Reunido nesta quinta-feira (2) com o seu conselho político, Lula discorreu sobre o aerocaos. Reconheceu que não tinha noção das dimensões do problema. Comparou a chaga aérea a uma “metástase” (foco secundário de um tumor cancerígeno), desconhecida do paciente.
Integram o conselho político os dirigentes dos partidos associados ao consórcio governista no Congresso. Foram esses políticos que contaram aos jornalistas o que ouviram de Lula a portas fechadas. Participaram também do encontro os ministros Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) e Guido Mantega (Fazenda).
O presidente insinuou que ele não era o único a desconhecer a encrenca aérea. Lembrou que, nas cinco eleições presidenciais de que tomou parte, o assunto jamais fora objeto de debate.
Queixou-se, de resto, do excesso de órgãos públicos incumbidos de “gerir” o setor da aviação civil: Ministério da Defesa, Aeronáutica, Infraero, Anac etc. "Cachorro que tem muitos donos morre de fome, e ninguém cuida", teria dito. Daí ter dado "carta branca" a Nelson Jobim, o novo manda-chuva da Defesa.
O fato de Lula afirmar que desconhecia a gravidade da chaga aérea não chega a causar espanto. Não é a primeira vez. A cegueira, no caso dele, é seletiva e recorrente. O que assusta é que, até o dia 16 de julho, véspera da tragédia da TAM, o presidente e seu governo consideravam que o quadro era de normalidade.
A despeito de todas as evidências em contrário, esfregadas na cara de Lula e das demais autoridades públicas durante dez intermináveis meses, Brasília freqüentava o noticiário com a cara sonolenta de Waldir Pires e as faces ineptas dos gestores da Infraero e da Anac.
Assim, só há um vocábulo capaz de definir a pregação de Lula: bobagem. Sem preconceitos. Afinal, a bobagem é algo comum a todas as épocas, culturas e idiomas. Suprimi-la das frases do presidente da República seria o mesmo que impor a ele, que já é cego, uma mudez eterna.
Fonte: blog do josias de souza em 03.08.2007
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