cidade. Trabalhando como recepcionista, percebeu que os agenciadores que a contratavam cobravam caro pelo serviço e lhe repassavam pouco. Passou a recrutar ela mesma as moças. Assim teve início a sua "empresa de eventos". As meninas de Jeany, "as mais lindas do mercado", como ela faz questão de ressaltar, começaram a atender empresários e políticos de Brasília. Sua entrada definitiva no circuito do poder se deu em 1990 – e em grande estilo. Diversas de suas moças foram contratadas para a festa de posse de Fernando Collor, de quem Jeany se diz amiga. De Pedro Collor, o irmão do ex-presidente, morto em 1994, afirma não ter boas lembranças. "Depois do que aquele filho de rapariga fez com o Fernando, rompi relações com ele", conta a amigos.
Reprodução
BRASÍLIA É UMA FESTA"Recepcionista" oferece seus serviços em site de Brasília: políticos são clientela preferencial
Com a instalação da República de Alagoas, Jeany fez de Brasília sua base. Teve clientes em todos os governos. O de Collor, para ela, "foi o melhor de todos. Pena que tenha durado tão pouco", costuma dizer. O de Fernando Henrique foi "marrom" (abreviação de "marromenos"). Já o de Lula, afirma, "estava bom demais para ser verdade". Ela conta que as festas promovidas por empresários ligados ao PT eram animadas e que os pagamentos vinham sempre em cash (150 reais por menina, podendo chegar a 5.000 reais no caso de funcionárias "especialíssimas"). Uma dessas festas, ocorrida em fevereiro, serviu para promover a candidatura do deputado Virgílio Guimarães, do PT mineiro, à presidência da Câmara. Cinco de suas mais belas moças circularam pelo salão do Hotel Nacional em Brasília usando camisetas "baby look" com o nome do deputado estampado no peito. Algumas das meninas de Jeany se afeiçoaram a figuras do PT a ponto de uma delas, chamada Carla, ter-se tornado grande amiga do advogado Rogério Buratti, ex-assessor do ministro Antonio Palocci, preso na última quarta-feira (veja reportagem na pág. 60). Se Jeany até agora tem mantido a discrição, o mesmo não se pode dizer de algumas de suas meninas. Desde a semana passada, circulam pelo Congresso notícias sobre a existência de uma fotografia tirada pelo telefone celular de uma delas. A foto mostraria um deputado petista, famoso pelos modos francos e pela baixa estatura (moral, inclusive), posando ao lado de duas garotas como veio ao mundo – e com um charuto na boca. Pois é, quem disse que as mulheres de Jeany levam uma vida fácil?
Apesar de se sentir abandonada por deputados e empresários que sempre usufruíram de seus serviços, Jeany diz que não pretende revelar a identidade deles. Nessa novela do mensalão ela parece ser uma das únicas pessoas que agem com honestidade. Nas atuais circunstâncias, uma dama entre muitos vagabundos.
Jeany Gomes da Silva nasceu no Crato, interior do Ceará. Passou a adolescência em Lavras da Mangabeira, terra natal do ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira, com quem chegou a dividir carteira na época do colégio. Um incidente obrigou-a a deixar o Ceará: Jeany foi flagrada por uma tia no quarto com um rapaz, "merendando antes da hora", como ela diz, e seus pais, católicos fervorosos, a expulsaram da cidade no mesmo dia. Ela, então, se mudou para o Rio. Lá, foi faxineira e rodomoça, mas por pouco tempo – queria mesmo era conhecer São Paulo. A partir daí, ela conta a amigos a seguinte versão acerca da sua trajetória: ao chegar à capital paulista, foi apresentada por uma amiga ao circuito das feiras do Anhembi, o principal centro de convenções da cidade. Trabalhando como recepcionista, percebeu que os agenciadores que a contratavam cobravam caro pelo serviço e lhe repassavam pouco. Passou a recrutar ela mesma as moças. Assim teve início a sua "empresa de eventos". As meninas de Jeany, "as mais lindas do mercado", como ela faz questão de ressaltar, começaram a atender empresários e políticos de Brasília. Sua entrada definitiva no circuito do poder se deu em 1990 – e em grande estilo. Diversas de suas moças foram contratadas para a festa de posse de Fernando Collor, de quem Jeany se diz amiga. De Pedro Collor, o irmão do ex-presidente, morto em 1994, afirma não ter boas lembranças. "Depois do que aquele filho de rapariga fez com o Fernando, rompi relações com ele", conta a amigos.
Reprodução
BRASÍLIA É UMA FESTA"Recepcionista" oferece seus serviços em site de Brasília: políticos são clientela preferencial
Com a instalação da República de Alagoas, Jeany fez de Brasília sua base. Teve clientes em todos os governos. O de Collor, para ela, "foi o melhor de todos. Pena que tenha durado tão pouco", costuma dizer. O de Fernando Henrique foi "marrom" (abreviação de "marromenos"). Já o de Lula, afirma, "estava bom demais para ser verdade". Ela conta que as festas promovidas por empresários ligados ao PT eram animadas e que os pagamentos vinham sempre em cash (150 reais por menina, podendo chegar a 5.000 reais no caso de funcionárias "especialíssimas"). Uma dessas festas, ocorrida em fevereiro, serviu para promover a candidatura do deputado Virgílio Guimarães, do PT mineiro, à presidência da Câmara. Cinco de suas mais belas moças circularam pelo salão do Hotel Nacional em Brasília usando camisetas "baby look" com o nome do deputado estampado no peito. Algumas das meninas de Jeany se afeiçoaram a figuras do PT a ponto de uma delas, chamada Carla, ter-se tornado grande amiga do advogado Rogério Buratti, ex-assessor do ministro Antonio Palocci, preso na última quarta-feira (veja reportagem na pág. 60). Se Jeany até agora tem mantido a discrição, o mesmo não se pode dizer de algumas de suas meninas. Desde a semana passada, circulam pelo Congresso notícias sobre a existência de uma fotografia tirada pelo telefone celular de uma delas. A foto mostraria um deputado petista, famoso pelos modos francos e pela baixa estatura (moral, inclusive), posando ao lado de duas garotas como veio ao mundo – e com um charuto na boca. Pois é, quem disse que as mulheres de Jeany levam uma vida fácil?
Apesar de se sentir abandonada por deputados e empresários que sempre usufruíram de seus serviços, Jeany diz que não pretende revelar a identidade deles. Nessa novela do mensalão ela parece ser uma das únicas pessoas que agem com honestidade. Nas atuais circunstâncias, uma dama entre muitos vagabundos.
Fonte: Veja online 24/08/2005
Comentário do Blog:
Na época muito se falou de uma fotografia onde aparecia um político do governo, baixinho e barrigudo nú entre duas garotas, igualmente nuas, rindo como pinto no lixo. O que mais chamou atenção na foto foi o tamanho microscópico do bilau, daqueles de envergonhar menino no maternal.
Especulou-se á vontade na época que tratava-se do professor Luizinho, deputado petista e mensaleiro, tanto assim é que quando o ilustre parlamentar adentrava em algum lugar um turba de jornalistas vinham a lhe indagar sobre a foto. Num determinado dia o parlamentar revoltado esbravejou com os militantes da imprensa que estes sabiam que não era ele na foto, e que deviam lhe respeitar pois era casado e tinha filhos e não aguatava mais aquele assunto.
Pergunta-se, passados 04 anos alguém descobriu quem é o baixinho, gordo e barrigudo, dono de bilau microscópico ?
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