Grupos de esquerda, liderados por petistas, querem fazer um ato público em apoio a Maria Victoria Benevides, aquela militante do PT, também professora da USP, que teve um chilique ao ler a palavra “ditabranda”, num editorial da Folha, para designar o regime militar brasileiro. Vocês conhecem a história.
Também quero me solidarizar com Maria Victoria. Não é culpa dela se inexiste uma espécie de Haldol moral ou histórico para conter surtos de ideologia psicótica. Eu explico.
Em janeiro de 2005, descobriu-se que um dos filhos de Lula usou o Boeing presidencial para levar seus amiguinhos para o Palácio do Planalto. Acima, a gente os vê se esbaldando na piscina com o nosso dinheiro. Maria Victoria era presidente da tal Comissão de Ética Pública. Ouvida a respeito, ela saiu-se com uma resposta muito interessante: a família presidencial, disse ela, não é regida pelo código de ética pública, que só atingiria as pessoas com cargos públicos etc e tal. Entendo. Mas tinha sido certamente uma autoridade a dar o sinal verde para o uso do Boeing presidencial. Ela se calou.
Seis meses depois, em junho de 2005, estourou o caso do mensalão. E Maria Victoria lá, firmona, na tal Começão de Ética (essa mulher desperta em mim os trocadilhos mais primitivos!!!). Foi entrevistada, aliás, pela própria Folha, onde sempre falou e escreveu o que lhe deu na telha. O que ela achava do caso?
Mais uma vez, a falta de uma butirofenona para psicose histórica se revelou. Segundo ela, o mensalão decorria do fato de que o PT fizera um acordo com as elites para governar. Entenderam a tese? Os petistas, sozinhos, não fariam aquelas lambanças. Ah, não. E ela teve uma idéia genial para evitar que aquelas coisas horríveis voltassem a acontecer: mudar o modelo econômico. Era ele o verdadeiro responsável pelas ações de Delúbio Soares...
Em outubro de 2008, Maria Victória concedeu outra entrevista à Folha, aí para defender a tese de que Gilberto Kassab não havia vencido a eleição, não, em São Paulo. Marta é que tinha sido derrotada pela dona Zelite. À época, fiz um vermelho-e-azul com Maria Derrota Malevides. Já disse: ela desperta em mim os trocadilhos mais primitivos – bem piores do que “ditabranda”, que, convenham, é apenas a rota de fuga do óbvio e até um tanto pornográfico “ditamole’.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo (Veja online)
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