segunda-feira, dezembro 05, 2011

Advogada acusada de matar os pais pede liberdade ao STF-05/12/2011

A advogada Roberta Tafner, acusada pela morte dos pais em São Paulo, entrou com pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) contra sua prisão preventiva. Ela está presa desde de dezembro de 2010.
Tafner e o marido Willians de Souza são acusados pelo assassinato dos pais dela --o empresário Wilson Roberto Tafner, 68, e a também advogada Tereza Cobra, 60--, em 2 de outubro de 2010. O crime ocorreu em um condomínio de classe média em Santana de Parnaíba (Grande SP). Os dois vão a júri popular.
No pedido de habeas corpus, Tafner, que faz a própria defesa, contesta decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que negou o pedido.

De acordo com o recurso, a juíza de primeiro grau não justificou o pedido de prisão com "dados concretos".
Segundo o recurso da defesa ao STF, a prisão é justificada pela necessidade de preservação da ordem pública e de garantir os depoimentos das testemunhas, pois o casal poderia usar a liberdade para constrangê-las.
A defesa afirma que a fase de instrução do processo (quando as testemunhas são ouvidas) já terminou e, portanto, não haveria mais necessidade de manter a advogada presa.
O pedido de habeas corpus também recorre a jurisprudência do próprio STF, que entende que a gravidade do crime e o clamor social não são motivos suficientes para decretação da prisão preventiva.
O CRIME
Wilson Roberto Tafner e Tereza Cobra foram mortos a facadas. Tereza recebeu 16 golpes e Wilson, 10. Todos na cabeça e no rosto. A polícia encontrou 15 pontos de sangue entre o quarto onde o casal foi morto e a casa da filha e do genro, no mesmo condomínio.
Roberta e Willians foram denunciados por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas).
Na sentença que determinou o julgamento por júri popular, a juíza Telma Berkelmans dos Santos, da 1ª Vara Criminal de Barueri, determinou que os réus não poderiam aguardar o julgamento em liberdade. Roberta e Willians estão presos desde 15 de dezembro de 2010.
"Há vários elementos nos autos apontando que os réus não se relacionavam bem com as vítimas e que havia interesses patrimoniais nesta relação", diz a sentença.
Os bens das vítimas, bloqueados pela Justiça, estão avaliados em R$ 5 milhões.
A Promotoria conseguiu o bloqueio de pagamento de seguros de vida e o sequestro dos bens e de direitos de herança.
A convivência do casal com a família era tumultuada, porque os pais de Roberta não aprovavam o casamento. Tereza demitiu a filha de seu escritório por suspeitar que ela e o genro tinham furtado dinheiro.
Willians foi denunciado como autor das lesões a faca que levaram à morte dos sogros. Roberta é acusada de ser cúmplice do marido no planejamento do crime e na limpeza dos vestígios.
A pena, com os agravantes, pode chegar a 50 anos de prisão para cada um, se condenados.
Fonte: folha online

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