“não tenho como dizer de coração que eu não vou”, declara petista
ex-presidente terá livro de memórias escrito por 50 pessoas
Lá pelas tantas na longuíssima reportagem da “New Yorker” divulgada hoje (28.nov.2011) sobre o Brasil e Dilma Rousseff (aqui, para assinantes), há o relato de uma entrevista com o ex-presidente Lula. Pergunta-se ao petista se considera concorrer mais uma vez a presidente.
E Lula: “Não existe essa coisa de ficar fora da política para sempre. Só a morte pode tirar um político da política para sempre. Veja o Jimmy Carter: ele fracassou na Presidência, e agora é o melhor ex-político na política. Eu o admiro muito. E Clinton –ele nunca vai perder sua importância. Então, o que vai acontecer no futuro? Eu não sei. Eu já desempenhei meu papel no Brasil. Assim como eu não tenho como afirmar de coração que eu vou concorrer a algo em algum momento, eu não tenho como dizer de coração que eu não vou. Se a presidente Dilma quiser concorrer à reeleição, é o direito dela. Ninguém pode negar a ela esse direito. Só há uma forma de ela não concorrer à reeleição: se ela não quiser”.
A entrevista da New Yorker, é claro, é em inglês. Lula deu essa entrevista em português. A frase “assim como eu não tenho como afirmar de coração que eu vou concorrer a algo em algum momento, eu não tenho como dizer de coração que eu não vou” está da seguinte forma na revista: “Just as I don´t have the heart to say I will run for something at some point, I don´t have the heart to say I won´t”.
Em inglês, a expressão “heart” pode ter várias conotações. Saber algo “by heart” é decorar. Se alguém diz “I find it in my heart” quer dizer que está disposto a fazer algo.
Em resumo, é uma pequena nuance nas declarações anteriores de Lula a respeito de uma nova candidatura em 2014. Em público até hoje ele havia circunscrito suas declarações à parte em que diz que Dilma só não será candidata se não quiser.
A entrevista foi concedida à “New Yorker” antes de Lula ser diagnosticado com câncer na laringe. Ele falou sobre planos de viagens internacionais, que agora estão suspensos.
Lula também afirmou que considera muito cedo para publicar suas memórias. Em vez disso, anunciou que publicará uma coleção de 50 depoimentos, de memórias, de 50 pessoas a respeito de como se lembram dos 8 anos dele no Palácio do Planalto.
“Empresários vão contribuir [com esse livro], gays, índios e até Bill Gates, se ele quiser”, escreveu o jornalista autor da reportagem da “New Yorker”, Nicholas Lemann –que não fala português e fez grande parte das entrevistas com a ajuda de tradutores. Tanto Lula como Dilma deram suas respostas em português.
Fonte: blog do Fernando Rodrigues
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