sábado, dezembro 31, 2011

João Pereira dos Santos (1917-2011) - João Pequeno, mestre da capoeira -18/12/2011

Em Mata de São João (BA), João Pereira dos Santos ganhou o apelido de João Carvão devido à atividade que exercia: a de carvoeiro. Lá, também trabalhou como chamador de boi e agricultor.
Já em Salvador, para onde se mudou aos 25 anos, ganhou outra alcunha, que não tinha nada a ver com suas atividades de cobrador de bonde e de servente de pedreiro.

No grupo de capoeira de mestre Pastinha, que passou a frequentar, existiam dois Joões. Um ficou sendo o João Grande; ele, o João Pequeno.
Filho de uma ceramista e de um vaqueiro, nasceu em Araci (BA), de onde saiu em 1934 fugindo da seca.
O primeiro contato com a capoeira foi ainda no interior, aos 15. Mas só foi se aprimorar mesmo na capital. Por causa do estilo "rasteiro", era descrito como "cobra mansa". Já o xará, João Grande, era chamado de "gavião".
Em 1982, abriu no forte de Santo Antônio Além do Carmo um centro de capoeira angola em memória de Pastinha, morto um ano antes.
O capoeirista nunca parou de se dedicar ao centro esportivo, conta a neta Cristiane (ou professora Nani de João Pequeno). Mas como morava na periferia e não tinha carro, criou também um projeto em casa, para ensinar as crianças da comunidade.
Alegre, segundo a família, no fim das rodas perguntava: "Não vai ter samba não?". Frequentador da igreja Universal, não bebia, não fumava e não gostava de televisão.
Tinha doença de Chagas. Ultimamente, sofria de problemas intestinais. Morreu na sexta (9), aos 93, de falência de órgãos. Teve uma filha, quatro netos e três bisnetos.
Fonte: folha online

Socrates Homem de Mello (1935-2011) - Fez a família ser boa em discussão-22/11/2011

À mesa do almoço, Socrates Homem de Mello tinha o hábito de dividir os filhos em promotores e advogados. Enquanto matavam a fome, os meninos eram instigados a brincar de defender e acusar.
Costumava ainda a contar histórias, mas sem terminá-las. Ao clamarem pela conclusão, os filhos ouviam: "Vocês que vão me dizer o final".

O advogado formado pelo Mackenzie em 1963 não conseguiu fazer nenhum dos quatro filhos seguir sua carreira. Construiu, porém, uma família boa de discussão, como brinca a filha Miriam.
Socrates foi criado pelas tias, pois os pais se separaram quando ele ainda era pequeno. Fez escola da Força Pública, mas sempre quis ser advogado. Após formado, trabalhou com um tio, até abrir seu escritório. Só encerrou a carreira quatro anos atrás.
Tinha especial preocupação com a educação dos filhos e netos. Com a mulher, a pedagoga Renée, pegava o Opala, punha as crianças atrás e saía viajando por aí, nas férias. Também levava os netos a lugares que poderiam ajudar em suas formações, como Cuba, por exemplo.
Chegou a ser presidente da Cisv (Children International Summer Village) no Brasil, entidade que organiza acampamentos com crianças e jovens do mundo todo.
Era sério e formal, conta a família. Nos anos 90, processou a Globo por causa de um personagem da "Escolinha do Professor Raimundo" que coincidentemente levava seu nome. Era um macaco falante de respostas inteligentes. O advogado foi indenizado.
Primo do crítico Zuza Homem de Mello, Socrates perdeu uma filha de câncer em 2000. Morreu anteontem, aos 76 anos, após sofrer parada cardíaca. Teve dez netos.
Fonte: folha online

Adriano Reys (1933-2011) - Ator de "Mulheres de Areia"- 21/12/2011

Dono de uma longeva carreira na televisão --foram mais de 30 novelas em 40 anos-- o ator Adriano Reys morreu ontem, aos 78 anos, no Rio, vítima de embolia pulmonar e parada cardíaca em decorrência de um câncer descoberto em 2008.
O ator carioca, nascido Adriano Antônio de Almeida, vinha de uma série de internações, a última delas há 11 dias. Ele fazia quimioterapia há três anos para tratar de um tumor agressivo que se espalhou pelo fígado e pelo peritônio (membrana que reveste o abdome).

Reys iniciou sua carreira em 1953, atuando em filmes da produtora Atlântida ("Três Recrutas" e "É pra Casar?") e também no teatro ("O Cupim"), mas foi na TV que construiu sua carreira, a partir de 1961 --com "Adeus às Armas", na Tupi.
Tornou-se um dos rostos mais conhecidos das telenovelas participando de produções da Rede Globo como "Ti Ti Ti" (1985), "Selva de Pedra" (1986), "Vale Tudo" (1988), "Barriga de Aluguel" (1990) e "Mulheres de Areia" (1993). Também fez cinema.
Passou também pela Bandeirantes e pela Record, onde fez seu último trabalho na TV --a novela "Mutantes", em 2009. Reys era casado e não tinha filhos. Seu corpo foi cremado no domingo (20) no Rio.
Fonte: folha online

José Vasconcellos (1926-2011) - A graça naïf do gago da 'Escolinha' -12/10/2011

Morreu, na madrugada de ontem, em São Paulo, o humorista José Vasconcellos, 85, que ficou conhecido por encarnar o personagem gago Rui Barbosa Sa-Silva da "Escolinha do Professor Raimundo", na TV Globo.
Internado desde o último dia 2 na UTI do Hospital das Clínicas, Vasconcellos tinha Alzheimer havia cinco anos e teve complicações renais nos últimos dias. Às 4h40 de ontem, morreu de insuficiência respiratória.

Nascido em Rio Branco (AC), começou a carreira fazendo imitações no rádio. Nos anos 80, atuou em filmes d'Os Trapalhões. Participou da "Escolinha do Professor Raimundo" entre 1993 e 1995. Em 2001, retomou o personagem gago na "Escolinha do Barulho", na Record. Em 2005, integrou o elenco do filme "O Casamento de Romeu e Julieta", de Bruno Barreto. Em 2009, foi lançado em DVD o documentário "Ele é o Espetáculo", de Jean Carlo Szepilovski, em homenagem à carreira de Vasconcellos.
Em 1968, no auge de sua carreira, o comediante fundou a Vasconcelândia Empreendimentos Turísticos S/A. Dispondo de um terreno de 1 milhão de metros quadrados em Guarulhos, ele teve a ideia de construir uma grande área de lazer. A inspiração vinha da Disney. O projeto nunca saiu do papel, e o terreno acabou sendo vendido em lotes.
"Era o grande sonho da vida dele, mas não teve apoio na época. Ele investiu tudo o que ganhou nesse projeto que não deu certo, mas nunca se arrependeu", afirmou Rick Regis, sobrinho do humorista que seguiu os passos do tio.
Vasconcellos deixa mulher, quatro filhos e quatro netos.
Fonte: folha online

Salomão Rabinovitz (1930-2011) - A paixão de um baiano pelo violino-03/10/2011

O baiano Salomão Rabinovitz fez um violino emitir sons pela primeira vez quando tinha só sete anos. Sua história de paixão com o instrumento começou na infância.

Filho de imigrantes russos, o músico nasceu em Salvador, onde cursou o Instituto de Música da Universidade Católica. Depois, conseguiu ir estudar no Rio de Janeiro graças a uma bolsa concedida pelo governo baiano.
Nesse período, integrou um quarteto de cordas da Escola Nacional, com o qual viajou para se apresentar em países como Espanha, Portugal, França, Inglaterra e Israel.
Em 1957, ganhou um prêmio que lhe permitiu ter aulas em Viena, na Áustria. Dizia que não só os estudos lhe foram importantes nessa época, como também o fato de ter escutado muita música.
O retorno para a Bahia se deu em 1966. Em Salvador, fez parte de um trio e de um quarteto de cordas. Percorreu o Brasil todo tocando.
Após convite da Universidade Federal da Bahia, tornou-se professor da instituição, onde ficou por cerca de 18 anos, até se aposentar.
Ao longo de 22 anos, também foi spalla (o primeiro violinista) da Orquestra Sinfônica da Bahia, da qual chegou a ser diretor.
Ultimamente, como conta a família, Salomão estava afastado das atividades.
Era casado com Dora, também violinista, que ele conheceu quando ela tinha 15 anos e com quem teve três filhos (Sérgio, artista plástico, Cláudio, que trabalha na área de educação, e André, funcionário da Petrobras).
Morreu na quinta-feira, aos 80 anos, após sofrer um infarto. Deixa seis netos.
Fonte: folha online

Apresentadores comem pedaço de carne um do outro em programa de TV-20/12/2011

Quando a gente acha que nada mais vai chocar na televisão, chegam os holandeses, o mesmo povo que inventou o Big Brother, e traçam uma nova fronteira para o bom gosto.

Um programa de TV local está prometendo para quarta-feira (21) um momento único de canibalismo na televisão.
Dennis Storm e Valerio Zeno passaram por uma pequena cirurgia para a remoção de um pequeno pedaço de músculo.
Agora, no palco do Proefkonijnen (algo como Cobaia, em holandês), um vai comer um pedaço da carne do outro.
Storm teve uma pedaço das costas arrancado, enquanto Zeno perdeu uma carninha do abdôme.
A dupla, que já gravou o programa, disse que não há nada de especial sobre carne humana, mas se recusou a descrever o gosto.
A direção do programa afirma que, como o quadro foi feito em comum acordo, não há nada de ilegal. Além disso, a dupla não correu risco de saúde, já que a carne foi preparada adequadamente.
Fonte: folha online

Homem é detido nos EUA por feder demais-20/12/2011

John Dickson, de 62 anos, entrou uma lanchonete da rede McDonald's, em Stuart, na Flórida (EUA), para fazer bagunça.

O sujeito estava descontrolado, jogando bebida sobre clientes, batendo nas mesas e tentando brincar no parquinho reservado para crianças.
Mas, quando a polícia o abordou, foi outra coisa que chamou atenção. Dickson fedia demais.
O cheiro era tão insuportável, que o cidadão acabou preso por causa disso. Segundo o boletim de ocorrência, Dickson fedia a fezes e sua calça tinha uma marca suspeita.
Ele estava tão sujo que o policial não teve coragem de dar uma caneta na mão de Dickson para ele assinar a ocorrência.
O "cheiroso" vai responder processo por conduta desordeira entre outros delitos leves. Infelizmente, para a polícia de Stuart, ele não pode ser condenado por feder demais. Mas, que ele foi preso por causa do mau-odor, ah, isso ele foi.
Fonte: uol tabloide

Polícia é chamada para conter baderneiros em festa da... polícia-20/12/2011

Três carros e até cachorros foram mandados pela polícia a um hotel por causa de uma denúncia de que uma festa estaria causando perturbação em um bairro de Seaton Carew, na Inglaterra. Detalhe: a tal festa era organizada pela própria polícia.

Segundo a polícia, um dos participantes da festa teria discutido rispidamente com uma mulher.
Como não houve violência, ninguém foi preso.
"Nós entramos em contato com a mulher, que seria a suposta vítima, mas ela não quis fazer nenhuma reclamação", disse uma porta-voz da polícia.
Fonte; uol tabloide

Confira as dezenas sorteadas na Mega da Virada-31/12/2011

A Caixa Econômica Federal sorteou por volta das 20h30 deste sábado as dezenas da Mega da Virada, com o prêmio de R$ 177,6 milhões.

Os números sorteados no concurso 1.350 foram:
04 - 36 - 29 - 55 - 45 - 03
As apostas, que começaram no dia 28 de novembro, foram encerradas às 14h de hoje. O prêmio ficou acima do valor esperado pela Caixa --de R$ 170 milhões.
No total, foram arrecadados R$ 549,3 milhões com os 88 milhões de bilhetes vendidos. O valor do prêmio deste ano é um dos maiores da América Latina, de acordo com a Caixa.
Ainda não foi divulgado o número de ganhadores do prêmio, que não acumula. Caso não haja ganhador com as seis dezenas sorteadas, o valor será somado ao rateio dos acertadores de cinco números, na quina. Se não houver ganhadores nessa faixa, os acertadores da quadra dividirão todo o prêmio, e assim sucessivamente.
A Mega da Virada de 2010 bateu recorde e pagou um prêmio de R$ 194 milhões, dividido por quatro apostas --cada um levou pra casa mais de R$ 48,5 milhões.
Fonte; folha online

sexta-feira, dezembro 30, 2011

Em 2011, Brasil se tornou passagem obrigatória para produções classe A de Hollywood-30/12/2011

“O roteiro original tinha uma sequência inteira no Brasil”, contou o produtor de "Missão Impossível: Protocolo Fantasma", Bryan Burke, durante passagem pelo Brasil para promover o filme com Tom Cruise no início de dezembro. “Mas você sabe como roteiros são, de tanto mexer terminamos cortando essa parte.” A confissão confirma uma tendência vista em peso no país em 2011. De "Rio" a "Velozes e Furiosos 5", passando por "A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1", as paisagens tropicais brasileiras se tornaram, se não passagem obrigatória, ao menos cenários seriamente considerados para produções classe A de Hollywood. É o mundo vendo o Brasil – em particular o Rio de Janeiro – sob uma ótica completamente inédita. E que promete se tornar mais e mais comum.
Rodar filmes estrangeiros no Brasil não é novidade. Mickey Rourke seduziu Carré Otis no esquecível "Orquídea Selvagem", dos anos 1980. Antes disso, Roger Moore, na pele do superagente James Bond, combateu o gigante Dentes de Aço em cima do bondinho do Pão de Açúcar em "007 Contra o Foguete da Morte". Mas as novas produções que usam o Brasil como cenário inserem o país na trama de forma menos caricata – e economicamente mais esperta.

Como uma recente pesquisa apontou o Brasil como a sexta maior economia mundial, à frente da Inglaterra, é natural que investidores e prestadores de serviço tragam seus negócios ao país, inclusive o cinema. Não por acaso, o casal apaixonado de "Amanhecer - Parte 1", que teve cenas gravadas em Paraty, no litoral fluminense, também encontrou tempo para passar rapidamente pela Lapa, no Rio, mas foi o suficiente para encaixar uma bela tomada de cartão postal do Cristo Redentor no filme, um dos maiores sucessos de bilheteria mundiais do ano.
“O Brasil estava na trama original, mas encontramos tantas facilidades que ampliamos nossa produção no Rio de Janeiro”, conta o produtor Kevin Feige, que trouxe "O Incrível Hulk", da Marvel, para as favelas cariocas. Cidades próximas à antiga capital federal também “dublaram” a Guatemala e um vilarejo do México.

A verdade é que tanto São Paulo (que foi palco de "Ensaio Sobre a Cegueira", filme decididamente internacional dirigido por Fernando Meirelles) quanto o Rio possuem técnicos e equipamentos que rivalizam os encontrados em cidades com maior tradição em grandes produções, e o crescente profissionalismo ajuda a aumentar a procura. Às vezes, isso termina em confusão, como as declarações equivocadas sobre o Brasil feitas por Sylvester Stallone, que filmou seu "Os Mercenários" por aqui – embora a ação se passasse num país fictício.
“Acho que 2011 é um ano excepcional. O Rio entrou no mapa do cinema internacional. E isso é um reflexo do crescimento do nosso mercado. Representamos R$ 1,3 bilhão de receita”, conta Sérgio Sá Leitão, diretor-presidente da RioFilme, distribuidora estatal que tem ajudado a negociar a vinda das produções para o país e promete investir R$ 31 milhões em incentivo a realização de filmes e lançamentos no Rio em 2012.

A vez do Brics
Não estamos sozinhos nesse novo radar de Hollywood. Os países emergentes que formam o Brics (grupo político de cooperação internacional formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão cada vez mais presentes em produções americanas, que hoje contam com a bilheteria internacional como grande responsável por seu sucesso. Assim, o novo "Missão Impossível" foi rodado em Dubai e na Índia, a China bancou boa parte da produção da recente refilmagem de "Karatê Kid", e Moscou é palco da invasão alienígena de "A Hora da Escuridão", que estreia no mundo todo nas próximas semanas.
Ter o Brasil como cenário e como parceiro de negócios também animou os grandes estúdios a incluir o país no calendário de lançamento de suas produções mais ambiciosas – em outras palavras, cada vez mais astros, diretores e produtores incluem o Brasil em sua agenda de viagens para divulgação dos filmes.
Carlos Saldanha, que ambientou a animação "Rio" em pleno Carnaval, trouxe todo seu elenco internacional, que incluía Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Jamie Foxx e will.i.am, para divulgar o filme.

Já Vin Diesel, quando conversou com a reportagem do UOL em dezembro de 2010, em Nova York, garantiu que traria todo mundo para o Brasil para o lançamento de "Velozes e Furiosos 5" – promessa cumprida quando o diretor e todo o elenco do filme, ambientado no Rio de Janeiro, passou duas semanas sob o calor carioca em uma longa maratona de entrevistas que culminou com o tapete vermelho e a cobertura da imprensa de entretenimento internacional.
Em seguida, "Transformers: O Outro Lado da Lua" trouxe o diretor Michael Bay e a musa Rosie Huntington-Whiteley ao país. Também vieram Jim Carrey ("Os Pinguins do Papai"), Antonio Banderas e Salma Hayek ("Gato de Botas") e, no início deste mês, Tom Cruise, com o novo "Missão Impossível".
E as visitas não parecem ter hora para terminar. Nem bem 2012 começou e Robert Downey Jr. já se encontra a caminho do Rio de Janeiro para divulgar "Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras". E os produtores na capital carioca ainda sonham em trazer Woody Allen para que o diretor possa transformar o Rio em cenário de uma fantasia romântica como "Meia-Noite em Paris". É um sonho que deixou de ser impossível.
Fonte: uol

quarta-feira, dezembro 28, 2011

Pergunta sem resposta: quem falou pela oposição em 2011?-26/12/2011

Uma oposição que participou como espectadora das crises provocadas pela sequência de quedas de ministros é o inimigo dos sonhos de qualquer governo.
Responda rápido: qual foi o maior destaque da oposição em 2011? Se a pergunta fosse incluída no Enem, pouquíssimos estudantes teriam o que dizer – a menos, claro, que a questão tivesse vazado. Apresentada aos leitores mais atentos, seriam provavelmente mencionados os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Nesse caso, a culpa não pode ser debitada na conta da crônica falta de memória nacional. Ao longo do ano, nenhum político oposicionista conseguiu destacar-se pelo ataque a flancos expostos do governo de Dilma Rousseff, que não foram poucos. Um governo obrigado a demitir seis ministros por envolvimento em corrupção é o inimigo dos sonhos de qualquer oposição. Mas uma oposição que participou quase como espectadora das crises provocadas pela sequência de quedas também é o inimigo dos sonhos de qualquer governo.

Em todos esses episódios, aliás, os alvos das denúncias atribuíram as acusações a tramas de oposicionistas que nunca existiram (nem as tramas nem os oposicionistas). Em 2011, a rigor, não houve oposição partidária. Os governadores tucanos comunicaram à nação, em um encontro em Maceió realizado em dezembro de 2010, que brigar com os donos do poder federal não é tarefa para ocupantes de cargos executivos. “Não cabe aos governadores fazer oposição ao governo federal”, concordou o deputado Sérgio Guerra, presidente do PSDB. “Essa é uma tarefa partidária, que está mais afeita à bancada do partido na Câmara e no Senado”.
Na Câmara, o silêncio estrepitoso de Guerra prova que o deputado rejeitou a própria sugestão. No Senado, Aécio Neves (PSDB-MG), que ao assumir promoveu-se a líder da oposição, demorou quatro meses para subir à tribuna com um pronunciamento anunciado com pompa e circunstância. Fez um discurso morno, desceu e desapareceu. Nem as acusações que desabaram sobre Fernando Pimentel fizeram com que o neto de Tancredo Neves recuperasse a voz e dispensasse algumas palavras a respeito do seu aliado nas eleições de 2008.
Minoria desoladora - Para os parlamentares, o problema está na minoria desoladora – acentuada pela criação do PSD, em 27 de setembro. “Vivenciamos uma situação dramática”, reconhece Álvaro Dias. “A oposição nunca foi tão pouco numerosa”. Dias está certo. Em 1970, o Movimento Democrático Nacional (MDB) – partido de oposição ao regime militar – examinou a hipótese da autodissolução por ter conseguido eleger apenas 87 dos 310 deputados (28%). Hoje, o PSDB, o PPS, o DEM e o Psol, juntos, têm 90 dos 513 deputados (17%). No Senado, a realidade é um pouco menos dramática: 17 senadores (20%), mais 10 dissidentes de partidos da base aliada, que eventualmente votam contra o governo. Em 1970, eram 10%.
“Fizemos o máximo que pudemos”, consola-se Dias. “Não temos número suficiente para instalar uma CPI, mas esgotamos todos os instrumentos que estavam ao nosso alcance. Para cada ministro acusado de corrupção, apresentamos três ou quatro representações”.
O cientista político Humberto Dantas soma a essa minoria o perfil dos partidos políticos brasileiros. “São partidos predominantemente governistas, formados por pessoas que querem se manter no poder”, afirma Dantas. “A política no Brasil é personalista. É raro o debate de ideias e de projetos para o país. O que existe é uma busca pessoal para se perpetuar no poder, o que é muito mais fácil quando se tem a máquina pública do lado. O PSD é o exemplo mais claro disso. É o partido mais governista que temos hoje”.
Para o historiador Marco Antonio Villa, não basta definir um discurso e encontrar o tom certo. Antes de tudo, a oposição precisa ter a disposição de ser oposição. “No Brasil, o governo quer cooptar a oposição e a oposição geralmente quer ser governo”, diz. “Mas a discussão e o convívio das diferenças são as essências da democracia”. Villa observa que os parlamentares de oposição, além de não agirem como tal, criticam aqueles que fazem o que espera o eleitorado que os elegeu. “Eles dizem que uma oposição combativa dificultará o acesso a créditos e a empréstimos do governo federal. Em qualquer país do mundo, se um estado ou uma prefeitura dependessem disso para receber recursos, causaria uma comoção popular. É absolutamente ilegal”. Villa sustenta que a oposição deve fazer política “24 horas por dia, sete dias por semana, doze meses por ano”.
Ano medíocre - “Em 2011, a discussão política não existiu”, diz Jarbas Vasconcelos. “Na época da ditadura, mesmo com perseguição, tortura e morte, a minoria fazia o debate de ideias, levantava bandeiras. Hoje, a oposição está desanimada. Encara a atual conjuntura como algo muito difícil de ser vencido e fica paralisada”.
Dissidente do PMDB, Jarbas não se inclui entre os abalados pelo desânimo. Ele considera o fisiologismo a principal característica da atual relação entre o Executivo e o Legislativo. Pela primeira vez, o combativo pernambucano, um dos fundadores do MDB e peemedebista desde o nascimento da legenda, pensa em mudar de partido. “Caso fosse feita uma reforma política de verdade, que acabasse com essa indecência, que impedisse que o eleitor, por votar em João, acabasse elegendo também um José, consideraria seriamente a possibilidade de criar uma nova agremiação política e deixar o PMDB”, afirmou. “Você não imagina o que é ser liderado pelo Renan Calheiros e ter o José Sarney presidindo a Casa”.
Para Jarbas, 2011 foi um ano politicamente medíocre em todos os sentidos. “A oposição precisa de união e de especialistas em seus quadros, pessoas que entendam de Petrobras, políticas sociais, estatais”, diz o senador. “Sem isso, o governo pode continuar falando o que quiser e não conseguiremos rebater. Todo mundo sabe que a Petrobras é um antro de corrupção, mas ninguém pode fazer essa acusação institucionalmente, porque não há provas”.
Governo X oposição - Os parlamentares de oposição consideram o desempenho dos governistas igualmente lastimável. “A chamada base aliada ainda não mostrou para o que serve, a não ser para barrar a convocação de ministros pelo Congresso”, diz o senador Aloysio Nunes Ferreira. “Quando assumiu, Dilma apresentou uma extensa pauta legislativa, mas nada saiu do papel”. Jarbas lembra que a presidente não deu um tratamento uniforme para todos os ministros acusados de corrupção. “Variou de partido para partido”, afirma o parlamentar pernambucano. “Ficou clara a defesa do PT e, mesmo assim, a base aliada continuou submissa”. Para Jarbas, é absurdo Dilma defender Fernando Pimentel das acusações de tráfico de influência com o argumento de que as irregularidades aconteceram antes da chegada do ex-prefeito de Belo Horizonte ao ministério. “O político deve explicações à sociedade tanto da vida pública, quanto da privada”, enfatiza. “Lula e os petistas podem não ter inventado a corrupção, mas, sem dúvida, a exacerbaram".
O ex-deputado federal Fernando Gabeira acredita que o processo de oposição no Brasil foi conduzido pelas denúncias da imprensa. “O grande impulso oposicionista aconteceu na sociedade e sem a mediação dos políticos de oposição”.
Gabeira atribui o fraco desempenho à falta de articulação. “No último trimestre, houve o anúncio da completa estagnação da economia e a oposição foi incapaz de levantar a questão”, diz. “A luta parlamentar não se resume à votação de projetos e convocação de CPIs. O processo é mais amplo e é dentro dessa amplitude que a oposição deveria agir. Não me lembro de nenhum grande encontro nacional, de nenhum seminário organizado com a proposta de discutir o Brasil”.
A oposição talvez seja bem menos frágil do que imaginam os senadores e deputados. Nas últimas eleições, 44 milhões de brasileiros votaram contra o governo. O abismo que separa a indignação da sociedade e a falta de entusiasmo da oposição sugere a falta de representantes para esse eleitorado. Os eleitos esqueceram o que Fernando Henrique Cardoso, num artigo para a revista Interesse Nacional, considerou “óbvio e quase ridículo de escrever”: cabe às oposições se oporem ao governo.
Fonte: veja.com

Galeria Kandinsky

O custo da pisadela no mar de Dilma: R$ 657,9 mil -27/12/2011

Marinha desembolsou valor para reformar residência oficial da Base Naval na Bahia, onde presidente passa férias. Só com cortinas foram gastos R$ 37,3 mil.
Após o tsunami de denúncias de corrupção em seu governo, a presidente Dilma Rousseff teve no início dessa semana um momento de refresco. Ergueu o vestido e molhou os pés nas águas calmas da Praia de Inema, na Base Naval de Aratu, na Bahia. De férias, a presidente só volta ao trabalho em 10 de janeiro. Levou consigo quase que uma comitiva: a filha, Paula, o neto, Gabriel, o genro, Rafael Covolo, a mãe, Dilma Jane, o ex-marido, Carlos Araújo, a atual esposa dele e uma tia.

Antes de receber a presidente, a Marinha caprichou nos preparativos e gastou nada menos que 657 900 reais com móveis, eletroeletrônicos e obras de reforma da residência funcional da Boca do Rio, onde se hospedam as autoridades em visita à base. O valor foi desembolsado entre os dias 21 de novembro e 10 de dezembro, em cinco pagamentos, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira pela ONG Contas Abertas.
Com móveis, tapetes, cortinas e eletroeletrônicos foram gastos 425 200 reais. As notas de empenho emitidas pela Marinha informam detalhes sobre o valor de todos os itens, exceto os tapetes. Entre as compras estão, por exemplo, um frigobar com capacidade de armazenagem de 76 litros no valor de 4 900 reais, um espelho tamanho 2,5 x 2,5 metros ao custo de 6 000 reais e duas poltronas no valor total de 6 700 reais.
Foram compradas ainda oito televisões, sete aparelhos de DVD, um home theater e um computador, no valor total de 19 500 reais. Em outro empenho, a Marinha gastou só com cortinas nada menos que 37 300 reais. As obras de reforma custaram 195 400 reais.
A Marinha informou que os gastos estavam previstos desde 2010, quando começou a reforma, e que não foram feitos exclusivamente para receber Dilma. A presidente, por sua vez, tem se mostrado uma visitante discreta da Praia da Inema. Ao menos mais discreta que o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Na passagem de ano de 2009 para 2010 Lula foi com a família para a Base Naval e desfilou pela areia de sunga e equilibrando um isopor na cabeça.
Fonte: veja.com

Tripulação de Colombo levou sífilis para Europa, diz estudo-29/12/2011

Nova pesquisa afirma que não há evidências para afirmar que a doença surgiu no Velho Mundo, como defende uma corrente de pesquisadores.
Cristóvão Colombo e sua tripulação descobriram a América em 1492. A partir de então, civilizações locais, como incas e astecas, foram dizimadas. Além do poder militar superior, os espanhóis contaram com uma arma biológica imbatível: doenças como sarampo e varíola, que matavam os indígenas sem anticorpos para combater os males europeus. Com a sífilis, porém, pode ter ocorrido o contrário. A bactéria que causou uma das primeiras epidemias globais, com milhares de mortes por todo o Velho Mundo na Idade Média, a partir do século 15, partiu da América para a Europa nos porões dos navios de Colombo. É o que diz um extenso estudo de esqueletos de vítimas, publicado na revista especializada Yearbook of Physical Anthropology. Outra teoria, mais antiga, defende uma origem europeia para a doença, o que é improvável segundo os pesquisadores.

A nova pesquisa analisou 54 outros estudos que apontavam casos de sífilis descobertas na Europa antes de Colombo chegar à América. Segundo os cientistas que participaram do levantamento, todos estes estudos estão incorretos. Nenhum deles resiste, garantem os pesquisadores, a uma análise padronizada de diagnóstico e idade das amostras; que são esqueletos de pessoas que tiveram a doença. A maioria, segundo eles, são casos de diagnósticos errados dos restos mortais. A sífilis deixa marcas nos ossos das vítimas, mas outras doenças podem fazer o mesmo. Em outros casos, diz a estudo, os cientistas encontraram vítimas reais da doença, mas erraram no cálculo da idade dos ossos ao apontarem períodos anteriores à viagem do explorador italiano.

Mariscos e o velho carbono — Os críticos da nova teoria defendem que a bactéria já estava na Europa há milhares de anos e tomou a forma moderna por meio de mutações através das gerações. Mas os poucos esqueletos que passam por uma análise apurada, afirma a pesquisa, são provenientes de áreas costeiras, onde os mariscos eram parte importante da dieta da população.
Nesses casos, os cientistas apontam o chamado "efeito reservatório marinho", causado pela ingestão de frutos do mar com "carbono velho", proveniente do fundo do oceano. Isso, afirmam, "engana" os testes de datação por carbono, utilizados para descobrir a idade das ossadas. "Uma vez que ajustamos o teste para descartar o carbono marinho, todos os esqueletos que mostram sinais claros da presença de treponema parecem datar de uma época posterior à viagem de Colombo", explica Kristin Harper, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, que participou do estudo.
"É a primeira vez que todos esses casos são estudados sistematicamente", afirma o cientista George Armelagos, da Universidade Emory, nos EUA. "São claras as evidências de que a sífilis foi levada da América à Europa pela tripulação de Colombo e que rapidamente evoluiu para a doença venérea que se mantém até hoje", completa.
Risos — Na década de 1980, quando ouviu pela primeira vez a teoria de Colombo para a sífilis, Armelagos não levou à sério. "Eu ri da ideia de que um pequeno grupo de marinheiros pudesse trazer a causa de uma epidemia dessa magnitude", disse. Nas décadas seguintes, porém, ele se aprofundou no estudo da doença e chegou à conclusão de que essa é a origem mais provável para a doença.
A família de bactérias treponema causa a sífilis e outras doenças, com tipos diferentes de contágio. Bouba e bejel, duas das doenças causadas por esse tipo de bactéria, eram comuns entre as populações indígenas do Novo Mundo no século 14, mas sua transmissão acontecia pelo contato com a pele ou saliva dos doentes. Já a sífilis é transmitida sexualmente.
Uma das hipóteses lançadas pelo estudo é a de que as bactérias sofreram mutações ao chegar na Europa. Mais tarde, os exploradores europeus levaram uma variação nova e mortal da bactéria para a terra de seus ancestrais, a América. Outra possibilidade é a de que os espanhóis tenham chegado ao continente americano quando a sífilis se encontrava em estágio inicial, com poucos indivíduos contaminados. Alguns marinheiros, então, podem ter levado a bactéria para a Europa, onde a maior densidade populacional foi fator determinante para seu desenvolvimento.
Para Molly Zuckerman, da Universidade do Estado do Mississippi, outro autor da nova pesquisa, as evidências parecem definitivas. "Mas não devemos fechar o livro e dizer que esgotamos o assunto. A melhor coisa da ciência é sermos capazes de entender as coisas sob uma nova luz constantemente", disse.
Saiba mais

SÍFILIS
É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Causa feridas na pele e nas mucosas. Se não tratada, pode atingir o cérebro e o coração, levando o paciente à morte.
Tem três estágios. No primeiro, após o contágio, aparece uma ferida chamada "cancro duro" na parte do corpo exposta à bactéria, normalmente o pênis, a vagina, o ânus ou a boca, já que a doença é sexualmente transmissível. A contaminação placentária ou por transfusão de sangue são formas raras de contágio.
O tratamento é feito à base de antibióticos, como a penicilina
Fonte: veja.com

Morte de Daniella Perez completa 19 anos; Glória desabafa em seu blog-28/12/2011

O trágico assassinato de Daniella Perez, ocorrido no dia 28 de dezembro de 1992, está completando hoje 19 anos. Daniella tinha apenas 22 anos e é filha da novelista Glória Perez, que fez questão de comentar a data em seu blog.
Daniella Perez foi brutalmente assassinada com 18 golpes de tesoura na região da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Guilherme de Pádua e Paula Thomaz são os assassinos da jovem.

A carreira:
Daniella Perez demonstrou, desde nova, paixão pelo balé e pela dramaturgia. Na época, sua carreira estava caminhando para o auge. Em 1989 estreou sua primeira novela, "Kananga do Japão", na Rede Manchete, onde conheceu Raul Gazolla, aquele que viria a ser seu cônjuge anos depois.
O sucesso fez com que rapidamente Daniella se transferisse para a Globo, onde estreou em 1990 com "Barriga de Aluguel", escrita por sua mãe Glória Perez. Em 1991 atuou em "O Dono do Mundo", de Gilberto Braga, e em 1992 fez sua última novela, "De Corpo e Alma", também de Glória, onde interpretou a personagem Yasmin.

O último dia de trabalho:
Daniella Perez gravou sua última cena na tarde do dia 28 de dezembro ao lado de Guilherme de Pádua. Ela e Bira estavam terminando o relacionamento. Assim que a cena chegou ao fim, Guilherme teve uma crise de choro e procurou por Daniella no camarim e lhe entregou dois bilhetes, os quais deixaram a jovem bastante nervosa. Guilherme foi embora. Daniella, como tinha algumas cenas para gravar, continuou nos estúdios.
O homicídio:

Guilherme de Pádua deixou os estúdios da Barra da Tijuca e foi até o seu apartamento em Copacabana buscar sua esposa Paula Thomaz. Eles, munidos de um lençol e travesseiro, voltaram à Barra. Paula ficou escondida no carro enquanto Guilherme se encontrava com Daniella e, juntos, saíam do complexo. Eles pararam para tirar fotos com fás e Daniella seguiu com seu Escort, seguida por Guilherme, que estava em um Santana.
Daniella parou em um posto de gasolina para abastecer e, na saída do posto, teve seu carro fechado pelo de Guilherme, que estava a sua espera no acostamento. O casal e a atriz desceram de seus carros. Daniella é atacada por um soco de Guilherme e acaba caindo desacordada. Este ínterim foi acompanhado por dois frentistas do posto em questão. Guilherme colocou o corpo de Daniella em seu carro e passou a direção para Paula. Eles seguiram pela Avenida das Américas e entraram em uma rua deserta, onde pararam em um terreno baldio. Daniella foi apunhalada dentro do carro com estocadas que atingiram o pulmão, coração e pescoço.
Um advogado passava pela região e, desconfiado de que um assalto estivesse ocorrendo, anotou as placas dos carros.
Após a notícia da morte de Daniella ser divulgada, Guilherme de Pádua, que interpretava o Bira, da mesma novela, foi prestar solidariedade a Glória Perez e a Raul Gazolla. Raul, inclusive, teria dito que o ator era um "grande amigo".
Prisão:
A primeira prisão do assassinato de Daniella Perez ocorreu em apenas 24 horas. A notícia de que Guiherme de Pádua era o assassino chocou todo o Brasil. Ele foi levado à delegacia e, de início, negou envolvimento no caso. Entretanto ele acabou confessando horas mais tarde. Paula chegou a confessar participação no crime mas depois tentou voltar atrás no depoimento. Os dois foram presos no dia 31 de dezembro.
Guilherme chamou para si toda a responsabilidade do crime, porém, oito meses depois, em agosto de 1993, ele mudou seu depoimento afirmando que Paula também estava no local e que ela havia participado da morte.

De Corpo e Alma:
O assassinato de Daniella Perez fez com que Glória se ausentasse de "De Corpo e Alma". Ela foi prontamente substituída por Gilberto Braga e por Leonor Bassères - falecida em 2004. Após uma semana, Glória voltou aos trabalhos e incluiu novos assuntos no roteiro, como a morosidade da Justiça Brasileira e fez severos questionamentos ao Código Penal brasileiro. A última cena de Daniella foi ao ar no capítulo do dia 19 de janeiro de 1993. Assim que a novela chegou ao fim, os atores e o diretor Fábio Sabag - falecido em 2008 prestaram uma homenagem à moça. Curiosamente, esta foi a última novela que Sabag dirigiu.
A saída de Yasmin foi explicada com uma viagem de estudos. Bira, por sua vez, não teve desfecho.
Emenda:
A indignação de Glória Perez, que se estendia a todo o Brasil, fez com que a autora levasse a diante a iniciativa de alterar a Lei dos Crimes Hediondos. Graças às mais de 1 milhão de assinaturas, o homicídio qualificado (praticado por motivo torpe ou fútil ou com crueldade) passou a ser incluído no rol de crimes hediondos. Assim sendo, tal prática não era mais passível de pagamento de fiança e passou a ser exigido um tempo maior para que a progressão de pena para o regime semi-aberto pudesse ser feita.
Condenação:
Guilherme de Pádua foi julgado em janeiro de 1997. O júri condenou o ator por 5 votos a 2. O juiz José Geraldo Antônio sentenciou Guilherme a 19 anos de prisão. Já em maio foi a vez de Paula Thomaz, que continuou negando e voltou a insistir na tese de que havia passado oito horas em um shopping, sendo que não havia sido vista por ninguém ou sem qualquer prova que sustentasse tal versão. Ela foi condenada pelo júri por 4 votos a 3 e sentenciada a 18 anos e seis meses de prisão.
Graças ao bom comportamento, Guilherme e Paula deixaram a prisão em 1999, com apenas 7 anos de pena cumprida.
Aparição:
Em 2010, mesmo sob apelo contrário de Glória Perez, Carlos Massa, o Ratinho, recebeu Guilherme de Pádua em seu programa. O assassino exigiu que não tivesse plateia no dia da gravação e foi atendido pela equipe do SBT.
 Mesmo o pronunciamento de Guilherme tendo sido bastante aguardado, o ator pouco falou sobre o crime. Ele temia ser processado e evitou fazer afirmações ou conceder qualquer tipo de declaração que pudesse prejudicá-lo juridicamente. A ausência de respostas irritou Ratinho: "Guilherme, você está me enrolando, Guilherme. Você é ator.". Ao fim da entrevista, o animador ainda disparou: "Se eu fosse a Gloria Perez também não te perdoaria.". Naquele momento, Ratinho saiu do palco e deixou Guilherme sozinho.

Dois meses depois, Ratinho confessou que havia se arrependido de ter entrevistado Guilherme.
Assim como fez em 2010, Glória Perez voltou a dedicar um espaço em seu blog para comentar o caso. No final da noite desta terça-feira (27), ela postou: "Agora é que os dois assassinos, Guilherme de Pádua Thomaz e Paula Nogueira Peixoto (na época Paula Thomaz), deviam estar se preparando para sair da cadeia, se sentença de Tribunal do Juri fosse respeitada entre nos! (…) Os benefícios da nossa lei penal, somados a essa vantagem inicial ,resultaram em apenas 6 anos de cadeia (de spa, melhor dizendo), para a dupla criminosa."

E prosseguiu: "Estão aí, livres, leves e soltos, como psicopatas que se prezam. Ela, que passava os dias dormindo, magicamente tirou um diploma de segundo grau na cadeia e entrou sem vestibular numa faculdade. Casou de novo, mudou de nome -hoje é Paula Nogueira Peixoto, pintou o cabelo, retocou a cara e tenta passar despercebida. (…) Ele casou-se com outra Paula, e como o Thomaz é nome de familia, transformou a nova mulher em Paula Thomaz tambem. Sempre ávido pelos holofotes, usa o crime cometido como capital, e vive dele, dando palestras e fazendo pregações a fieis incautos.".
Fonte; uol. com.br

sábado, dezembro 24, 2011

Galeria- Kandinsky

Partido Brasileiro exalta, eu juro!, "prosperidade" da Coreia do Norte e lamenta morte de carniceiro.Vamor por um pouco de luzes no debate!!!

Não!

Um leitor havia enviado um comentário a respeito, mas não acreditei! E, no entanto, é verdade! O PC do B emitiu uma nota de pesar pela morte do carniceiro comunista Kim Jong-Il, ditador da Coréia do Norte, e de apoio a seu sucessor, nada menos do que Kim Jong-Un, seu filho. Segundo o PC do B, “o camarada Kim Jong Il manteve bem altas as bandeiras da independência da República Popular Democrática da Coréia, da luta anti-imperialista, da construção de um Estado e de uma economia prósperos e socialistas, e baseados nos interesses e necessidades das massas populares.”
Já haviam dito muito coisa sobre a Coréia do Norte, mas nem o comunista mais tarado ousou chamar o país de “próspero”. Boa parte dos estimados 22 milhões de norte-coreanos passa fome. No campo, há relatos freqüentes de… canibalismo! Antes que eu publique a íntegra da nota dos preclaros camaradas do PC do B, exibo duas imagens. A primeira é um mapinha das duas Coréias (a comunista é a vermelha…), para que vocês possam entender a imagem seguinte.

Muito bem. Agora vejam uma imagem de satélite que registra as duas Coréias à noite. A capitalista, do Sul, hoje um dos países mais desenvolvidos do mundo, é praticamente tomada pelas luzes, sem áreas escuras. Dêem uma olha na Coréia do Norte. É o que o PC do B chama de “economia socialista próspera”.
Agora que vocês podem perceber de forma muito clara (!!!) o que é a prosperidade da Coréia do Norte, leiam a nota do PC do B. Volto para arrematar.

Estimado camarada Kim Jong Um
Estimados camaradas do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coréia
Recebemos com profundo pesar a notícia do falecimento do camarada Kim Jong Il, secretário-geral do Partido do Trabalho da Coreia, presidente do Comitê de Defesa Nacional da República Popular Democrática da Coreia e comandante supremo do Exército Popular da Coreia.
Durante toda a sua vida de destacado revolucionário, o camarada Kim Jong Il manteve bem altas as bandeiras da independência da República Popular Democrática da Coreia, da luta anti-imperialista, da construção de um Estado e de uma economia prósperos e socialistas, e baseados nos interesses e necessidades das massas populares.
O camarada Kim Jong Il deu continuidade ao desenvolvimento da revolução coreana, inicialmente liderada pelo camarada Kim Il Sung, defendendo com dignidade as conquistas do socialismo em sua pátria. Patriota e internacionalista promoveu as causas da reunificação coreana, da paz e da amizade e da solidariedade entre os povos.
Em nome dos militantes e do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) expressamos nossas sentidas condolências e nossa homenagem à memória do camarada Kim Jong Il.
Temos a confiança de que o povo coreano e o Partido do Trabalho da Coreia irão superar este momento de dor e seguirão unidos para continuar a defender a independência da nação coreana frente às ameaças e ataques covardes do imperialismo, e ao mesmo tempo seguir impulsionando as inovações necessárias para avançar na construção socialista e na melhoria da vida do povo coreano.

Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB e Ricaro Abreu Alemão secretário de Relações Internacionais do PCdoB.

Encerro
Não custa lembrar que esse foi o partido que tentou fazer no Brasil a guerrilha do Araguaia. Os heróis queriam um regime como aquele liderado por Kim Jong-Il. Enquanto, por aqui, seus bravos representantes recebem indenização por sua “luta contra a ditadura” — é piada! —, na Coréia do Norte, apóiam uma tirania nuclear que mata o povo de fome e o leva a experimentar a própria carne.
O comunismo, em suma, é a menor distância entre o canibalismo e o canibalismo.
Por Reinaldo Azevedo
Fonte: veja online

Galeria Kandisnky

Máfia do jogo do bicho tentava interferir em nomeação para PF.E não é que se ouvem ecos de....Erenice Guerra?

Na VEJA Online:

Preso na semana passada, acusado de chefiar um dos braços da máfia do jogo do bicho no Rio, o ex-prefeito de Teresópolis Mário Tricano tentava interferir em decisões do Ministério da Justiça, em Brasília. Um trecho do relatório da Operação Dedo de Deus, da Polícia Civil do Rio, tem transcrições de uma interceptação telefônica autorizada pela Justiça em que Tricano conversa com um interlocutor que demonstra proximidade com a cúpula do ministério. Esse interlocutor afirma que terá, em breve, um encontro com um homem que, para os investigadores, seria o ministro José Eduardo Cardozo. O nome todo do ministro, no entanto, não aparece nas gravações.
A conversa interceptada e transcrita no relatório da Polícia Civil ocorreu em 20 de dezembro de 2010, às 19h15. A informação veio a público na edição desta terça-feira do jornal carioca O Dia. A voz de Tricano — provavelmente protegida por um sistema de criptografia — não aparece no áudio.
O amigo de Tricano afirma: “(…) Eu vou ter uma reunião de final de ano com o Cardoso para a questão da nomeação do diretor-geral da Polícia Federal. Essa reunião está marcada para ser quarta-feira”. E, mais à frente, avisa: “Vai ter coisa pra frente que nós vamos precisar, até porque se tudo sair certo a indicação do diretor vai seguir uma linha muito boa e uma linha que vai ajudar muito aquilo que eu falei pra você que eu quero fazer aí no Rio”.
O caso abre uma nova frente nas investigações sobre as ligações da máfia do jogo no Rio. O que se pode afirmar, até o momento, é que alguém, na conversa com Mário Tricano, tentava vender influência no ministério. Nove dias depois do diálogo interceptado, o ministro José Eduardo Cardozo anunciou o delegado da PF Leandro Daiello Coimbra como futuro chefe da instituição.
Além do teor da conversa, o que chama atenção é a origem do telefonema. O número utilizado para o contato com Mário Tricano está em nome do escritório Trajano e Silva Advogados Associados, de Brasília. Um dos sócios da empresa é Antônio Eudacy Alves Carvalho, irmão da ex-ministra da Casa Civil do governo Lula, Erenice Guerra. Antônio Eudacy teve seu nome ligado ao escândalo da Casa Civil quando se descobriu que outra irmã da minsitra, Maria Euriza Alves Carvalho, contratou o escritório Trajano e Silva, sem licitação, para o Ministério de Minas e Energia, ao qual está vinculada.
Como mostrou reportagem de VEJA, o escritório era usado por Israel Guerra, filho de Erenice, para despachar com os clientes. Um dos advogados da banca é Marcio Silva, que atuou como coordenador em Brasília dos assuntos jurídicos da campanha presidencial de Dilma.
Por Reinaldo Azevedo
Fonte: veja online

galeria-Kandisnky

Nostalgia do Inimigo-08/122011

O desafio de uma geração sem bode expiatório

08 de Dezembro de 2011 às 11:54

André Cunha
As gerações passadas lutavam contra inimigos reais, fossem cruéis ideologias políticas, como nazismo, fascismo ou comunismo, ou sinistras formas de governo, como a ditadura militar. Saber quem era O Outro ajudava a saber quem a própria pessoa era: sou aquela que luta contra Aquilo. A leitura política do mundo fica muito mais simples quando o inimigo tem um plano, uma plataforma e um braço armado pra lidar com quem ousa criticá-lo.
É recorrente entre os seres humanos da geração dos baby boomers (aqueles nascidos logo depois da Segunda Guerra Mundial) a idéia de que “naquele tempo as coisas eram diferentes” e que a juventude de hoje está “despolitizada.” Tudo parecia mesmo eletrizante nos anos 60: lutava-se contra a caretice da geração passada, contra os militares, contra o imperialismo soviético e norte americano. Até durante a “década perdida” (os anos 80) lutava-se contra inimigos igualmente discerníveis: a inflação e, pior ainda, a dívida externa.
Não é que tenhamos chegado ao “fim da história” como sugeriu o sociólogo Francis Fukuyama ao especular sobre as conseqüências do final da Guerra Fria. Mas sem dúvida hoje a banda toca em outro ritmo: Europa e Estados Unidos, em crise econômica e com altos índices de desemprego, passaram de vilões a coitadinhos. O “choque de gerações” já passou, e hoje minorias e desviantes estão na moda. Por fim, o Brasil quitou a dívida externa e, pra botar banca, ainda virou credor do fundo. A democracia voltou pra ficar. Cadê os vilões, agora?
O que seria senão quixotismo e nostalgia do conflito o ato de sair na rua pra fazer Marcha Contra a Corrupção, assim, de modo genérico? Uma coisa é a luta contra o corruptor e o corrompido. Outra é ser contra o conceito abstrato. Marchar contra isso tem algum efeito prático na sociedade?
Outra fantasia recorrente é defenestrar o Sistema, com S maiúsculo, ou, pior ainda, o Sistema Político. Descontentes com “tudo isso” estudantes invadem reitorias. Numa aula pública, um filósofo tenta psicanalizar o impsicanalisável: “Fala-se que movimentos dessa natureza não têm proposta. Eu posso citar pra vocês pelo menos umas cinco propostas extremamente precisas e claras.” E aí defende “investimentos na educação”, “mais impostos pros ricos, mais benefícios pros pobres”, “politização das decisões econômicas”, “estado do bem estar social” e outras pautas inéditas, além de criticar o sistema educacional chileno e o preço dos aluguéis em Tel Aviv.
Não são ideias novas. Assim como nenhuma pessoa razoável seria a favor da corrupção, nenhum mortal dotado de discernimento poderia atacar os postulados do Estado do Bem Estar Social e os benefícios que ele proporciona pra todos. Mais do que uma idéia, é um processo que vai evoluindo aos poucos. E vai continuar a evoluir, mesmo que a “direita troglodita do agronegócio”, outro bode expiatório pra todas as mazelas brasileiras, continue a sabotá-lo.
Como disse Lula, está todo mundo ganhando dinheiro no Brasil. Nessa altura do campeonato, não parece razoável levantar ressentimentos ou fazer proselitismo a favor dos pobres, que querem cada vez mais capitalismo (carro, geladeira, computador), e não o contrário. Mas não deixa de ser curioso ver o ministro dos esportes, comunista de carteirinha, organizar um evento que é a celebração e a apoteose da economia de mercado.
Essa falta de identificação com grandes bandeiras e ideologias já foi tema de certos estudos sociológicos, como os de Stuart Hall e seus correligionários. O sujeito “pós-moderno” ou que vive na “modernidade tardia”, como queiram, é antes de tudo um cínico e um desiludido. Vê com ceticismo os discursos populistas de ambos os espectros políticos e sabe que o “centro” acaba sendo o ponto de inflexão de vários vetores contraditórios.
Ainda assim, a vontade de ter um inimigo não desaparece. Talvez por isso, junto com a prosperidade econômica, venha a overdose de esporte a que estamos submetidos. Jovens espancam e são espancados em nome de um time de futebol, por exemplo. E há outros motivos ainda mais inusitados.
Fonte:Brasil 247

O STJ e a improbidade-16/122011

Pode ser que no quadro geral da política no Brasil, existam gestores éticos e honestos, mas, infelizmente, a regra não é essa, como se lê, ouve e assiste no cotidiano da imprensa.

16 de Dezembro de 2011 às 19:09

Dionysio Paixão
Pode ser que no quadro geral da política no Brasil, existam gestores éticos e honestos, mas, infelizmente, a regra não é essa, como se lê, ouve e assiste no cotidiano da imprensa. O Superior Tribunal de Justiça, por sua 2ª Turma, seguindo uma tendência de afrouxamento no controle jurisdicional da gestão da coisa pública, que clama e demanda maior rigor ante os desmazelos verificados, julgou recentemente outro caso de ação civil pública contra Prefeito de cidade do interior de São Paulo, livrando-o de condenação com base na Lei de Improbidade Administrativa, sob o fundamento de que é necessária a existência de dolo do agente para condená-lo como ímprobo.
Para quem não sabe ou desconhece das sutilezas jurídicas, o dolo é a vontade livre e consciente de querer praticar uma conduta descrita em uma norma que configure um ilícito penal ou de outra natureza. É um elemento jurídico muito comum no Direito Penal, de onde normalmente se toma de empréstimo, as noções, para aplicação nos demais ramos da ciência do Direito. Segundo o Código Penal do Brasil (artigo 18, inciso I), é dolosa uma ação quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
A doutrina jurídica observa que o Código Penal Brasileiro adotou as Teorias da Vontade e do Assentimento, respectivamente, para caracterizar uma ação dolosa, e portanto, este subdivide-se em duas modalidades - dolo direto e dolo eventual. O primeiro é o dolo propriamente dito, ou seja, quando o agente quer cometer a conduta descrita na norma penal. Já o dolo eventual é aquele em que o indivíduo, em seu agir, assume o risco de produzir determinado resultado, anuindo com sua realização.
Assim, se um prefeito praticar o impropério, a indecência, o ilícito, sem que se logre provar que sabia da ilegalidade de sua conduta e, ainda assim, pratica-a conscientemente, sem se importar com as consequências do desatino, que sabe resultarão nocivamente para o corpo social, não poderá ser condenado pela Lei da Improbidade, segundo o entendimento corrente no STJ. É praticamente o fim das condenações com base no art.11, da Lei de Improbidade, que consagra a tipificarão de condutas pelo desrespeito aos princípios que informam a atuação dos agentes públicos, diante da enorme dificuldade de comprovação do "dolo".
Dionysio Paixão é advogado e Procurador do Município de Manaus
Fonte: Brasdil 247

Eliana Calmon, do CNJ, reage: "Não fiz devassa"-23/12/2011

Corregedora da Justiça se defende no ataque; em entrevista coletiva, diz que não promoveu investigações contra 270 mil pessoas ligadas aos magistrados e lembrou que 45% dos juízes nem apresentaram declarações de IR; segundo ela, querem matar o CNJ.

Fernando Porfírio _247 – É uma operação de risco, mas a ministra Eliana Calmon decidiu partir para o ataque. A contra ofensiva da corregedora nacional de Justiça ocorreu nesta quinta-feira (22), por meio de uma entrevista coletiva em Brasília. Mulher de sinceridade à flor da pele que não mede palavras, Eliana Calmon acusou as associações de magistrados, que chamou de “ovo da serpente”, de orquestrar uma campanha contra do CNJ.

A ministra disse que era alvo de uma “tentativa de linchamento moral” de caráter corporativo. A ministra se referia a acusação de promover uma devassa fiscal, contra magistrados. Ela considerou “desencontradas e absurdas” as informações veiculadas pelas associações de magistrados de que mais de 200 mil pessoas – entre juízes, servidores, familiares e pensionistas – estariam sob investigação do CNJ.
A ministra informou que no Tribunal de Justiça de São Paulo, onde há mais irregularidades detectadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), só foram apontadas 150 “transações atípicas” (movimentações superiores a R$ 250 mil), num universo de 2 mil juízes. Ainda segundo ela, tais irregularidades – falta de declarações de bens e de Imposto de Renda, sobretudo – devem ser menos de 500.
Eliana Calmon interrompeu seu recesso na Bahia e convocou entrevista coletiva, na sede do CNJ, por conta do que chamou do escândalo criado pelas associações – segundo ela o “ovo da serpente” — que “querem desviar o foco da atuação de controle da Corregedoria Nacional, prevista na Constituição Federal, na Lei 8.429/92 (Sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito) e no Regimento Interno do CNJ”.
A ministra explicou que não tem ainda em mãos o levantamento dos cruzamentos feitos pelos técnicos da Coaf, mas que a situação de São Paulo chamou a atenção pelo fato de 45% dos juízes e desembargadores não terem disponibilizado suas declarações de Imposto de Renda.
“Mas não são todos os magistrados, nem muito menos mais de 200 mil pessoas no país todo, e não estamos fazendo nenhuma devassa fiscal, com quebra de sigilo. Não são mais de 150 casos que estão sendo investigados. O Coaf está cruzando dados das folhas de pagamento, e não tenho ainda ciência de todos os dados. Na Justiça do Trabalho não foi detectada nenhuma suspeita de irregularidade, e na Justiça Militar apenas uma”, disse Eliana Calmon.
A Corregedora nacional foi taxativa quando se referiu a informações de que pelo menos dois ministros do Supremo Tribunal federal – Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso, que foram desembargadores do Tribunal paulista antes de serem nomeados para o STF – estariam sendo investigados.
“Quero dizer que não há nenhuma informação sobre ganhos dos ministros do STF, até por que as folhas examinadas são relativas aos anos de 2009 e 2010, quando os citados já eram integrantes da Suprema Corte. Eu também não poderia estar investigando nenhum ministro do STF por que a Constituição não dá essa competência ao CNJ”, frisou.
E concluiu: “Estou absolutamente segura da correção do meu agir, e no aguardo das decisões do STF, as quais cumprirei mesmo que não esteja de acordo com elas. Tenho mandato de corregedora nacional de Justiça até setembro de 2012, e vou cumpri-lo até o fim”.
Magistrados querem apurar quebra de sigilo por CNJ
Agência Estado - A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação Nacional dos Magistrados Trabalhistas (Anamatra) vão pedir hoje à Procuradoria-Geral da República (PGR) a apuração da autoria e materialidade de eventual prática de crimes de quebra de sigilo de dados pela corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon. O pedido das entidades tem como motivação as informações de que Eliana Calmon teria quebrado sigilos de juízes e esteja fazendo uma investigação de 270 mil pessoas.
Segundo nota divulgada há pouco pelas associações, elas vão requerer ainda ao presidente do Conselho Nacional da Justiça (CNJ), ministro Cezar Peluso, "a instauração de uma correição imediata na Corregedoria do CNJ para averiguar e apurar com rigor a quebra ilegal e inconstitucional, sem autorização judicial, do sigilo bancário e fiscal de juízes, servidores e familiares".
"As Associações entendem que a quebra do sigilo de dados de apenas um cidadão brasileiro, sem autorização judicial, já constitui violação ao texto constitucional (Art. 5, inc. XII) e prática de crime", diz a nota.
As entidades afirmam que continuarão apoiando todas as medidas de investigação do CNJ da conduta de juízes e servidores do Poder Judiciário, "desde que observadas as garantias constitucionais inerente a todos os cidadãos brasileiros".
Fonte: BRASIL 247

Provérbio

“Ao morrer, evite o inferno. Em vida, evite os tribunais".

Provérbio chinês

Peluso sugere que corregedoria do CNJ investigou juízes de maneira ilegal-22/12/2011

Presidente do STF reage às suspeitas de que ministro tenha limitado poder do Conselho.
BRASÍLIA - A crise entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi agravada na quarta com a divulgação de que o presidente da Corte e também do CNJ, Cezar Peluso, e o ministro Ricardo Lewandowski receberam verbas extras de até R$ 700 mil da Justiça paulista relativas a auxílio moradia. Como reação, Peluso chegou a sugerir em nota que a corregedoria investigara ilegalmente ministros da Corte e ameaçou a abertura de uma ação penal para apurar suposto vazamento de informações pelo órgão.
A corregedoria do CNJ investigava suspeitas de pagamentos irregulares pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo a desembargadores, mas a apuração foi suspensa na segunda-feira após liminar concedida por Lewandowski. Tanto Lewandowski quanto Peluso integraram o TJ-SP antes de tomar posse no STF.

A corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, interrompeu uma temporada em Salvador para voltar quarta a Brasília. Peluso e Eliana vêm se desentendendo desde que a corregedora afirmou que existiam bandidos escondidos atrás de togas.
Num comunicado veiculado no início da tarde, Peluso defendeu Lewandowski da acusação de que o ministro teria beneficiado a si próprio ao paralisar a inspeção realizada pela corregedoria nos pagamentos a desembargadores, conforme noticiado pela Folha de S.Paulo.
A informação sobre o valor das verbas extras foi divulgada pelo próprio Peluso em sua nota. Segundo ele, porém, o vazamento dos dados sobre pagamentos é uma "covardia". Ele sugeriu que possam ter sido cometidos crimes. Para o presidente do STF e do CNJ, não cabe à corregedoria investigar ou quebrar os sigilos fiscal e bancário de ministros do STF. "Se o foi, como parecem indicar covardes e anônimos ‘vazamentos’ veiculados pela imprensa, a questão pode assumir gravidade ainda maior por constituir flagrante abuso de poder em desrespeito a mandamentos constitucionais, passível de punição na forma da lei a título de crimes", disse.
Em outra nota, a corregedoria do CNJ sustentou que não divulgou nenhuma informação sigilosa obtida durante as inspeções. "Em suas inspeções a Corregedoria Nacional de Justiça tem acesso aos dados relativos à declaração de bens e folha de pagamento, como órgão de controle, assim como tem acesso o próprio tribunal", disse a corregedoria.. Para ela, as informações "estão disponíveis ao tribunal, que é a fonte pagadora, e a evolução patrimonial é informada na declaração de bens, e em face do que dispõe o artigo 13 da Lei nº 8.429/92, devem ser disponibilizadas no tribunal, exatamente para verificação dos órgãos administrativos de controle, dentre os quais a Corregedoria Nacional de Justiça".
Fonte: o estadao online

Charge

Corregedora diz que 45% dos juízes de SP omitem bens a órgão de controle22/12/2011

BRASÍLIA - No mais recente capítulo do entrave que expôs a divisão e o clima de guerra do Judiciário brasileiro, a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, afirmou na quinta-feira, 22, que quase metade dos magistrados paulistas esconde seus rendimentos e que por trás da crise está um movimento corporativista para enfraquecer o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em resposta às associações de magistrados, ela disse que essas entidades são "maledicentes e mentirosas". "Este é o ovo da serpente", disse.

Segundo ela, em São Paulo foi descoberto que 45% dos magistrados descumpriram a legislação que obriga os servidores públicos a apresentarem todos os anos sua declaração de renda para que eventualmente ela seja analisada por órgãos de controle, como o CNJ. Em Mato Grosso do Sul, ninguém entregou.

Eliana Calmon repudiou informações divulgadas pelas entidades dos magistrados de que cerca de 270 mil pessoas estariam sob investigação do CNJ. De acordo com a corregedora, foram identificadas "bem menos" do que 500 transações atípicas realizadas por integrantes do Judiciário, sendo que 150 delas foram detectadas em São Paulo. "Como é que eu estou devassando 270 mil pessoas? Não há mínima possibilidade de isso acontecer", afirmou.
Ainda de acordo com a ministra, o presidente do Supremo Tribunal Federa (STF), Cezar Peluso, e o ministro Ricardo Lewandowski, não são investigados pela corregedoria do CNJ. No passado eles integraram o Tribunal de Justiça de São Paulo e durante esta semana chegou a ser divulgado que eles teriam recebido até R$ 700 mil relativos a auxílio moradia não pago na época. "A folha de pagamento examinada é a de 2009 e de 2010. Só. E os ministros do STF já não faziam mais parte do Tribunal de São Paulo nessa época", disse Eliana. Além disso, a corregedora observou que pela Constituição Federal o CNJ não pode investigar ministros do Supremo.
Sigilos. Em nota divulgada na quarta-feira, 21, Peluso sugeriu que magistrados tiveram seus sigilos quebrados. A ministra negou. "Não houve quebra de sigilo fiscal ou bancário e muito menos devassa e vazamento de informações sigilosas", garantiu a corregedora. Segundo ela, as inspeções são realizadas há quatro anos e que apenas agora, quando a vistoria foi feita em São Paulo, a Associação dos Magistrados Brasileiros reclamou. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Amapá já passaram pelo processo.
"As investigações patrimoniais começaram na época do ministro Dipp (ex-corregedor) e o problema só surgiu quando chegou em São Paulo", afirmou. "Esse estardalhaço que estão fazendo de uma decisão eminentemente técnica e que os senhores poderão acessar e verificar, isso é para tirar o foco do que está realmente em jogo, que é a sobrevivência com autonomia do CNJ. Isso é que o foco do corporativismo", disse. A ministra ganhou visibilidade e contribuiu para organizar a reação quando disse que havia "bandidos de toga" na magistratura.
De acordo com a corregedora, nas inspeções os técnicos não analisam transações bancárias. Ela disse que são examinadas as folhas de pagamento e as declarações de Imposto de Renda. As apurações começam a partir de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que informa a existência de transações atípicas (no caso de desembargadores, são consideradas as superiores a R$ 250 mil por ano).
Fonte: o estadão online

cHARGE

Juízes pedem à PGR investigação sobre quebra de sigilo pelo CNJ- 24/12/2011

BRASÍLIA - Três associações representativas de juízes pediram nesta sexta-feira, 23, ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que abra uma investigação para apurar o suposto vazamento de dados sigilosos de juízes durante inspeção da Corregedoria Nacional de Justiça.

"Os fatos narrados estão a sugerir a possibilidade de ter ocorrido algum ilícito penal que caberá a V. Exa, como titular da ação penal, promover a devida apuração e eventual responsabilização", sustentam em uma representação protocolada na sexta-feira as associações dos Magistrados Brasileiros (AMB), dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e Nacional dos Magistrados Trabalhistas (Anamatra).

As entidades afirmam que a Corregedoria estaria usurpando funções investigativas que são da Polícia Federal e do Ministério Público ao realizar as inspeções em tribunais. Segundo as associações, ocorreram quebras de sigilo bancário e fiscal sem autorização judicial, o que seria ilegal.
Para tentar comprovar essa posição, as entidades argumentam que após o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter concedido na segunda-feira uma liminar para suspender as investigações, surgiu uma notícia que confirmaria o vazamento de dados. Essa notícia seria a informação de que o ministro estaria na lista de investigados por ter recebido valores do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo.
As associações insistem que ocorreu a quebra de sigilo de 216 mil pessoas. Mas a corregedora, Eliana Calmon, afirma que não houve quebra. Segundo ela, técnicos estariam analisando folhas de pagamento e declarações de bens após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ter detectado 150 transações atípicas realizadas por integrantes do TJ paulista.
"Não pode determinar ou promover a 'inspeção' das 'declarações de bens e valores' dessas pessoas, porque tais declarações são sigilosas e não poderiam ser objeto de qualquer exame por parte da Corregedora Nacional de Justiça ou de seus auxiliares", acusa a representação.
Fonte. o estadão on line

Galeri-Dali

Atriz de "A Doce Vida" pede dinheiro para sobreviver -23/12/2011

A atriz sueca Anita Ekberg, ícone do cinema e que em setembro completou 80 anos, empobreceu a ponto de ter que pedir ajuda financeira à fundação do célebre cineasta italiano Federico Fellini, informou nesta sexta-feira o jornal "La Stampa", da cidade de Turim.

"Não é elegante dizê-lo, mas a senhora Ekberg sofre de uma verdadeira falta de liquidez", disse ao jornal Massimo Morais, um administrador nomeado pela Justiça e que pediu em nome da atriz os subsídios de emergência da Fundação Fellini.
"A fundação ainda não respondeu, mas eu conto com a solidariedade dos benfeitores, que queiram ajudar, mesmo modestamente, uma grande atriz que merece", disse.
A atriz marcou a história do cinema com uma lendária sequência no filme "A Doce Vida" (dirigido por Fellini em 1960) rodado junto à Fontana de Trevi e na qual Ekberg atua junto a Marcello Mastroianni. Ekberg agora vive em um asilo perto de Roma.

Limitada a uma cadeira de rodas desde que quebrou o fêmur em uma queda, Ekberg teve que deixar sua casa depois de um incêndio provocado por ladrões. Além de alguns vizinhos e dos serviços sociais, a diva recebe poucas visitas e passa o tempo escrevendo suas memórias.

Ao celebrar seus 80 anos, em setembro, a atriz admitiu em uma entrevista que se sentia "um pouco sozinha". "Os dias são infinitamente longos", disse ao jornal "Il Corriere della Sera".
Fonte: folha online

Morre ator holandês que tinha 90 anos de carreira-24/12/2011

O cantor e ator holandês Johannes Heester, 108, morreu neste sábado (24), segundo a Reuters.

Ele morreu em uma clínica em Starnberg, na Alemanha, ao lado da mulher e de familiares.
Segundo o "Guinness", ele foi o homem mais velho a continuar em atividade em filmes e na TV e sua carreira somava 90 anos.
Cantando em alemão, ele foi bastante popular na década de 1930 e ganhou destaque ao atuar durante o governo de Adolf Hitler na Alemanha. Depois, ele foi perseguido por ter se associado aos nazistas, apesar de nunca ter, de fato, atuado em propagandas do regime.
A última produção da qual Heester participou é o curta-metragem "Ten", lançado neste ano. Como cantor, o último lançamento dele foi o single "Generationen", de 2007.

Galeria-Dali

Lei Rouanet inflaciona mercado e preços de ingressos vão às alturas -19/12/2011

O fracasso da turnê de 80 anos de João Gilberto reforça a tese: nem um dos maiores artistas brasileiros sobrevive hoje sem recursos públicos das leis de incentivo à cultura.

Anunciada há seis meses e cancelada na semana passada, a série de shows não fazia uso da Lei Rouanet para captar recursos (ela permite que patrocinadores abatam do imposto parte do dinheiro investido em cultura).
Os produtores afirmaram que tentaram convencer mais de cem empresas a investir na turnê. Em vão. Decidiram retirar da bilheteria todo o dinheiro para cobrir os custos. E também seus lucros.
O preço dos ingressos foi às alturas -de R$ 500 a R$ 1.400. Resultado: boa parte encalhou. Shows foram adiados -a assessoria afirmou que o cantor estava gripado.
Na última hora, os Correios toparam investir R$ 300 mil nas apresentações do Rio e de SP. Pouco. E tarde demais.
Segundo artistas e produtores, hoje não é mais possível sobreviver sem incentivo.

"Se não uso a Rouanet, não consigo patrocínio. De cada dez empresas, sete perguntam de cara: tem lei de incentivo?", fala Flora Gil, empresária e mulher de Gilberto Gil. "Posso fazer show sem patrocínio? Posso. Mas o preço dos ingressos vai subir."
Flora Gil diz que, para o artista, seria mais confortável se o mercado funcionasse sem o dinheiro das empresas.
"O artista teria que se alinhar apenas com ele mesmo -não com uma marca. Não precisaria ir a reuniões e mais reuniões, nem citar o patrocinador em entrevistas. Mas, sem esse dinheiro, hoje, os projetos são inviáveis."
Chico Buarque é um dos poucos que resistem: ele não usa o dinheiro público da renúncia fiscal. Até há pouco, era até mais radical: não buscava nem mesmo patrocínio de empresas para os shows.
Em 2006, cedeu em parte: sua turnê foi bancada pela TIM -mas sem incentivo. Neste ano, seguradoras financiam suas apresentações.
"Até o fim dos anos 90, com o mercado fonográfico ainda vivendo a exuberância de seus anos dourados, nos contratos dos principais artistas com suas respectivas gravadoras havia uma cláusula denominada 'tour support'", verba que financiava parte da turnê de lançamento dos discos, diz Vinicius França, empresário de Chico.
"Colocava-se uma produção de pé e os shows estreavam com suas contas praticamente zeradas." Com o declínio do mercado fonográfico, a verba deixou de existir.
MAIS CARO
Os custos de produção, por outro lado, subiram, "incluindo profissionais e equipamentos cada vez mais sofisticados", diz França. "Hoje é virtualmente impossível para quem pretende fazer longa turnê de qualidade assumir sozinho esses custos."
Marisa Monte, outro caso raro, também conseguiu "dinheiro bom", do marketing das empresas, sem renúncia, para uma turnê. Em 2006, foi bancada pela Natura, uma das poucas empresas que investem ao menos parte em cultura sem renúncia fiscal.
Neste ano, representantes de Marisa procuraram a empresa. Mas, em 2012, a companhia só investirá em projetos do Natura Musical, mais baratos e incentivados. São R$ 1,5 milhão em seis projetos. A turnê anterior dela foi estimada em R$ 5 milhões.
ESTRATOSFERA
No passado, espetáculos se bancavam com a receita da bilheteria -e o público não tinha que dar as calças em troca da entrada de um show ou teatro, como ocorreu agora no caso de João Gilberto.
Mas as leis de incentivo inundaram o mercado de dinheiro e inflaram os preços da produção cultural.
"Quando sabem que você tem Rouanet, o preço das coisas vai para a estratosfera", diz o ator Juca de Oliveira.
"Os custos sobem pela pressuposição de que seu espetáculo tem apoio, e, portanto, dinheiro. Então [os prestadores de serviço] sobem o preço. Os financiamentos elevaram todos os custos, sobretudo de divulgação."
Juca estava tentando montar, "a sangue frio", ou seja, sem leis de incentivo, um espetáculo baseado num livro de Lya Luft. "Eu ia mendigar a divulgação por aí."
"E, como se não bastasse, o Brasil é imenso. Sem avião não se chega a lugar nenhum. Calcule o custo de uma peça com apenas dois atores, equipe de luz, som e produção, junte a alimentação, transporte e o hotel; a bilheteria não cobre de jeito nenhum", diz a atriz e colunista da Folha Fernanda Torres.
SHAKESPEARE
"Antigamente, os artistas faziam uma cooperativa e ganhavam um percentual da bilheteria. E aí se fazia permuta de madeira, de roupa, a produção era extremamente barata. Ou pelo menos palatável", diz Juca de Oliveira.
"Vamos ter que voltar a discutir o tema. Não faz sentido que apenas pessoas que têm patrocínio possam fazer teatro. Fica tudo desesperadamente pobre."
Ele diz que hoje os produtores captam recursos pela Lei Rouanet -e tiram o espetáculo de cartaz quando esse dinheiro acaba, mesmo que esteja fazendo sucesso.
"Antigamente, se a peça lotava, ficava anos no teatro", diz o ator, que ficou seis anos em cartaz com o espetáculo "Meno Male", quatro com "Caixa Dois" e cinco com "Hotel Paradiso."
"Gosto de viver da bilheteria, como Shakespeare, com os dois olhos na máquina registradora. E hoje as pessoas vivem do dinheiro da lei."
Fernanda lembra que empresas acabam "editando" a arte conforme a conveniência do marketing. Cita mostra da americana Nan Goldin, censurada no Oi Futuro (Rio).
"O mundo corporativo não comporta a vida mundana, apaixonada, torta e nada exemplar de Goldin", diz.
"Entregar a cultura nas mãos do marketing ou no retorno da bilheteria não funciona inteiramente, o governo e a sociedade têm de se envolver. A arte, na maior parte do tempo, é uma atividade que opera no vermelho."
Fonte: folha online

Escritório em casa ganha regras-19/12/2011

O trabalho em casa e o na empresa agora têm o mesmo valor legal. Uma mudança na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), aprovada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff, determina que haja controle sobre horas trabalhadas na moradia.

Assim, o funcionário que fica além da jornada contratual em tarefas passará a recebê-las como hora extra.
O texto, no entanto, não detalha questões importantes para normatizar o trabalho em casa, segundo juristas consultados pela Folha.
Uma delas é como será o controle da jornada. A lei fala do uso de meios informatizados, sem especificações.
Para Alvaro Mello, diretor presidente da Sobratt (Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades), cada empresa vai desenvolver um sistema para isso.
No trabalho de Juliana Fava, 30, diretora da agência Box1824, há contato virtual entre chefes e empregados durante a execução de uma tarefa para verificar se pequenas etapas foram cumpridas."'Home office' não quer dizer trabalhar sozinho; podemos fazer reuniões de casa."

A Ticket, empresa de benefícios que adotou o esquema de trabalho a distância, faz controle dos funcionários pelas agendas, que são compartilhadas. Supervisores sabem que tarefas estão no dia dos empregados, por exemplo.
"Fizemos um adendo nos contratos dizendo que a partir de uma data eles trabalhariam de casa, para nos respaldarmos juridicamente", diz Dalva Braga, 46, diretora-adjunta de vendas.
equipamentos
Outro tema não abordado é a infraestrutura na casa do empregado. Na avaliação do advogado Wolnei Tadeu Ferreira, da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), "se o empregado usa equipamento dele, a empresa deve remunerar isso".
Andressa Fernandes, 30, operadora da companhia aérea Gol, utiliza equipamento próprio em casa. Antes de começar em sistema de "home office", ela recebeu visita de supervisores da empresa.
"Vieram aqui para vistoriar o computador, a cadeira, a mesa e o local de trabalho. Deram ok, e já comecei", lembra Fernandes, que diz gostar de trabalhar em casa.
Os funcionários têm um programa instalado no PC e, quando se conectam a essa rede, a jornada passa a ser contabilizada -até as pausas que devem ser feitas por eles aparecem na tela.
O diretor de atendimento ao cliente da Gol, Rogério Nunes, 34, afirma que a empresa negocia com fabricantes de computadores para que os empregados tenham descontos especiais na compra. "A ideia não é subsidiar, mas conseguir vantagens exclusivas [para os funcionários]."
Para Túlio Massoni, doutor em direito do trabalho pela USP (Universidade de São Paulo), o "home office" tem outras desvantagens. "Há o isolamento do trabalhador, que provoca dificuldades para solidariedade sindical, e a mistura do tempo de trabalho com o de lazer, que pode ser estressante."
Fonte: folha online

Galeri- Dali

O Supremo fica bem mais sensato com uma faca imaginária no pescoço-22/12/2011

Às nove e meia da noite de 28 de agosto de 2007, o ministro Ricardo Lewandowski chegou ao restaurante em Brasília ansioso por comentar com alguém de confiança a sessão do Supremo Tribunal Federal que tratara da denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o escândalo do mensalão. Por ampla maioria, os juízes endossaram o parecer do relator Joaquim Barbosa e decidiram processar os 40 acusados de envolvimento na trama. Sem paciência para esperar o jantar, Lewandowski deixou a acompanhante na mesa, foi para o jardim na parte externa, sacou o celular do bolso do terno e, sem perceber que havia uma repórter da Folha por perto, ligou para um certo Marcelo. Como não parou de caminhar enquanto falava, a jornalista não ouviu tudo o que disse durante a conversa de 10 minutos. Mas qualquer das frases que anotou valia manchete.

“A tendência era amaciar para o Dirceu”, revelou de saída o ministro, que atribuiu o recuo dos colegas a pressões geradas pelo noticiário jornalístico. “A imprensa acuou o Supremo”, queixou-se. Mais algumas considerações e o melhor momento do palavrório: “Todo mundo votou com a faca no pescoço”. Todo mundo menos ele: o risco de afrontar a opinião pública não lhe reduziu a disposição de amaciar para José Dirceu, acusado de “chefe da organização criminosa”. Só Lewandowski ─ contrariando o parecer de Joaquim Barbosa, a denúncia do procurador-geral e a catarata de evidências ─ discordou do enquadramento do ex-chefe da Casa Civil por formação de quadrilha. “Não ficou suficientemente comprovada a acusação”, alegou. O mesmo pretexto animou-o a tentar resgatar também José Genoíno. Ninguém divergiu tantas vezes do voto de Joaquim Barbosa: 12. Foi até pouco, gabou-se na conversa com Marcelo: “Tenha certeza disso. Eu estava tinindo nos cascos”.
Ele está tinindo nos cascos desde 16 de março de 2006, quando chegou ao STF 26 dias antes da denúncia do procurador-geral. Primeiro ministro nomeado por Lula depois do mensalão, Lewandowski ainda não aprendera a ajeitar a toga nos ombros sem a ajuda das mãos quando virou doutor no assunto. Para tornar-se candidato a uma toga, bastou-lhe a influência da madrinha Marisa Letícia, que transmitiu ao marido os elogios que a mãe do promissor advogado vivia fazendo ao filho quando eram vizinhas em São Bernardo. Mas só conseguiu a vaga graças às opiniões sobre o mensalão, emitidas em encontros reservados com emissários do Planalto. Ele sempre soube que Lula não queria indicar um grande jurista. Queria um parceiro de confiança, que o ajudasse a manter em liberdade os bandidos de estimação.

Passados mais de quatro anos, Lewandowski é o líder da bancada governista no STF ─ e continua tinindo nos cascos, comprovou a recente entrevista publicada pela Folha. Designado revisor do voto do relator Joaquim Barbosa, aproveitou a amável troca de ideias para comunicar à nação que os mensaleiros não seriam julgados antes de 2013. “Terei que fazer um voto paralelo”, explicou com o ar blasé de quem chupa um Chicabon. “São mais de 130 volumes. São mais de 600 páginas de depoimentos. Tenho que ler volume por volume, porque não posso condenar um cidadão sem ler as provas. Quando eu receber o processo eu vou começar do zero”. Como o relatório de Joaquim Barbosa deveria ficar pronto em março ou abril, como precisaria de seis meses para cumprir a missão, só poderia cloncluir seu voto no fim de 2012. O atraso beneficiaria muitos réus com a prescrição dos crimes, concedeu, mas o que se há de fazer? As leis brasileiras são assim. E assim deve agir um magistrado judicioso.
A conversa fiada foi bruscamente interrompida por Joaquim Barbosa, que estragou o Natal de Lewandowski e piorou o Ano Novo dos mensaleiros com o presente indesejado. Nesta segunda-feira, o ministro entregou ao revisor sem pressa o relatório, concluído no fim de semana, todas as páginas do processo e um lembrete desmoralizante: “Os autos do processo, há mais de quatro anos, estão digitalizados e disponíveis eletronicamente na base de dados do Supremo Tribunal Federal”, lembrou Barboza. Lewandowski, portanto, só vai começar do zero porque quis. De todo modo, o que disse à Folha o obriga a terminar a tarefa no primeiro semestre. Se puder, vai demorar seis meses para formalizar o que já está resolvido há seis anos: vai absolver os chefes da quadrilha por falta de provas.

As sucessivas manobras engendradas para adiar o julgamento confirmam que os pecadores não estão convencidos de que a bancada governista no STF é majoritária. Ficarão menos intranquilos se Cezar Peluso e Ayres Brito, que se aproximam da aposentadoria compulsória, forem substituídos por gente capaz de acreditar que o mensalão não existiu. Para impedir que o STF faça a opção pelo suicídio moral, o Brasil decente deve aprender a lição contida na conversa telefônica de 2007. Já que ficam mais sensatos com a faca no pescoço, os ministros do Supremo devem voltar a sentir a carótida afagada pelo fio da lâmina imaginária.
Augusto Nunes- Colunista da Revista Veja
Fonte: veja.com