LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
Mahrer Arar é um de dezenas de prisioneiros da "Guerra ao Terror", iniciada por George W. Bush após o 11 de Setembro, a serem enviados a prisões em países onde a tortura é permitida.
Arar foi preseo em 26 de setembro de 2002 no aeroporto JFK, em Nova York, ao fazer uma escala na volta das férias. Aos 32, casado, com dois filhos, o engenheiro canadense nascido na Síria seria interrogado por um suposto laço com a Al Qaeda.
Era o início da "Guerra ao Terror". Acorrentado, posto em um avião e levado à Síria, sua rotina nos doze meses seguintes alternariam a solitária e a tortura. Nunca houve acusação formal. Solto após o governo canadense intervir, provou-se inocente.
A prática, vetada em 2005, usou aviões e aeroportos na Europa, com anuência de governos locais, e prisões na Síria, na Tailândia, no Paquistão e em outros países. Ativistas estimam em 150 os suspeitos torturados assim.
Arar nasceu na Síria e migrou aos 17 anos para o Canadá, onde se naturalizou. Segundo o inquérito aberto após sua soltura, nunca teve nenhuma ligação com grupos ou planos terroristas.
A investigação iniciada pelo governo canadense em 2004, um ano depois de sua soltura e de intensa campanha de mídia liderada por sua mulher, culminou com a conclusão de inocência e uma indenização equivalente a R$ 19 milhões pela tortura.
Os EUA também o declararam inocente em 2006, mas refutaram todas as suas tentativas de processo.
Hoje, vive no Canadá e comanda a revista "Prism" (prism-magazine.com).
Para ele, a mídia dos EUA faz cobertura rasa sobre questões de segurança e ajuda a perpetuar o preconceito sobre o islã.
Fonte: folha online
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