sábado, fevereiro 28, 2009

O BRASIL DELES 1

OS SILVAS SEM SEPULTURA DO MST

- João Arnaldo da Silva, 40 anos. Um tiro na perna e um na cabeça.
- Rafael Erasmo da Silva, 20 anos. Um tiro na cabeça.
- Wagner Luís da Silva, 25 anos. Um tiro na perna e dois na cabeça.
- José Wedson da Silva, 20 anos. Um tiro na perna e dois no rosto.

Vocês lêem acima os nomes de quatro pessoas executadas pelo MST no dia 21 de fevereiro. Faziam a segurança de uma fazenda em São Joaquim do Monte, no agreste Pernambucano, reintegrada a seus legítimos donos por ordem judicial e de novo sob ameaça de invasão. Dois líderes do movimento foram presos. Outros dois ainda estão foragidos. Chocante é que Jaime Amorim, um dos chefões do MST, esteja solto. Referindo-se aos assassinatos, afirmou: “O que matamos não foram pessoas comuns. Eles foram contratados para matar, eram pessoas violentas”. Informa a VEJA desta semana que apenas um dos Silvas era segurança profissional – João Arnaldo. Rafael e Wagner eram mototaxistas, e José Wedson, agricultor.
A afirmação de Amorim diz quem ele é na forma e no conteúdo. Leiam lá: “O que matamos não era...” Este “o”, nem todos se dão conta, é um pronome demonstrativo, está no lugar de “aquilo”. Outro modo de expressar a moral de Amorim é este: “Aquilo que matamos...” Para o MST, gente que não serve à sua causa pode ser considerada “coisa”, um “aquilo”. O conteúdo não deixa dúvida: o movimento se comporta como tribunal, juiz e executor da pena. É a democracia deles.
E como é que Paulo Vannuchi, o secretário nacional de Direitos Humanos reagiu a essas mortes? Antes que reproduza a sua opinião, lembremo-nos que é o homem empenhado em rever a Lei da Anistia. Por senso de Justiça? Não! Tenho dito aqui que é por revanchismo mesmo. Estaria eu sendo muito severo? Segundo este senhor, o MST não pode ser criminalizado em razão das mortes. E ele tem a receita para tratar os valentes: “O movimento social tem que ser equacionado sempre com diálogo".
Vannuchi não me surpreende. A fala é digna de quem já serviu a uma organização, a Ação Libertadora Nacional, que tinha uma manual de terrorismo. Isso significa que o agora ministro, quando militante, endossava e seguia estas palavras:
“No Brasil, o número de ações violentas realizadas pelos guerrilheiros urbanos, incluindo mortes, explosões, capturas de armas, munições, e explosivos, assaltos a bancos e prisões, etc., é o suficientemente significativo como para não deixar dúvida em relação as verdadeiras intenções dos revolucionários.(...)
Esta é a razão pela qual o guerrilheiro urbano utiliza a luta e pela qual continua concentrando sua atividade no extermínio físico dos agentes da repressão, e a dedicar 24 horas do dia à expropriação dos exploradores da população.”
Como se pode ver com clareza meridiana, a cartilha moral que serviu a Vannuchi também serve a Amorim.
Protestos de ONGs, dos padres vermelhos, da OAB, CNBB e afins? Nada! Os Silvas serão enterrados, e não se ouvirá um pio. Na própria imprensa, daqui a pouco, já ninguém se lembra deles. No dia 15 de fevereiro de 2005 — LEIA ABAIXO O POST:xxx —, escrevi um longo artigo sobre um contraste e uma impostura: a morte de Dorothy Stang causou uma comoção na imprensa brasileira e mundial; quase ao mesmo tempo, membros do MST mataram um policial. Também era um "Silva". Também em Pernambuco. Fez-se, então, um silêncio de morte. Quatro anos depois, o que mudou? Bem, agora, ao menos, Jaime Amorim admite a existência de seus tribunais de exceção e execucação.
Para esses assassinos, Vannuchi recomenda diálogo.

Charges


Diogo Mainardi


O Marcola do país da macarronada
O Brasil negou o pedido de extradição de Cesare Battisti durante minhas férias. Férias na Itália. Acompanhei o episódio de longe, pela imprensa italiana. "La Repubblica" publicou o seguinte comentário:
"No país do samba, há uma espécie de cumplicidade ideal com todos os Battisti do mundo, com os terroristas, com os justiceiros. Lula deve ter pensado que a Itália é uma republiqueta como a sua. (Ele) acredita que o mundo inteiro é formado por paisecos no limite entre o populismo e a ditadura militar".
Ponto.
Nos últimos anos, "La Repubblica" foi um dos jornais estrangeiros que mais tolamente se encantaram com o presidente brasileiro. Agora mudou. A abestalhada claque italiana de Lula passou a enxergá-lo como um retrato do caudilho bananeiro.
Um documento que recebi na semana passada pode ajudar a explicar essa baba raivosa na boca dos italianos. Trata-se da ficha do Ros - o Grupo de Operações Especiais da polícia militar italiana - sobre os terroristas do PAC - os Proletários Armados pelo Comunismo -, do qual fazia parte Cesare Battisti.
Primeiro trecho:
"Os Proletários Armados pelo Comunismo formaram-se nos últimos meses de 1977, no âmbito da luta contra a nova realidade do regime carcerário de segurança máxima, que acabara de ser instituído".
E eu acrescento: os atentados terroristas do PCC, em maio 2006, ocorreram pelo mesmo motivo - a transferência de alguns membros do bando para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. O PAC é o PCC do país da Tarantella (sim, estou parodiando o editorialista do "La Repubblica"). Tarso Genro alegou que Cesare Battisti foi perseguido por suas ideias políticas. A única ideia que ele tinha era essa: aliviar o cárcere duro, exatamente como o Comando Vermelho em Bangu 3.
Segundo trecho da ficha policial:
"Em 6 de junho de 1978, o PAC assassinou, na frente da cadeia de Udine, o coronel Antonio Santoro, comandante dos agentes penitenciários. No documento de reivindicação, lê-se: O Estado usa a cadeia como uma ameaça contra qualquer tipo de divergência, de obtenção de renda por outros meios, de conflito de classe. E para readquirir o controle dos presídios, isola a faixa mais combativa [dos prisioneiros proletários], o que acarreta seu aniquilamento. Precisamos deter esse projeto, reforçando nossa prática comunista, concretizando-a em armamentos e em contrapoder".
Compare-o agora a um manifesto do PCC: A introdução do Regime Disciplinar Diferenciado inverte a lógica da execução penal. E coerente com a perspectiva de eliminação e inabilitação dos setores sociais redundantes, leia-se 'a clientela do sistema penal', a nova punição disciplinar inaugura novos métodos de custódia e controle da massa carcerária, conferindo à pena de prisão o nítido caráter de castigo cruel.
O assassinato do coronel Antonio Santoro por parte do grupo comandado por Cesare Battisti, na realidade, teve um motivo bem mais banal do que se poderia concluir lendo o altissonante manifesto do PAC. Segundo a ficha da polícia, o chefe dos agentes penitenciários foi morto somente por causa da demora em oferecer atendimento médico a outro militante do grupo, que se machucou jogando futebol na cadeia. Aparentemente, o que os terroristas queriam obter era um Mário Américo para cada prisioneiro.
Em 1979, o PAC seguiu essa mesma lógica de apoio sangrento à bandidagem comum nos assassinatos de um joalheiro e de um açogueiro. De acordo com o documento preparado pelos Carabinieri, o bando de Cesare Battisti executou os comerciantes porque eles "fizeram justiça com as próprias mãos, matando dois assaltantes".
Cesare Battisti é isso, é só isso: o Marcola do país da macarronada.


Fonte: Blogo do Diogo Mainardi (Veja online) 28/01/2009

Formas

Diogo Mainardi


Sim, pode

- Posso ser o que eu quiser?
- Sim, pode.
- Posso ter o que eu quiser?
- Sim, pode.
- Posso ganhar um carro com frigobar, uma TV a cores, uma carteirinha da Playboy e cem ações da AT&T?
- Sim, pode.
Acabo de citar um trecho de "Golden Boy", musical da Broadway de 1964, com Sammy Davis Jr. Lá atrás, em 11 de junho do ano passado, num artigo publicado no site da BBC, Ivan Lessa contou como aquele "Sim, pode" - no original, "Yes you can" -, interpretado por Sammy Davis Jr, se transformou no "Sim, pode" - "Yes you can" -, o mote publicitário de Barack Obama. Ivan Lessa contou também que Barack Obama nunca pagou direitos autorais aos herdeiros de Sammy Davis Jr, da mesma maneira que os ministros nomeados por ele nunca pagaram Imposto de Renda ou encargos trabalhistas de seus empregados domésticos.
Em 11 de junho de 2008, Ivan Lessa, conhecido como Tirésias de South Kensington, adivinhou que Barack Obama conseguiria se eleger. Porque sabia discursar. Porque sabia sorrir. Porque sabia tirar e botar paletós. Oito meses depois, continua sendo sua maior qualidade: tirar e botar paletós. Ninguém tira e bota paletós melhor do que ele. Sammy Davis Jr foi marginalizado por se casar com uma branca - ainda por cima, uma sueca - e por votar no partido Republicano de Richard Nixon. Com Barack Obama, isso finalmente mudou. Além de conquistar a Casa Branca, os negros conquistaram também o direito de alisar os cabelos com chapinha japonesa e de se converter ao judaísmo.
Barack Obama prometeu um pacote de 1 trilhão de dólares. Tem dinheiro para todos. Ele adaptou os versos de Sammy Davis Jr:
- Posso ganhar 75 milhões para ajudar a parar de fumar?
- Sim, pode.
- Posso ganhar 50 milhões para investir em artes plásticas?
- Sim, pode.
- Posso ganhar 400 milhões para financiar pesquisas sobre o aquecimento global?
- Sim, pode.
- Posso ganhar 650 milhões para subsidiar a TV digital?
- Sim, pode.
O pacote de Barack Obama inclui um bônus fiscal. Quem fez isso antes dele foi George W. Bush. O pacote de Barack Obama aumenta o gasto público. Quem fez isso antes dele foi George W. Bush. O pacote de Barack Obama tem medidas protecionistas para estimular a indústria siderúrgica americana. Quem fez isso antes dele foi George W. Bush, em 2002, até ser coagido a voltar atrás, como Barack Obama.
O "Golden Boy" da política americana declarou, com aquele seu tom solene, que era o momento de fazer escolhas árduas. Um colunista do Washington Post concordou com ele: era o momento de fazer escolhas árduas, e Barack Obama fugiu de todas elas. Ele preferiu distribuir dinheiro à sua base de apoio: no Congresso, nos sindicatos, na indústria e nas ONGs, aumentando alopradamente um monte de despesas permanentes.
- Posso ganhar 335 milhões para tratar doenças venéreas?
- Sim, pode.
- Posso ganhar 600 milhões para renovar a frota de carros dos órgãos federais?
- Sim, pode.
- Posso soltar um terrorista preso em Guantánamo?
- Quem?
- Posso soltar um terrorista preso em Guantánamo?
- Sim, pode.

Fonte: Blog do Diogo Mainardi (Veja online) 04/02/2009

Charge- Furnas pra quê ?


Ministro quer ações em massa para punir torturador

Planalto prepara comercial com mães de desaparecidos.

O ministro Paulo Vannuchi (Secretaria Especial de Direitos Humanos) reacendeu a polêmica sobre a abrangência da Lei de Anistia.
A seis meses do aniversário da lei, que completa 30 anos em agosto, Vannuchi defendeu uma tese controversa.
Sugere que a resistência do Judiciário brasileiro em reinterpretar a lei, de modo a punir torturadores da ditadura, seja vencida pelo cansaço.
Vanucchi instou as vítimas da repressão militar, seus familiares e as entidades de direitos humanos a abarrotarem os escaninhos do Judiciário de processos.
“Na Argentina, Uruguai e Chile os familiares criaram centenas de ações”, disse o ministro. “No Brasil, temos três, quatro, meia dúzia”, comparou.
Até aqui, vem prevalecendo na Justiça a tese de que nem torturadores nem militantes de esquerda podem ser punidos. A anistia, por irrestrita, alcançaria a todos.
O ministro diz, no entanto, que sua secretaria e a pasta do colega Tarso Genro (Justiça) manterão aceso o debate até que o STF se manifeste sobre o tema.
Acha que só a “saturação” produzida por uma onda de processos pode levar o Supremo a fazer uma releitura da lei. Algo que permita a punição de torturadores.
Vannuchi falou no Rio, na abertura do 8º Anistia Cultural, evento no qual foram analisados pedidos de indenização de 21 estudantes banidos de universidades.
Afora a defesa da impetração de ações em massa, o ministro sugeriu que seja intensificada a pressão social pela revelação de papéis da ditadura.
Documentos que possam levar aos corpos de desaparecidos políticos. Segundo Vannuchi, o Planalto vai lançar, até maio, o Projeto Memórias Reveladas.
Consiste num banco de dados que franqueará ao público o acesso a 14 arquivos estaduais da época da ditadura.
Simultaneamente, será divulgado um edital de convocação aos donos de acervos pessoais, instando-os a transferir o papelório para os arquivos públicos.
O projeto está sendo tocado por dois ministros: Franklin Martins (Comunicação Social) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Vannuchi contou, de resto, que Franklin prepara um comercial de TV sobre o tema. A peça será estrelada por mães de desaparecidos políticos.
Elas aparecerão segurando fotografias dos filhos e clamando por informações que possam levar ao paradeiro dos corpos.
Fonte: Blog do Josias de Souza (Folha online)

Antes e depois

Carolina Dieckman

Diogo Mainardi

Sartre do Hamas
- Hamas, Hamas, os judeus na câmara de gás.
O bordão foi entoado na Holanda, durante uma passeata organizada por grupos de esquerda para protestar contra a batalha de Gaza. Dois parlamentares do Partido Socialista participaram da passeata.
O antissemitismo? Foi tomado pela esquerda. Gadi Luzzato Voghera é autor de um ensaio sobre o assunto, "Antissemitismo à esquerda", da editora Einaudi. Professor da universidade de Veneza, judeu e esquerdista, ele comparou a cumplicidade da esquerda européia com o Hamas à cumplicidade da esquerda européia com o stalinismo. Assim como os intelectuais de esquerda, no passado, se recusaram a condenar o totalitarismo de Stalin e o caráter assassino de seu regime, os intelectuais de esquerda, atualmente, acobertam o totalitarismo do Hamas e o caráter terrorista de seu regime - são os Jean-Paul Sartre do Hamas.
O antissemitismo de esquerda é camuflado como antissionismo. Para poder colaborar abertamente com os assassinos do Hamas, os antissemitas de esquerda falsificaram a história, associando os terroristas palestinos aos grupos anticolonialistas do século passado ou ao movimento contra o apartheid na África do Sul, como se Israel fosse um império colonial ou um regime segregacionista. Pior: eles igualaram Gaza ao gueto de Varsóvia, como se Israel fosse a monstruosidade nazista. Em nome do antissionismo, a esquerda acolheu alegremente o despotismo do Hamas, o fundamentalismo religioso, a opressão das mulheres e a retórica genocida contra os judeus.
De setembro para cá, o antissemitismo de esquerda ganhou o impulso da crise financeira internacional. De acordo com uma pesquisa realizada em sete países europeus, 31% dos entrevistados culparam os judeus pelos desastres da economia mundial. É o retorno em grande escala daquele arraigado preconceito antissemita do judeu agiota, do judeu conspirador, do judeu inescrupuloso, do judeu golpista. Agora é a vez do judeu do subprime, do judeu dos ativos tóxicos, do judeu capitalista. Os novos Protocolos dos Sábios do Sião afirmam que o neoliberalismo é obra de judeus apátridas, como Bernard Madoff, e que só a esquerda pode extirpá-lo, com um vigoroso Pogrom keynesiano de investimentos estatais.
A esquerda nem sempre foi assim. Eu, como Tristram Shandy, relato o que aconteceu antes de meu nascimento, quando ainda estava acomodado no útero materno. Passei a gravidez num kibbutz, em Israel. O kibbutz Ashdot Iaakov, pertinho do mar da Galiléia, aos pés das colinas de Golan. Data: 1962. Lá estou eu, boiando no líquido amniótico. Lá está ela, minha mãe, aos 27 anos, grávida de mim, trabalhando na creche do kibbutz. Lá está ele, meu pai, colhendo uvas no vale do Jordão. E lá está ele, meu irmão, aprendendo hebraico na escola. Nenhum deles era - ou é - judeu. O que faziam num kibbutz? Experimentavam a vida comunitária, aquele ideal socializante de irmandade e de partilha dos bens. O ideal socializante, agora, é outro:
- Hamas, Hamas, os judeus na câmara de gás.

Fonte: Blog do Diogo Mainardi (Veja online) 18/02/2009

Coleta de tributos definha e já afeta os municípios


Levantamento feito pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) indica que a crise econômica está roendo o bolo de tributos recolhidos pela Receita Federal.
Nesta sexta-feira (27), o Tesouro Nacional depositou nas contas das prefeituras a última parcela do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) de fevereiro.
Os prefeitos receberam R$ 4,109 milhões. Menos do que os R$ 4,327 milhões que haviam pingado nas arcas municipais em fevereiro de 2008. Queda de 5%.
O FPM é fornido com 22,5% de tudo o que a União consegue arrecadar com o Imposto de Renda e o Imposto sobre Produtos Industrializados.
“Ficou evidente que as receitas federais (IR e IPI), que servem de base para o cálculo do fundo, estão numa forte tendência de declínio”, anotou a CNM em seu levantamento.
“É uma queda significativa, já que o repasse do FPM de fevereiro de 2007 para 2008 havia crescido 15,4%”, disse, em nota, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
O dinheiro repassado pela União é usado nas cidades para cobrir despesas essenciais –educação e saúde, por exemplo.
Eleita ou reeleita em outubro do ano passado, a nova safra de prefeitos terá de rebolar no ritmo da crise.
“Neste ano, os prefeitos terão de cortar algumas despesas, principalmente no custeio, e não contarão com um superávit primário tão expressivo como nos anos anteriores”, diz Ziulkoski.
De resto, a lipoaspiração do FPM é prenúncio de que o fisco levará às manchetes nos próximos dias uma má notícia para o governo: a arrecadação federal definha.
Em análises internas que fizera no final de 2008, a equipe do ministro Guido Mantega (Fazenda) estimara que a crise bataria no fisco.
Porém, o time de Mantega previra que a coleta de impostos só começaria a cair no segundo trimestre de 2009. Deu chabu.
Em janeiro, a arrecadação global caiu quase 6,5% em relação ao mesmo mês de 2008. O FPM, em consequência, murchou 3%.
0Em fevereiro, a julgar pelo cheiro de queimado que exala dos números colecionados pela confederação de municípios, o tombo pode ser ainda maior. A ver.


Fonte: Blog do Josias de Souza( Folha online) 28/02/2009

Impostos


Diogo Mainardi

A Vichy do PT
A USP é a Vichy do petismo. É dominada pelos colaboracionistas do regime. Uma hora, os professores doutrinam os estudantes. Outra hora, eles montam a plataforma eleitoral do partido. Outra hora, assumem cargos no Palácio do Planalto.
Um nome? Maria Victória Benevides. Ela passou por tudo isso: já doutrinou os estudantes, já montou a plataforma do PT e já assumiu cargos no Palácio do Planalto. Com tantas medalhas no peito, ela pode ser considerada, com uma certa ligeirice, o marechal Pétain da USP.
Nos últimos anos, Maria Victória Benevides combateu destemidamente todos os insubordinados que procuraram resistir à supremacia de Lula: Em 2005, ela atribuiu o mensalão ao "sensacionalismo da imprensa", acrescentando que ninguém podia dar ensinamentos de ética a Lula. Em 2006, ela passou um pito nos petistas que defendiam outro caminho para a economia. Em 2007, ela ridicularizou as lamúrias de Fernando Henrique Cardoso. Em 2008, ela se reuniu com outros trinta hierarcas da academia e, depois de fazer propaganda do PAC, engajou-se com entusiasmo na candidatura presidencial de Dilma Rousseff.
Até recentemente, Maria Victória Benevides podia contar com uma poderosa arma. Isso mesmo: a "Folha de S. Paulo". Sempre que Lula ou o PT se metiam numa enrascada, lá ia ela, a colaboracionista do regime, o marechal Pétain da USP, oferecendo uma espécie de arrazoado ao jornal, publicado sob a forma de um artigo, ou de uma carta, ou de uma frase: num ritmo de dez, onze, doze vezes por ano.
Quando o arsenal de Maria Victória Benevides parecia estar se esgotando, seu lugar na "Folha de S. Paulo" era preenchido por outro colaboracionista do regime, comumente identificado como "intelectual do PT". Quem? Fábio Konder Comparato.Goffredo da Silva Telles. Dalmo Dallari. Maria Rita Kehl. Emir Sader. Renato Janine Ribeiro. Paul Singer. Antonio Candido. Uma gente caduca, uma gente tacanha, uma gente cabotina, que pretende ser eternamente recompensada por seus gestos durante o regime militar.
Agora tudo mudou. Alguns dias atrás, um editorialista da "Folha de S. Paulo", Vinicius Mota, empregou o termo "ditabranda" - em vez de ditadura - para caracterizar aquele mesmo regime militar. É um trocadilho antigo. Já foi usado por Márcio Moreira Alves. E já foi usado na própria "Folha de S. Paulo", num artigo de 2004. Desta vez, porém, Maria Victória Benevides decidiu espernear, ordenando ao jornal que se retratasse. E Fábio Konder Comparato esperneou junto com ela. A "Folha de S. Paulo" respondeu candidamente, recordando que a ira dos dois professores, "figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela vigente em Cuba, é obviamente cínica e mentirosa".
Maria Victória Benevides cancelou sua assinatura da "Folha de S. Paulo" e disse que nunca mais aceitará se manifestar por meio do jornal. Fábio Konder Comparato acompanhou-a. Os outros colaboracionistas do regime publicaram um manifesto de apoio aos dois. Se eles cumprirem a promessa de nunca mais aparecer no jornal, todos nós sairemos ganhando. O melhor a fazer é tirar-lhes a voz, na "Folha de S. Paulo" e no resto dos jornais. Só assim Vichy cairá.

Fonte: Blog do Diogo Mainardi (Veja online)

A liminar contra as demissões na Embraer e o hospício

Por Silvio Navarro, da Folha, na Folha Online. Comento em seguida:O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) concedeu liminar nesta sexta-feira suspendendo, até a próxima quinta, as mais de 4.200 demissões feita pela Embraer na semana passada. A liminar é resultado de ação das centrais Força Sindical e Conlutas, que ontem protocolaram no TRT de Campinas (93 km de SP) uma ação de dissídio coletivo para pedir a anulação das demissões.
O TRT informou ter avisado os sindicatos e a Embraer. Procurada pela Folha Online, a fabricante de aviões não confirmou o recebimento do texto que comunica a decisão.
Ontem, o tribunal já havia agendado para a próxima quinta uma audiência de conciliação entre a Embraer e as entidades sindicais para analisar as dispensas, motivadas pela crise internacional e pela queda da demanda por aeronaves.
O presidente do TRT da 15ª Região, em Campinas, desembargador Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva, disse ontem em entrevista à Agência Folha que uma negociação prévia poderia resultar em alternativas à rescisão: "Você pode reduzir a jornada, reduzir salário; são mecanismos que podem mitigar esta situação mais grave", afirmou.
Na ação protocolada, as entidades sindicais argumentam que a Embraer ignorou os sindicatos e não estabeleceu nenhum tipo de negociação antes de oficializar a demissão em massa. A decisão de hoje foi classificada pelo presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, como "um gol de placa".
As centrais alegaram ainda que a empresa tem alta lucratividade, o que poderia, na opinião deles, evitar as demissões no momento de crise.
A Força e a Conlutas agendaram um protesto para hoje, a partir das 14h, em São José dos Campos, onde fica a sede da Embraer.Antes disso, na segunda-feira (2), deve ocorrer uma audiência de mediação entre a Embraer e representantes dos funcionários, agendada pelo Ministério Público do Trabalho. A audiência atende a representação registrada pelo sindicato para pedir que as demissões da Embraer sejam anuladas.
Demissões
A Embraer alegou que os efeitos da crise financeira internacional são os responsáveis pela queda das encomendas, o que gerou a necessidade de demissões.
O corte representa cerca de 20% do efetivo de 21.362 empregados, e se concentram na mão-de-obra operacional, administrativa e lideranças, incluindo a 'eliminação de um nível hierárquico de sua estrutura gerencial.
A Embraer também revisou suas estimativas para 2009. A empresa calcula entregar 242 aeronaves no período (ante 270 na previsão anterior), com uma receita prevista de US$ 5,5 bilhões (ante US$ 6,3 bilhões). Por conta da redução da estimativa de receita, a empresa refez sua previsão de investimentos para US$ 350 milhões neste ano (ante US$ 450 milhões).
Comento
A menos que o mercado de trabalho tenha sido estatizado no país, a liminar contra as demissões é uma aberração. Se uma empresa privada precisa de autorização da Justiça na hora de demitir, a quem deve pedir autorização para contratar? Essa liminar estabelece um novo marco nas relações entre capital e trabalho. A lei de mercado (desculpem-me por tocar no assunto...) foi banida. De agora em diante, entendo que se deva criar um comitê gestor do estado para regular a contratação e a dispensa de mão-de-obra nas empresas privadas. Nem mesmo as estatais estão submetidas a esse tipo de abordagem. A linha de produção da Embraer deve ser entregue a algum juiz do TRT, e o caixa, a outro. E, sendo assim, por que não a presidência? Ninguém entende mais de avião no país do que desembargador do TRT...
Doravante, empresas privadas deverão tomar mais cuidado com contratações em massa em períodos de expansão da economia. Admitidos os trabalhadores, devem estar atentas ao risco de não poderem, depois, dispensá-los.
Outra disputa
A disputa na Justiça, diga-se, esconde uma outra. A CUT está disposta a rachar o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, uma das jóias da Conlutas, a central sindical do ultra-radical PSTU. Os nanicos vermelhos, assediados pela gigante pelega, decidiram pedir ajuda à Força Sindical, também rendida ao governismo, mas adversária dos cutistas. As demissões na Embraer eram questão de tempo, e todas essas correntes sindicais sabiam
– Lula também estava devidamente informado. No momento de crise, a CUT resolveu atacar, acusando o sindicato de negligência e de não ter negociado alternativas com a empresa.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo (Veja online)

Formas


O DESEMBARGADOR DA LIMINAR E O EMPREGO DA MULHER

A mulher do desembargador Luis Carlos Cândido Sotero da Silva, que concedeu a liminar contra as demissões na Embraer, já foi pivô de um entrevero no Tribunal Regional do trabalho, conforme relata Maria Fernanda Erdelyi, do site Consultor Jurídico em 14 de setembro de 2005.
*O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas) que nomeou a mulher do corregedor do mesmo tribunal para cargo de confiança violou o princípio da moralidade administrativa previsto no artigo 37 da Constituição.
Assim entendeu o juiz Maurizio Marchetti, também membro do TRT da 15ª Região, que entrou com uma ação popular contra o ex-presidente do Tribunal, o juiz Eurico Cruz Neto, e a ex-servidora Désia Estevam Barros e Silva, para que eles devolvam os valores recebidos pela servidora quando trabalhou no local.
Désia, que é mulher do juiz Luis Carlos Cândido Sotero da Silva, corregedor do TRT, foi nomeada por Cruz Neto em 1996 para ocupar cargo comissionado no gabinete do marido.
A nomeação já foi anulada pelo Tribunal de Contas da União, por decisão relatada pelo ministro Ubiratan Aguiar, acórdão 88/2005 da 2ª Turma, do processo 2448/2003, que considerou o ato do juiz Eurico Cruz Neto uma afronta ao princípio constitucional da moralidade administrativa.
No seu pedido ao juiz da 8ª Vara Federal de Campinas, Marchetti afirma que a nomeação afronta não só o princípio da moralidade administrativa, como também o princípio da segurança jurídica.
Marchetti faz a ressalva de que “a única exceção que vem sendo admitida a respeito dos efeitos dos atos administrativos nulos restringe-se apenas a terceiros e desde que estejam de boa-fé”, o que, segundo ele, não é o caso da servidora Désia. “No caso, a ré e beneficiária Désia Estevam Barros e Silva não é terceira e nem estava de boa-fé, motivo pelo qual não tem o menor sentido exonerá-la de devolver os valores recebidos indevidamente em prejuízo do erário público”, afirma o juiz em seu pedido.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo ( Veja online)

Formas


HALDOL MORAL

Grupos de esquerda, liderados por petistas, querem fazer um ato público em apoio a Maria Victoria Benevides, aquela militante do PT, também professora da USP, que teve um chilique ao ler a palavra “ditabranda”, num editorial da Folha, para designar o regime militar brasileiro. Vocês conhecem a história.
Também quero me solidarizar com Maria Victoria. Não é culpa dela se inexiste uma espécie de Haldol moral ou histórico para conter surtos de ideologia psicótica. Eu explico.
Em janeiro de 2005, descobriu-se que um dos filhos de Lula usou o Boeing presidencial para levar seus amiguinhos para o Palácio do Planalto. Acima, a gente os vê se esbaldando na piscina com o nosso dinheiro. Maria Victoria era presidente da tal Comissão de Ética Pública. Ouvida a respeito, ela saiu-se com uma resposta muito interessante: a família presidencial, disse ela, não é regida pelo código de ética pública, que só atingiria as pessoas com cargos públicos etc e tal. Entendo. Mas tinha sido certamente uma autoridade a dar o sinal verde para o uso do Boeing presidencial. Ela se calou.
Seis meses depois, em junho de 2005, estourou o caso do mensalão. E Maria Victoria lá, firmona, na tal Começão de Ética (essa mulher desperta em mim os trocadilhos mais primitivos!!!). Foi entrevistada, aliás, pela própria Folha, onde sempre falou e escreveu o que lhe deu na telha. O que ela achava do caso?
Mais uma vez, a falta de uma butirofenona para psicose histórica se revelou. Segundo ela, o mensalão decorria do fato de que o PT fizera um acordo com as elites para governar. Entenderam a tese? Os petistas, sozinhos, não fariam aquelas lambanças. Ah, não. E ela teve uma idéia genial para evitar que aquelas coisas horríveis voltassem a acontecer: mudar o modelo econômico. Era ele o verdadeiro responsável pelas ações de Delúbio Soares...
Em outubro de 2008, Maria Victória concedeu outra entrevista à Folha, aí para defender a tese de que Gilberto Kassab não havia vencido a eleição, não, em São Paulo. Marta é que tinha sido derrotada pela dona Zelite. À época, fiz um vermelho-e-azul com Maria Derrota Malevides. Já disse: ela desperta em mim os trocadilhos mais primitivos – bem piores do que “ditabranda”, que, convenham, é apenas a rota de fuga do óbvio e até um tanto pornográfico “ditamole’.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo (Veja online)

Formas


FHC expõe em artigo o drama da oposição ‘anti-Lula’- 28/02/2009


Lula frequenta o gramado da política como palmeira solitária. Falta à oposição um discurso capaz de perfurar o escudo de superpopularidade que o reveste.
Em artigo veiculado neste domingo (1º), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como que desnuda o drama dos opositores de Lula.
FHC analisa os movimentos de Lula, reconhece o desnorteio da oposição e insinua que não será fácil erigir o discurso do contraponto.
O presidente de honra do PSDB identifica um fenômeno novo: “O descolamento entre a política e a realidade das pessoas”.
Anota o obvio: “As oposições, além de articularem um discurso programático [...], deverão expressá-lo de forma a sensibilizar o eleitorado”.
Acha que, para se contrapor a Lula, já “não basta a crítica convencional e a discussão da política, tal como ela ocorre no Congresso, nos partidos e na mídia”.
Escreve que “é preciso buscar os temas da vida que interessem ao povo”. E expõe um dos dramas da oposição: a indefinição quanto ao candidato de 2010.
Sabe-se que FHC prefere José Serra a Aécio Neves. Mas, por razões obvias, ele evita explicitar sua predileção no artigo.
Limita-se a repisar a debilidade. Diz que “a comunicação emotiva [da plataforma oposicionista] requer ‘fulanizar’ a disputa”.
Por que? “Para atribuir ao candidato virtudes que despertem o entusiasmo e a crença” da platéia.
Na abertura do artigo, FHC ironiza Lula: “Andou na moda falar de decoupling para dizer, em simples português, descolamento entre a economia brasileira e a internacional...”
“...Os efeitos da crise em nossa economia fizeram o termo sair de moda. Foi substituído por expressão mais terna, marolinha”.
Para FHC, “o sistema financeiro central quebrou”. Mas, no Brasil, “o governo prefere passar em marcha batida sobre o que nos azucrina”.
Afirma que Lula “faz o decoupling à moda brasileira: descola a economia da política, precipita o debate eleitoral e, nele, vale o discurso vazio”.
Na sequência, faz uma analogia com a “campanha bolivariana pela reeleição perpétua, uma quase caricatura da política”.
“O significado da democracia se esboroou na ‘consulta popular’. Se o povo quer o bem-amado para sempre, pois que o tenha e, como disse nosso presidente Lula...”
“...Se a prática ainda não é boa para o Brasil é questão de tempo. Quando a cidadania amadurecer encontrará a fórmula de felicidade perpétua”.
FHC conta que assistiu pela TV, “por acasado”, ao último comício de Hugo Chávez. “Confesso, fascinei-me...”
“...Ele chegou, simpático como sempre, um pouco mais gordo que o habitual, vestindo camisa-de-meia vermelha, abraçando a toda gente, sorrindo...”
“...Foi direto ao ponto: ‘Hoje não falarei muito, vamos cantar!’. E entoou uma canção amorosa de melodia fácil, repetindo o refrão ‘amor, amor, amor...’
...Falou familiarmente com a plateia e finalizou: amor é votar sim no domingo! [...] Não pude deixar de reconhecer no estilo algo que nos é habitual: o modelo Chacrinha de animação de auditório. Funciona, e como!”
No dizer de FHC, o “descolamento entre a política e a realidade”, embora irracional, “liga o ator com a plateia e com a sociedade”.
FHC prossegue: “Há algo de encantatório no modo pelo qual a política do gesto sem palavras [...] funciona substituindo o discurso tradicional”.
Da Venezuela, FHC saltou para os EUA. Comparou a cerimônia de posse Barack Obama “como Imperador de todos os americanos [...]” a “uma grande cena romana”.
Mencionou o discurso feito por Obama na primeira visita dele ao Congresso. “O que foi dito sobre a crise econômica e sobre o futuro foi menos importante do que o reafirmar o ‘yes, we can’ [...]”
Acrescentou: “Mesmo que o castelo financeiro esteja desabando, a América vencerá, era a mensagem”.
Em vez do discurso à Chacrinha”, que atribuiu a CHávez, FHC anotou que, no caso de Obama, “o símile é outro:...”
“...A invocação do pastor, a reafirmação da fé, e não a troca simbólica de favores, do bacalhau, da bolsa família ou da canção de amor”.
De resto, FHC manifesta o receio de que o mesmo “possa vir a ocorrer no Brasil”. E reproduz a pergunta que embatuca a oposição: “Que discurso fazer?”
Identificou na entrevista de Jarbas Vasconcelos traços de um discurso “racional”, que expõe o “desmanche das instituições” e o “enlameamento cotidiano da política”.
Resolve? Acha que não. Bate no ouvido e volta. “É como nos computadores quando se envia um e-mail e surge o aviso: a caixa está cheia”.
O que fazer? A resposta de FHC revela mais dúvidas do que certezas: As legendas de oposição “precisam inventar uma maneira de comunicar a indignação e as críticas que toque na alma das pessoas. Este é o enigma da mensagem política”.
Como se vê, nem mesmo o luminar do tucanato, espécie de oráculo da oposição, sabe ao certo o que fazer para erigir um dicurso alternativo ao de Lula.
De concreto, apenas a convicção de que é preciso “fulanizar a disputa”, definindo o nome do adversário de Dilma Rousseff.
Alguém capaz de despertar o “entusiasmo” do bacalhau e a “crença” do pregador. Sem esses ingredientes, constata, “a caixa de entrada das mensagens da sociedade continuará a dar o sinal de estar cheia [...]”.

Fonte: Blog do Josias de Souza ( Folha online)

Não tem preço


Crise capitalista mata a esquerda

Você conhece alguém que tenha se tornado "de esquerda" (como isso soa antiquado!) com a atual crise do capitalismo?
O sistema mais uma vez agoniza. Mas se nos anos 1930 essa agonia fortaleceu totalitarismos à esquerda e à direita, desta vez a saída é para o centro. Ainda bem.
Ninguém que conta quer revolucionar nada, mas aperfeiçoar (o que por enquanto significa limitar) as poderosas forças do mercado e da livre iniciativa.
A crise global serviu para mostrar os limites atuais do liberalismo econômico, assim como os ataques do 11 de Setembro frearam o avanço das liberdades individuais.
Mas são dois movimentos convergentes, inevitáveis em nossa cultura individualista, baseados na percepção, cada vez mais óbvia para mais gente, de que quanto menos o governo interferir em nossas vidas e quanto mais formos donos dela, melhor.
Pois por mais que se fale da importância do Estado neste momento, ninguém o defende como solução permanente para as necessidades de desenvolvimento das nações. Muito pelo contrário.
A emergência da China capitalista fechou o círculo econômico global. O capitalismo foi flex o suficiente para abraçar o maior Partido Comunista da história que conduz a maior expropriação de mais-valia do mundo para lucro de grandes corporações ocidentais.
E todos estavam felizes com o casamento. Até o colapso do sistema financeiro como o conhecíamos e sua dolorosa recomposição.
Nos Estados Unidos de Barack Obama, o maior líder global e sua equipe deixam claro sempre que podem que o estatismo da hora é tão inevitável quanto indesejável no longo prazo. A Europa também está fincada do centro para a direita, como na Alemanha, na França, na Itália e no Reino Unido (sim, o trabalhismo britânico é de direita).
Na Ásia, o capitalismo enriqueceu os principais países da região, com a exceção óbvia da obscurantista Coreia do Norte, que repele pelo exemplo.
Na América Latina, os dois líderes mais populares são Lula e Álvaro Uribe, o presidente da Colômbia, ambos também de centro-direita no diapasão macroeconômico.
A tal Revolução Bolivariana de Hugo Chávez e Cia parece mais uma paródia da paródia, "Bananas" de Woody Allen levado à vida real por personagens ainda mais autênticos, dirigidos por Zé Celso Martinez.
O petrocaudilho venezuelano, por exemplo, apenas clona o modelo da antiga República venezuelana que dividia a renda da venda do petróleo aos EUA entre os apaniguados de AD e Copei. Agora a divisão é entre os favoritos do ex-coronel que quer ficar eternamente no poder, como seu ídolo Fidel Castro, o ditador de pijamas, que colocou seu irmão Raúl no comando modorrento de um regime moribundo. Quem quer isso?
Quem quer a rigidez, a prepotência, a ineficácia e a corrupção inevitáveis dos governos pantagruélicos? Ninguém. Ou quase ninguém.
As viúvas mais enrustidas da foice e do martelo tentam gritar que a solução para a aguda crise do capitalismo são as antigas ilusões socialistas tão desacreditadas pela história. No último Fórum Social Mundial, em Belém do Pará, até as mangueiras perceberam quão esvaziado está o movimento esquerdista global em plena crise capitalista.
A mão invisível que pune financistas inescrupulosos e suas muitas vítimas também golpeou, mortalmente, as pretensões da antiga esquerda de se reerguer como opção ao sistema hegemônico.
Um ganho colateral importante nessa triste crise transformadora.

Fonte: Sergio Malbergier (Folha online) 26/02/2009

Quem se lembra de Jeany Mary Corner ?

JEANY classifica assim o andamento do seu negócio nos diferentes governos: "O de Collor foi o melhor. O de FHC foi 'marrom' ('marromenos'). O de Lula estava bom demais para ser verdade"
A dama e os vagabundos

Jeany Mary Corner, fornecedora de"recepcionistas" para festas de arrombaem Brasília, talvez seja a única personagemhonesta da novela do mensalão

No início do mês, o senador Demostenes Torres (PFL-GO) perguntou na CPI dos Correios, para estarrecimento e terror de alguns de seus pares, se Simone Vasconcelos, a diretora financeira da agência SMPB, de Marcos Valério, conhecia "a cafetina Jeany Mary Corner". Desde então, um número ainda não calculado de parlamentares – cujos nomes, sobrenomes e telefones constam da agenda-bomba da auto-intitulada "empresária de eventos" de Brasília – demonstra preocupação. Jeany também anda intranqüila. Organizadora das festas mais explosivas da República, supostamente financiadas pelo valerioduto, ela diz que vem recebendo ameaças por telefone e reclama que os negócios estão parados e que os amigos poderosos, "esses covardes", sumiram. E eles eram muitos. A longa militância de Jeany no ramo do entretenimento masculino começou no governo Collor e vinha caminhando de vento em popa no governo Lula até o senador Demostenes acabar com a festa.
Jeany Gomes da Silva nasceu no Crato, interior do Ceará. Passou a adolescência em Lavras da Mangabeira, terra natal do ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira, com quem chegou a dividir carteira na época do colégio. Um incidente obrigou-a a deixar o Ceará: Jeany foi flagrada por uma tia no quarto com um rapaz, "merendando antes da hora", como ela diz, e seus pais, católicos fervorosos, a expulsaram da cidade no mesmo dia. Ela, então, se mudou para o Rio. Lá, foi faxineira e rodomoça, mas por pouco tempo – queria mesmo era conhecer São Paulo. A partir daí, ela conta a amigos a seguinte versão acerca da sua trajetória: ao chegar à capital paulista, foi apresentada por uma amiga ao circuito das feiras do Anhembi, o principal centro de convenções da cidade. Trabalhando como recepcionista, percebeu que os agenciadores que a contratavam cobravam caro pelo serviço e lhe repassavam pouco. Passou a recrutar ela mesma as moças. Assim teve início a sua "empresa de eventos". As meninas de Jeany, "as mais lindas do mercado", como ela faz questão de ressaltar, começaram a atender empresários e políticos de Brasília. Sua entrada definitiva no circuito do poder se deu em 1990 – e em grande estilo. Diversas de suas moças foram contratadas para a festa de posse de Fernando Collor, de quem Jeany se diz amiga. De Pedro Collor, o irmão do ex-presidente, morto em 1994, afirma não ter boas lembranças. "Depois do que aquele filho de rapariga fez com o Fernando, rompi relações com ele", conta a amigos.
Reprodução
BRASÍLIA É UMA FESTA"Recepcionista" oferece seus serviços em site de Brasília: políticos são clientela preferencial
Com a instalação da República de Alagoas, Jeany fez de Brasília sua base. Teve clientes em todos os governos. O de Collor, para ela, "foi o melhor de todos. Pena que tenha durado tão pouco", costuma dizer. O de Fernando Henrique foi "marrom" (abreviação de "marromenos"). Já o de Lula, afirma, "estava bom demais para ser verdade". Ela conta que as festas promovidas por empresários ligados ao PT eram animadas e que os pagamentos vinham sempre em cash (150 reais por menina, podendo chegar a 5.000 reais no caso de funcionárias "especialíssimas"). Uma dessas festas, ocorrida em fevereiro, serviu para promover a candidatura do deputado Virgílio Guimarães, do PT mineiro, à presidência da Câmara. Cinco de suas mais belas moças circularam pelo salão do Hotel Nacional em Brasília usando camisetas "baby look" com o nome do deputado estampado no peito. Algumas das meninas de Jeany se afeiçoaram a figuras do PT a ponto de uma delas, chamada Carla, ter-se tornado grande amiga do advogado Rogério Buratti, ex-assessor do ministro Antonio Palocci, preso na última quarta-feira (veja reportagem na pág. 60). Se Jeany até agora tem mantido a discrição, o mesmo não se pode dizer de algumas de suas meninas. Desde a semana passada, circulam pelo Congresso notícias sobre a existência de uma fotografia tirada pelo telefone celular de uma delas. A foto mostraria um deputado petista, famoso pelos modos francos e pela baixa estatura (moral, inclusive), posando ao lado de duas garotas como veio ao mundo – e com um charuto na boca. Pois é, quem disse que as mulheres de Jeany levam uma vida fácil?
Apesar de se sentir abandonada por deputados e empresários que sempre usufruíram de seus serviços, Jeany diz que não pretende revelar a identidade deles. Nessa novela do mensalão ela parece ser uma das únicas pessoas que agem com honestidade. Nas atuais circunstâncias, uma dama entre muitos vagabundos.

Fonte: Veja online 24/08/2005
Comentário do Blog:
Na época muito se falou de uma fotografia onde aparecia um político do governo, baixinho e barrigudo nú entre duas garotas, igualmente nuas, rindo como pinto no lixo. O que mais chamou atenção na foto foi o tamanho microscópico do bilau, daqueles de envergonhar menino no maternal.
Especulou-se á vontade na época que tratava-se do professor Luizinho, deputado petista e mensaleiro, tanto assim é que quando o ilustre parlamentar adentrava em algum lugar um turba de jornalistas vinham a lhe indagar sobre a foto. Num determinado dia o parlamentar revoltado esbravejou com os militantes da imprensa que estes sabiam que não era ele na foto, e que deviam lhe respeitar pois era casado e tinha filhos e não aguatava mais aquele assunto.
Pergunta-se, passados 04 anos alguém descobriu quem é o baixinho, gordo e barrigudo, dono de bilau microscópico ?

O invasor


Gilmar Mendes diz que financiar movimentos que promovem invasões de terras é ilegal

Em meio à onda de invasões de terras deflagrada por movimentos sociais em São Paulo e Pernambuco, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, disse nesta quarta-feira que o financiamento dos movimentos que promovem invasões com recursos públicos também é crime com sanções previstas na legislação brasileira.
Ao classificar as invasões de terras públicas e privadas de "ilegais", Mendes disse que o governo não pode disponibilizar seus recursos para qualquer entidade ligada a invasões --sob pena de ser responsabilizado por esses atos.
"Há uma lei que proíbe o governo de subsidiar esse tipo de movimento. Dinheiro público para quem comete ilícito é também uma ilicitude. Aí a responsabilidade é de quem subsidia", afirmou.
Mendes disse acreditar que as invasões em São Paulo e Pernambuco extrapolam os limites da legalidade. "Os movimentos sociais devem ter toda a liberdade para agir, manifestar, protestar, mas respeitando sempre o direito de outrem. É fundamental que não haja invasão da propriedade privada ou pública. Nós temos inclusive uma lei que estabelece a necessidade de que o poder público não subsidie tais movimentos, cesse de repassar recursos para esse tipo de movimento", afirmou.
Apesar das críticas ao financiamento dos movimentos sociais, Mendes esquivou-se quando questionado se o governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, auxilia financeiramente movimentos como o MST. "Não vou falar sobre isso, só estou dizendo que há uma lei que proíbe o governo de subsidiar esse tipo de movimento", disse.
Na opinião do ministro, a Justiça deve dar "respostas adequadas" aos excessos cometidos pelos movimentos sociais --como determinar a reintegração de posse das localidades invadidas. "Há meios e modos jurídicos para se ter uma resposta serena, mas firme. No Estado de Direito, todos estão submetidos à lei. Não há soberano. Se alguém pode invadir sem autorização judicial, ele se torna soberano, logo está num quadro de ilicitude. É preciso, portanto, encerrar esse quadro."
Mendes também cobrou maior rigor do Ministério Público para investigar se há financiamento ilícito aos movimentos sociais. "Eu acho que indica que está faltando talvez uma reação coordenada e ativa nesse sentido. O Direito dispõe de farmacologia para responder a esse tipo de desmando. Mas que se trata de desmando jurídico e que precisa ter uma resposta, isso é evidente", disse.
Na opinião de Mendes, a sociedade brasileira "tolerou excessivamente" ações de invasão de terras até hoje. "Talvez um certo paternalismo, uma certa compreensão, mas isso não é compatível com a Constituição isso não é compatível com o Estado de Direito."
Invasões
Grupos de movimentos sociais de sem-terras que atuam na região do Pontal do Paranapanema, no oeste do Estado de São Paulo, ocupam 20 fazendas desde a noite deste domingo (22).
Cerca de 2.000 famílias do Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra), do Movimento Unidos pela Terra e do MST, ligados a José Rainha, participam da ação que se estende por 14 municípios, entre eles, Rancharia, Presidente Prudente e Dracena.
Em Pernambuco, integrantes do MST estão acampados em São Joaquim do Monte (PE), onde quatro seguranças de uma fazenda foram mortos no sábado por integrantes do movimento. A proteção foi reivindicada anteontem pelo MST, sob alegação de que os sem-terra correm risco de morte. O governo afirma que a obrigação do Estado é proteger quem está sob sua custódia --no caso, os dois presos por suspeita de participação no crime.
O governador Eduardo Campos (PSB) disse que o governo "não tolera a violência", seja de fazendeiros ou de trabalhadores rurais, e que "quem cometeu o crime terá que dar explicações à Justiça".
Pelo menos mais dois sem-terra estão sendo procurados, suspeitos de envolvimento no crime.
Fonte: Folha online
Comentário do Blog:
O Presidente do STF apenas falou o óbvio ululante, parafraseando Nelson Rodirgues, e não o óbvio Lulante, como de resto os que se doeram ppropagam.
É raro viver um momento histórico tao singular e nitidamente memorável. Nunca se verá tamanha oportunidade de viver uma verdadeira ditadura obscurantista e legitimado pelo povo que elege e reelege demagogos debochados e ridículos, que zombam da intelegência mediana. Os miseráveis que nunca entenderam o real significado do que seja representação popular, em razão da elite controlar os acesso ao poder, seja com o discurso conservador das classes economicamente dominantes seja com o discurso intelectual de esquerda que o povão nunca entendeu face a distância da realidade objetiva de luta pela sobrevivência.
O Preseidente do Poder Judiciário fala o óbvio e recebe bordoadas de todos os lados que se seu pronunciamento fosse limitado a manifestação de uma opinião e não apenas a reprodução do que se encontra regrado pelas leis.
Senhores donos deste grandioso e nefasto momento histórico, não se rebelem contra os que repetem os dizeres da lei, mudem a lei. Agora se podem justificar ou mesmo explicar tal mudança, ppoupem estes 15% de assombrados lúcidos de verbalizações e reações que se dirigem mais à chamar a atenção do rei do circo Brasil, do que tentar alcançar a opinião pública, porque está, pouco está se importando com a lei e suas intenções. Como já repito para qualquer um se Lula matar a mãe ao vivo em horário nobre na TV, ainda assim se reelege e não perde apoio popular.
Se voçê numa fila de banco ou supermercado, em um bar, ou em qualquer lugar for jogar conversa fora sobre p´lítica, encontrará deaenas de defensores de sua excelência, contudo ningguém diz que se trata de um ser honesto, experimente, chame Lula de ladrão e a resposta sempre será "os outros também roubaram".
Porque então mantemos cadeias para aqueles que se apropriam do alhéio, já que tá valendo pelo senso comum, abram as celas senhores Lulistas, libertem seus colegas.
Quanto ao MST nada mais é do que mais uma estrutura montada para sangrar os cofres do povo.

As BBBs que mais deram lucro à PLAYBOY


Jefferson diz que PT "sempre" controlou fundos de pensão das estatais- 27/02/2009

Responsável por denunciar o esquema do mensalão, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, disse ontem que foi uma indicação para a diretoria de Furnas que deflagrou sua briga com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, em 2005, e culminou com a denúncia do esquema.
Segundo ele, o PT "sempre" controlou os fundos de pensão das estatais, incluindo o Real Grandeza, e o partido não irá permitir dividir esses espaços com o PMDB.
"Na época da CPI [dos Correios], quem mandava no fundo era o Jorge Bittar [deputado pelo PT do Rio]. Ele veio para cima de mim, e eu chamei ele para briga. Ele mandava e manda até hoje."
Bittar disse que "não tem nada a ver com Furnas" e atribuiu as acusações de Jefferson a "uma vontade de aparecer". Em nota, a direção de Furnas negou ingerência política no fundo.
A CPI dos Correios, que em 2005 apurou o mensalão, investigou o Real Grandeza e apontou PT, PC do B e PTB como responsáveis por indicações políticas no fundo.
Para Jefferson, a disputa no comando do fundo pode deflagrar uma nova briga na base. Em 2005, Jefferson disse que o PTB iria indicar Francisco Pirandel para uma diretoria de Furnas, mas a indicação foi barrada dias antes, depois de a revista "Veja" publicar denúncia de corrupção nos Correios envolvendo seu partido.



Fonte: Folha online



Dirceu critica penhora de imóvel e diz que vai recorrer de decisão- 28/02/2009



O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) comentou neste sábado em seu blog a decisão que determinou a penhora de um bem seu por causa de uma dívida judicial. De acordo com Dirceu, a penhora de seu terreno --e não da casa, segundo ele-- foi dado como garantia para arcar com custos de uma ação civil pública.


Ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar as custas processuais da ação popular que moveu --e perdeu-- contra o governo Quércia (1987-1990). "Se os que apelam para esse instituto, sem má fé ou dolo, tem que arcar com as custas dos processos, deixa de ser uma ação popular e um instrumento de fiscalização e cobrança de atos dos governantes, isso sem falar que sendo minha casa, construída depois no terreno, é meu único imóvel, é impenhorável", afirmou o ex-ministro, que na época em que propôs a ação era deputado estadual.
Em seu blog, ele afirma que caso perca a ação --ainda cabe recurso da decisão-- pagará a dívida, de cerca de R$ 120 mil correspondente aos honorários de um perito contratado no caso. "Quero esclarecer que não se trata de pagar ou não pagar, é evidente que, se perco a ação, pagarei, com dificuldades mas pagarei"
No entanto, ressalta que a ação já prescreveu, pois foi proposta há mais de 20 anos. "Estamos discutindo um direito, fora o detalhe que, não por minha culpa, a ação já prescreveu, mas o que está em jogo é o caráter e o papel das ações populares", afirma o ex-ministro.
"Vamos recorrer e lutar para prevalecer a Justiça e o direito", conclui o ex-ministro, reafirmando o que disse seu advogado Luiz Carlos Bueno de Aguiar em entrevista à Folha Online.
A penhora do imóvel, localizado em Vinhedo (SP), foi decidida por unanimidade pela Justiça em 1º de dezembro, mas ainda não foi publicada no "Diário Oficial". O relator foi o desembargador Oliveira Santos.
O escritório que defende o perito a quem Dirceu deve os honorários afirma que vai pedir que o imóvel vá a leilão "o mais rapidamente possível".
"Não podemos comentar processos em andamento, mas nesse caso está claro que o ex-ministro não quer pagar o que deve. E deve, aliás, a um profissional que nada tem a ver com seus interesses políticos, sejam os do passado, sejam os atuais", declarou o advogado Kiomori André Mori, 36.
À época da ação de Dirceu contra o governo de São Paulo, os honorários do perito foram estipulados em 144,3 salários mínimos (em valores de 1990). Com a atualização desses valores, o montante chega a cerca de R$ 120 mil.
Roubo
A propriedade penhorada de Dirceu está localizada em um condomínio de alto padrão.
O imóvel, aliás, foi assaltado em novembro de 2005, quando uma dupla criminosa arrombou o local.
Segundo o boletim de ocorrência lavrado na delegacia de Vinhedo, foram furtadas "uma TV de plasma de grande porte", "charutos importados" e "guloseimas finas". Também houve leve depredação: os criminosos beberam uísque importado e fumaram charutos do ex-ministro em seu próprio quarto.
Não havia pessoas na casa no momento do crime. Nem bandidos nem objetos foram jamais encontrados.
A segurança do condomínio disse à polícia só ter notado o arrombamento na manhã seguinte ao crime.
Fonte: Folha online

Charge


sexta-feira, fevereiro 27, 2009

STF julga 275 inquéritos e 103 ações penais contra políticos com foro privilegiado 27/02/2009

Levantamento do STF (Supremo Tribunal Federal) mostra que tramitam na corte 378 processos contra deputados, senadores e ministros. Devido ao cargo que ocupam, essas pessoas tem prerrogativa de foro, ou seja, só podem ser julgadas pelo Supremo.
Do total apontado pelo STF, 275 são inquéritos e 103 são ações penais. Entre as acusações contra essas autoridades estão denúncias de desvio de dinheiro público, fraude em licitação, crime de responsabilidade e crime contra o Sistema Financeiro Nacional.
O inquérito mais famoso dessa lista é aquele que apura o suposto esquema do mensalão --pagamento de propina a políticos em troca de apoio político a projetos de interesse do governo no Congresso. Em agosto de 2007, o STF recebeu a denúncia contra os 40 acusados. Desses, 39 continuam respondendo como réus. O ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira fez um acordo e foi excluída da ação em troca do cumprimento de pena alternativa.
De acordo com o STF, 76 dos 275 inquéritos estão no MPF (Ministério Público Federal) aguardando manifestação do procurador-geral. Alguns estão lá há mais de oito meses.
Dos 378 inquéritos e ações penais em curso no STF, 144 aguardam a realização de diligências processuais.
Ações penais
O STF informa ainda que houve um aumento no número de ações penais contra autoridades com prerrogativa de foro, que totalizam 103 em 2009. Em 2007, eram 50. Em 2002, tramitavam 13 ações penais.

Fonte: Folha online

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Formas


Problema do Judiciário é falta de gestão, diz corregedor do CNJ- 26/02/2009

O corregedor do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Gilson Dipp, afirmou nesta quinta-feira que o principal entrave do Judiciário brasileiro é a falta de gestão e de aperfeiçoamento dos profissionais.
Ele disse ainda que muitos tribunais se queixam da falta de recursos, mas o grande problema está na má administração.
"Isso faz com que hajam vários cargos de confiança em detrimento de servidores de carreira, faz com que os tribunais se estruturem em detrimento do primeiro grau, muitas vezes com pagamento de salários acima do teto constitucional. Além de resquícios de nepotismo", disse.
Dipp está em Teresina (PI), onde participa de uma audiência pública sobre os problemas enfrentados pela Justiça no Piauí.
O presidente do CNJ, ministro Gilmar Mendes, que também está em Teresina, apontou como principal problema a morosidade.
"[Isso] pode ter várias causas. Falta de juiz, de estrutura, de informatização, de organização e método e isso precisa ser detectado em cada Estado", afirmou.
Fonte: Folha online

Inadimplência de pessoa física é a maior desde 2002

Dados divulgos nesta quinta (26) pelo BC indicam que continua subindo a inadimplência no crédito bancário.
O calote nos empréstimos subiu de 4,4% em dezembro de 2008 para 4,6% em janeiro de 2009. É o maior patamar desde agosto de 2007 (4,7%).
Quem mais passou os financiamentos no beiço foram as pessoas físicas. Nesse segmento, as operações com atraso de mais de 90 dias subiram de 8% para 8,3%.
É o mais vistoso índice de inadimplência em empréstimos pessoais desde maio de 2002, mês em que se havia anotado um de 8,4%.
Entre as empresas, a inadimplência subiu de 1,8% para 2% --pouco abaixo dos 2,2% anotados em novembro de 2007.
O BC também informou que, em janeiro, os empréstimos bancários atingiram a impressionante marca de R$ 1,229 trilhão.
Uma pendura que corresponde a 41,2% do PIB brasileiro. Há um ano, o total de empréstimos somava 34,2% do PIB.
Juntando-se as duas pontas, tem-se o pior dos mundos: para uma dívida cada vez maior, o brasileiro exibe capacidade de pagamento cada vez menor.
Num cenário assim, não resta aos bancos senão abrir uma gigantesca mesa de negociação.
Sabem que, sob crise, se puxarem demasiado a borracha do estilingue, acabam matando a galinha dos ovos de barro.
De resto, a inadimplência não conspurcou o otimismo oficial. Ouça-se o ministro Guido Mantega (Fazenda):
"Eu não vi a inadimplência super alta. Eu vi uma pequena elevação. É normal que em janeiro e fevereiro haja isso...”
“...Você tem vencimentos de pagamentos de IPTU, IPVA. Isso não significa nenhuma deterioração importante da economia brasileira".
Moral: nos olhos dos outros, falta de dinheiro é refresco.
Fonte: Blog do Josias de Souza (Folha online)

Pesquisa revela uso de leite em afrescos de Giotto


Rastros de proteínas de leite de vaca foram encontrados em fragmentos de afrescos pintados há mais de sete séculos pelos italianos Giotto e Cimabue para decorar a Basílica Superior de São Francisco de Assis.

A descoberta foi revelada em Roma durante um seminário sobre evolução biológica organizado pela Academia Linceana, segundo a qual o leite era utilizado como base para as pinturas.
"Trabalhamos em colaboração com a Universidade de Perugia, que deixou os fragmentos à nossa disposição", disse Pietro Pucci, do departamento de química orgânica e bioquímica da Universidade Federico 2º de Nápoles.
Pucci disse também que as pesquisas "foram feitas por meio de técnicas não invasivas para estudar a composição das substâncias utilizadas para preparar a base dos afrescos ou colar as sutis lâminas de ouro utilizadas para as auréolas" das obras. "Assim, detectamos as proteínas de leite", afirmou.
Localizada em Assis --na região italiana da Úmbria-- a parte superior do monumental complexo franciscano simboliza a gloria e é parada obrigatória para peregrinos e turistas.
No local, são encontradas obras como "A Vida de São Francisco de Assis" de Giotto di Bondone (1267-1337), pintor e arquiteto italiano, considerado um dos primeiros a deixar conceitos da pintura medieval.

Fonte: Folha online

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Citações

"Há um pequeno número de homens e mulheres que pensam por todos os outros, e para o qual todos os outros falam e agem"
Rousseau, Jean Jacques

Dirigente da Embraer vai a Lula e mantém demissões

Dizia-se que as 4.200 demissões na Embraer haviam tirado Lula do sério. Se irritação houve, já passou.
Nesta segunda, junto com três ministros, Lula reuniu-se com Frederico Fleury Curado, presidente da fábrica de aviões.
Pediu assistência aos demitidos. Mas não apelou por readmissões. Nem adiantaria. Para a Embraer, as dispensas constituem jogo jogado.
Retaliações? Nem pensar. O governo informa que serão mantidas as linhas de financiamento do BNDES à Embraer.
Produziu-se no Planalto uma pantomima. Deve-se ao repórter Elio Gaspari o melhor retrato do embuste.
Sob o título “O Massacre da Embraer foi morte anunciada”, Gaspari levou às páginas da Folha (assinantes) o texto que vai abaixo:

“Há uma semana, diante da notícia do Massacre da Embraer, no qual foram destruídos 4.000 empregos, Lula indignou-se.
Segundo a narrativa de sindicalistas que estavam com ele, Nosso Guia teria dito: 'É um absurdo que uma empresa que recebeu recursos do BNDES ao longo dos últimos anos, ao primeiro sinal de problemas, promova este enorme corte, sem uma única conversa com alguém do governo, sem nos procurar'.
De duas uma: Lula está fazendo teatro (a melhor hipótese), ou disse a verdade, revelando que não tem ideia do que acontece no país e no seu governo. Pior: seus ministros do Trabalho, do Desenvolvimento e da Fazenda também não.
A informação de que a Embraer pretendia demitir 4.000 funcionários era pública desde dezembro do ano passado. Foi revelada pelo repórter Julio Ottoboni, referindo-se a um boletim interno da empresa.
Ottoboni informou o tamanho da carnificina -'4.000 funcionários', e a época, o início de 2009. Lula e seu ministros podem dizer que não leem jornal, mas a informação constou da sinopse que a Radiobrás organiza diariamente.
Os sindicalistas de São José dos Campos sabiam do plano da Embraer e dizem que tentaram negociar com a empresa mecanismos semelhantes aos que têm protegido milhares de empregos.
José Lopez Feijóo, da executiva da CUT, contou que a Embraer chegou a marcar um encontro com o ministro Guido Mantega, mas não apareceu. Discutiriam a qualidade dos sambas-enredo das escolas?
Quem diz que foi surpreendido ofende a quem lhes dá crédito. Com o tempo vai-se saber quem conversou com quem. Por enquanto, fica a possibilidade de ter havido um acordo tácito: a Embraer faz o massacre, eu digo que não sabia, falo mal de seus diretores durante uma semana e depois voltamos às práticas de sempre.
Que práticas? Desde o tempo dos generais a Embraer é uma queridinha do palácio. Se o presidente precisa de um cenário para bombar os avanços tecnológicos de seu governo, marca um evento em São José dos Campos e aparece na foto ao lado de jatos, robôs e máquinas fantásticas.
Quando o tucanato precisou bombar sua publicidade, os marqueteiros selecionaram um plantel de bem-sucedidos para ilustrar anúncios pelo Brasil afora. Na lista, o presidente da Embraer.
A intimidade do Planalto com a Embraer chegou ao apogeu em 2004, quando Nosso Guia encomendou o AeroLula à empresa europeia Airbus, ao preço de US$ 56,7 milhões.
Presidindo um país onde funcionava a quarta maior fábrica de aviões do mundo, teria sido razoável encaminhar o pedido à Embraer. Empregaria 400 pessoas durante seis meses.
Segundo o Planalto, o Airbus era essencial porque sua autonomia permitia voos diretos até Paris ou Nova York. Considerando que esses trajetos não são frequentes, ficava pelo menos a dúvida.
Ela foi desfeita pela Embraer, que se apressou em respaldar a decisão, informando que não produzia o tipo de avião pedido, nem pretendia fazê-lo nos próximos cinco anos. Caso raro de empresa amparando uma preferência pelo concorrente.
George Bush e Henry Paulson, seu secretário do Tesouro, fizeram muitas besteiras, mas nunca lhes passou pela cabeça armar um jogo ao fim do qual pudessem dizer que não sabiam que o banco Lehman Brothers estava quebrado".
Fonte: Blog do Josias de Souza (Folha online)

Ressaca


Fonte: Blog do Josias de Souza (Folha online)

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Restos de colisão espacial serão ameaça por 10 mil anos

A colisão de dois satélites na última terça-feira gerou dezenas de milhares de fragmentos de lixo espacial que podem ameaçar outros satélites ao redor da Terra pelos próximos 10 mil anos, segundo especialistas afirmaram em Moscou.
O chefe de Controle de Missões da Rússia, Vladimir Solovyov, disse que a trombada entre um satélite militar russo defunto e um satélite comercial americano Iridium ocorreu na parte mais movimentada do espaço próximo, a altitude de cerca de 800 km acima da Terra.
"Essa é uma órbita muito popular, usada por satélites de comunicações e de observação da Terra", disse Solovyov. Um deles é o satélite sino-brasileiro CBERS-2B, que monitora o desmatamento na Amazônia e está a 778 km de altitude. "As nuvens de destroços representam uma ameaça séria."
Solovyov disse que os fragmentos da colisão poderiam permanecer em órbita por até 10 mil anos, e até mesmo um fragmento minúsculo, de 1 cm, pode danificar ou mesmo destruir uma nave, porque ambos viajam a velocidades altíssimas.
"No contato físico a velocidades orbitais, uma onda de choque hipersônica explode as estruturas", disse o consultor aeroespacial americano James Oberg.
"Ela transforma o material em confete e detona os combustíveis", disse. A maioria dos fragmentos se concentra perto do curso de colisão, mas alguns fragmentos foram atirados em outras órbitas, variando de 500 km a 1.300 km de altura.
Fonte: folha online

Cometa "na contramão" será visível na Terra hoje - 23/02/2009


O cometa Lulin, esverdeado, rápido, vindo de longe, circulando no sentido oposto ao dos planetas e com duas caudas, poderá ser visto no céu com brilho máximo na madrugada de hoje para amanhã, com ajuda de binóculos. Vale a pena: ele não deve voltar por aqui nos próximos milhões de anos.
Já era possível ver o Lulin aumentando o seu brilho no céu havia alguns dias, mas ele atinge agora a sua aproximação máxima com a Terra. Estará a cerca de 60 milhões de quilômetros, menos de metade da distância entre a Terra e o Sol.
Para observar o astro errante no seu momento mais luminoso, será necessário estar em um lugar com céu limpo e longe das luzes da cidade. A Lua, pelo menos, deve colaborar: estará no fim da fase minguante e não ofuscará a observação.
Deixando poeira
Quando um cometa se aproxima do Sol, o calor vaporiza a sua crosta de gelo e poeira, que deixa um rastro conhecido como cauda. Segundo Daniela Lazzaro, pesquisadora do Observatório Nacional, a cauda nada mais é, portanto, do que "poeira deixada para trás".
O vento solar, que é uma corrente de partículas carregadas que o Sol emite, joga esses gases para fora de maneira perpendicular à órbita. Quem olha da Terra para o Lulin, então, vê duas caudas. Mas Tasso Napoleão, diretor da Rede de Astronomia Observacional, diz que, no caso de Lulin, é apenas "uma ilusão de ótica, uma questão de ângulo". "A cauda, na verdade, é uma só", completa.
O Lulin circula em sentido oposto ao dos planetas em torno do Sol. Como a Terra está indo na direção contrária à do cometa, a velocidade aparente do astro será alta. Estima-se que, todos os dias, ele esteja se deslocando cinco graus no horizonte. Isso significa que, se você esticar seu braço em direção ao céu e olhar para sua mão com os dedos juntos, o cometa percorrerá o espaço de três dedos, aproximadamente.
Quem observar o Lulin com bastante paciência, portanto, poderá percebê-lo se movendo em relação às estrelas.
Outros cometas, de período longo, como Lulin, vêm de uma região orbital bem mais distante: a Nuvem de Oort, a 50 mil unidades astronômicas (o mesmo que 50 mil vezes a distância entre a Terra e o Sol). Isso significa que, se a Terra estivesse a um metro do Sol, a Nuvem de Oort estaria a 50 quilômetros (o cinturão de Kuiper estaria a algumas dezenas de metros). Por isso, os cometas de lá, depois de passarem por aqui, demoram para voltar. O Lulin é um deles e leva milhões de anos para completar uma órbita.
O cometa foi visto pela primeira vez em julho de 2007, por observadores asiáticos.

Fonte: Folha online


Formas


Viradouro fala de preservação do ambiente e homenageia a Bahia

Com o enredo "Vira, Bahia, Pura Energia", a Viradouro homenageia o Estado da Bahia que, segundo o enredo da escola, herdou da cultura africana a preocupação com o ambiente. A escola de samba, que fecha os desfiles do Grupo Especial do Rio, iniciou a apresentação às 4h55 desta terça-feira.
A escola vai contar com cerca de 4.000 componentes para apresentar o enredo, que se divide em 38 alas e oito carros alegóricos que vão associar os orixás com diferentes elementos da natureza. "Iansã corresponde aos ventos, Oxum é a água doce e Nanã se relaciona a lama", afirma o carnavalesco da Viradouro, Milton Cunha.
Para ele, a preocupação da cultura africana com a natureza precede a busca das sociedades modernas por meios de minimizar os impactos ambientais. "A África sempre disse 'respeite os oceanos', 'respeite o vento', então eu acho que quando o homem moderno criar represas ou cataventos gigantes para gerar energia é a morada de oxum na modernidade", disse Cunha.
Desfile
Para representar essa relação entre as políticas de conservação ambiental e os orixás, a escola de samba leva no abre-alas Oxalá abrindo os braços para a Marques da Sapucaí e revela o etanol, um dos projetos brasileiros de biocombustível.
O enredo também lembra o protocolo de Kyoto e a usina de Candeias, onde foi perfurado o primeiro poço de petróleo pela Petrobrás, há cerca de 60 anos.
A reciclagem também é lembrada em uma das alegorias e no samba enredo da escola com a mensagem: "Do bagaço nasce um tesouro; o lixo se veste de luxo, reluz em ouro".
Para encerrar a apresentação da Viradouro, a escola traz uma alegoria sobre o mito de Xangô e Iansã, de que do beijo dos dois é produzido o trovão e consequentemente a chuva. Segundo o carnavalesco, esse último carro tem o objetivo de garantir que não falte água no sertão nordestino, com a chuva produzida pelo beijo do casal.
Durante todo o desfile, as cores de destaque serão o vermelho e o branco por corresponderem às cores da escola de samba.
Além da Viradouro, desfilaram nesta segunda noite do Grupo Especial do Rio Porto da Pedra, Salgueiro, Imperatriz Leopoldinense, Portela e Mangueira.
Na primeira noite desfilaram Império Serrano, Grande Rio, Vila Isabel, Mocidade Independente, Beija-Flor e Unidos da Tijuca.
Fonte: Folha online