terça-feira, fevereiro 09, 2010

Reinaldo Azevedo

LULA DISSE EM PERNAMBUCO, ANTES DE PASSAR MAL, QUE “ATÉ DAVA VONTADE DE FICAR DOENTE” SÓ PARA SER ATENDIDO POR UNIDADE PÚBLICA DE SAÚDE. ACABOU NO HOSPITAL PORTUGUÊS, QUE É PRIVADO E UM DOS MELHORES DO BRASIL

28/01/2010

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como informam todos os sites noticiosos e não precisa ser repetido em detalhes aqui, já está bem, devidamente monitorado por aquilo que de melhor a medicina pode oferecer no mundo. E nós torcemos para que ele se recupere logo. Ao Lula que ficou doente, eu só desejo saúde e sorte. Ao Lula saudável, como sempre, recomendo que tire os pés do pântano do populismo.

Um dos itens da agenda de Lula, em Recife, ontem, estava ligada à área de saúde: a inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). As pessoas se aglomeravam para ouvir o presidente — chegou a haver desmaios. Na ânsia de demonstrar que é um homem do povo, mandou ver: “Eu tava visitando a UPA, e eu quero dizer que ela tá tão bem-organizada, ela tá tão bem-estruturada QUE DÁ ATÉ VONTADE DE A GENTE FICAR DOENTE PARA SER ATENDIDO AQUI”. Pois é…

Lula passou mal e foi levado ao Hospital Português do Recife, um dos melhores e mais equipados do Brasil. E depois seguiu para São Paulo, onde é cuidado por um equipe de renome internacional. Segue o vídeo. Volto em seguida.

Voltei
Tenho horror ao populismo. Digo com todas as letras: não acho que um presidente da República ou governador do Estado devam se tratar em unidades públicas de emergência, que não podem mesmo contar com todos os recursos que a medicina pode oferecer. Não porque eles “não sejam homens comuns” (como disse Lula a respeito de Sarney), mas porque uma doença grave de um governante ou mesmo a sua morte podem ter repercussão negativa na vida de milhões de pessoas.

Assim, é correto que o mandatário tenha à disposição o que há de melhor no setor. E é uma tarefa sua, indeclinável, fazer o possível para elevar as condições de atendimento na saúde pública — QUE VIVE UM CAOS NO BRASIL. Ponto parágrafo.

É preciso parar de tratar o povo como idiota ou como tutelado. A UPA, se e quando funcionar bem, será um benefício para os pobres. E Lula nunca botará os pés ali como paciente.

“Ah, Reinaldo, ele estava brincando…” É? Sem essa! Nos palanques, Lula divide o país entre “eles” (as elites) e “nós” (o povo). Chama “elite” a seus inimigos, ainda que mais pobres e menos poderosos do que ele próprio; chama “povo” a seus amigos, ainda que sejam alguns potentados da economia — muitos mamando nos subsídios e desonerações fiscais. Ele pode perfeitamente bem inaugurar uma unidade popular de saúde sem o apelo barato de que gostaria de ser atendido ali. Porque ele pertence à categoria dos que jamais serão atendidos ali. Quem recorre a essa linguagem não fala com o povo, mas com a platéia.

Segue íntegra de sua fala
“Eu (não?) quero ser o primeiro paciente dessa UPA aqui. Eu tava visitando a UPA, e eu quero dizer que ela tá tão bem-organizada, ela tá tão bem-estruturada QUE DÁ ATÉ VONTADE DE A GENTE FICAR DOENTE PARA SER ATENDIDO AQUI. Deus queira que nenhum de vocês, pelo menos hoje, precise ser atendido pela UPA, que vai começar a funcionar amanhã. Eu acho que aquela muiezinha que sofreu um desmaio já tá lá na UPA. Então, já começou a funcionar”

Fonte: veja online

Reinaldo Azevedo

LULA E OS GOLPISTAS
01/02/2010
Escrevi no domingo um longo texto, muito bem-recebido por vocês, sobre aquela que considero ser a minha principal tarefa no jornalismo: revelar o revelado, que a névoa do politicamente correto, do alinhamento ideológico e da mistificação tenta ocultar. Generosos, alguns leitores lembraram que também me encarreguei de corrigir uma distorção vazada para todas as línguas neolatinas: o papa Bento 16 afirmara que o divórcio era uma “chaga social”, e se atribuiu ao papa ter dito que era uma “praga social”. A fortíssima imagem cristã da “chaga” foi substituída por um vocábulo que indicaria toda a sua suposta ranhetice reacionária. Afinal, não é?, se o assunto é papa, se o assunto é Igreja Católica, por que não supor logo o pior? Se é para debater aquecimento global, logo indagam quais são as suas credenciais científicas. Se é para falar de religião, qualquer energúmeno serve…

Volto ao ponto. Gosto, sempre que o tempo permite, de ler o que as pessoas realmente dizem. Encontram-se coisas muito reveladoras mesmo nas falas oficiais autorizadas. Vejo agora o esforço dos democratas na Venezuela para tentar impedir o tiranete Hugo Chávez de consolidar no país a ditadura dita bolivariana. Os jovens ocupam as ruas, apanham da polícia, morrem. E estão praticamente sozinhos no continente. Não há solidariedade de ninguém. O governo do Brasil, país mais importante da América do Sul, corre em socorro de Chávez, tentando lhe dar suporte técnico para enfrentar a crise energética. Mais importante do que isso: dá ao Beiçola de Caracas suporte também político. Por que não? Chávez, afinal, é um democrata que censura a imprensa, desce o porrete na oposição, faz manobras militares com a Rússia, financia os terroristas das Farc e tem um programa de “cooperação nuclear” com o Irã — seja lá o que isso signifique. Sem dúvida, merece o apoio de Lula… O continente está de costas para os que pedem democracia na Venezuela. Aqueles vagabundos que se reuniram no fórum deste ano, em Porto Alegre, ignoraram os desmandos de Chávez. A UNE, agora um rico cartório do PC do B, não quer saber da luta de seus colegas venezuelanos. Esquerdista que está na folha de pagamento perde o ímpeto contestador.


Isso tem história. Um dos discursos mais indecorosos de Lula foi pronunciado em janeiro do ano passado, no Fórum Social Mundial, que ocorreu em Belém, no Pará. Estavam presentes à solenidades, além de Chávez, os presidentes Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador) e Fernando Lugo (Paraguai). Leiam um trecho do que disse o brasileiro (em vermelho).

O que nós conquistamos nesses últimos anos foi, na verdade, resultado da morte de muita gente que, muito jovem, resolveu pegar em armas para derrubar os regimes autoritários, no Chile, na Argentina, no Uruguai, no Brasil e em quase todos os países. Morreram, e nós estamos fazendo parte daquilo que eles sonhavam fazer. E conquistamos esse direito pelas vias democráticas. Cada um de nós disputou uma eleição. Eu perdi quatro para chegar a ser presidente. Chávez, enquanto coronel do Exército venezuelano, tentou encurtar a forma de chegar ao poder. Juntou um grupo de amigos e tentou chegar ao poder. Não conseguiu, foi derrotado, foi preso e, pouco tempo depois, em 1998 e 2000, Chávez virou presidente da República.
O mundo mudou tanto que a gente pode dizer que era impossível imaginar que um bispo da igreja católica pudesse derrotar a dinastia de 60 anos dos partidos conservadores do Paraguai. Era quase impossível pensar que um jovem economista pudesse chegar à República do Equador como presidente, porque há pouco tempo, a cada 9 meses, trocava um presidente no Equador. Era impossível pensar que um índio, com a cara de índio, com o jeito de índio, chegasse à Presidência da Bolívia. Aqui, no Brasil, era impossível imaginar que um torneiro mecânico pudesse chegar à Presidência da República.

Comento
Lula exagera de tal modo os próprios feitos que, se preciso, magnífica até as derrotas para produzir mistificação comas vitórias. Ele não perdeu “quatro” eleições presidenciais, mas três (1989, 1994 e 1998). A quarta e quinta que disputou, em 2002 e 2006, ele as venceu. Mas isso é só um gracejo lateral.

Prestem atenção ao que vai em destaque. Observem que, segundo Lula, Chávez não tentou dar um golpe — que foi o que ele fez, como todo mundo sabe: juntou-se a alguns militares aloprados e tentou tomar o palácio. Não! Ele só tentou “encurtar a forma de chegar ao poder”. Os gorilas que estavam com ele eram um “grupo de amigos”. Vejam que o golpista é incluído no grupo dos “oprimidos” que finalmente chegaram ao poder. Observem que a democracia, para Lula, não decorreu, afinal, dos esforços dos… democratas. Não! Ela é uma conquista daqueles mártires que, sabidamente, queriam implantar o socialismo no continente. Ele e aqueles a quem se dirige seriam os seus herdeiros.

Em certo sentido, ele tem razão: nem tanto porque querem implantar o socialismo — o que chega mais perto disso é Chávez, e já começou a trajetória rumo à tragédia —, mas porque têm o mesmo desprezo solene pela democracia que tinham aqueles “heróis”. Isso inclui Lula, sim, senhores! Ele só não avança mais na agenda autoritária porque não pode, não porque não queira. As sucessivas tentativas de seu governo e de seus áulicos de censurar a imprensa deixam isso muito claro. É que o Brasil avançou nessa questão muito mais do que o PT gostaria. Mas o risco é permanente.

Esse todos que ele cita como exemplos virtuosos, de superação, estão, neste momento, tomando medidas CONTRA a democracia, não a favor dela. O mais ostensivo e virulento, como é óbvio, é Chávez. Lula, tido como o principal líder da América Latina, o “estadista global” de Davos, exalta, ainda que de modo maroto, até o “Chávez golpista armado”. Por que não daria apoio ao “Chávez golpista das urnas”?

Intelectuais latino-americanos, mesmo alguns de extração conservadora, gostam de ver uma contradição essencial entre Lula e Chávez que simplesmente inexiste. Digamos que cada um deles ultrapassa o limite de seus respectivos países. Chávez se elegeu numa Venezuela que havia chegado ao grau zero da legalidade. Em vez de restaurá-la, ele optou pela ditadura. Lula herdou um país organizado, o que não quer dizer que se conformou. Chávez manda fechar o que lhe dá na telha; Lula manda o TCU plantar batatas e, na prática, faz troça do TSE. Eles comungam de uma mesma crença: a democracia atrapalha. Ela serve para chegar ao poder e, então, realizar o que aqueles outros pretendiam fazer por meio das armas: uma não-democracia.

Esses caras são indecorosos não só por tudo o que escondem, mas também por tudo o que exibem. E eu revelo a verdade revelada.

PS - Ah, sim: o governo brasileiro não suporta mesmo é eleição limpa em Honduras. Isso ofende Lula, Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia. Eles exigem “provas” de que o novo governo é democrático…

Fonte: veja online

Reinaldo Azevedo

LULA E AMORIM PÕEM O BRASIL DE BRAÇOS DADOS COM GOVERNO TERRORISTA


O Irã anunciou que começa hoje um processo de enriquecimento de urânio a 20% — era de apenas 3,5%. Em outubro, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) propôs que o material fosse enviado para ser tratado no exterior, o que, em tese ao menos, facilitaria o controle e criaria empecilhos para o seu uso com fins militares. Há poucos dias, o governo deu sinais de que poderia aceitar a proposta. Ontem, o presidente Mahamoud Ahmadinejad surpreendeu o mundo e a AIEA com o anúncio — só não sei se surpreendeu Celso Amorim. Talvez não.

Eis o Irã; eis a sua política. Desde que tiveram início as pressões contra o programa nuclear secreto, ele só avançou. O mundo que conta reagiu de modo muito duro. Até a Rússia, que costuma se opor a propostas de sanções e que defende o desenvolvimento do tal programa nuclear para fins pacíficos, deu sinais de impaciência e recomendou ao país que aceite a proposta da AIEA. Só uma voz se vez ouvir pelo quase silêncio: a do Brasil; mais propriamente, a de Amorim. ATENÇÃO: ESTA FOI EXATAMENTE A FALA DE LULA QUANDO AHMADINEJAD ESTEVE NO BRASIL! Sem tirar nem pôr.

Estados Unidos e França continuam a falar, sim, em negociação, mas agora já acreditam que negociar compreende aplicar sanções. A União Européia e a ONU também protestaram. Não! O Brasil não protestou. Na prática, Amorim saiu em defesa do Irã e disse apostar nas negociações. A proximidade do Brasil com um governo que financia o terrorismo e que desenvolve um programa nuclear secreto é tal que até os mesmos argumentos podem ser encontrados na boca dos barbudos daqui e de lá. Mohsen Shaterzadeh Yazdi, embaixador do Irã em Brasília, afirmou: “Ao contrário de outros países, que reagiram contra o anúncio do presidente Ahmadinejad, o Brasil não pensa em colonizar outro país (…). Os países que reagiram têm forte armamento nuclear. Se falam a verdade sobre o Irã, que destruam primeiro os seus arsenais antes de dar conselhos aos outros.”

E isso implica, por dedução absolutamente lógica, que o Irã quer mesmo as armas nucleares: ora, se os países que reagem negativamente são hipócritas porque criticam o Irã tendo seus próprios arsenais, há que se ficar com um de dois corolários possíveis:
1 – os que detêm arsenais devem destruí-los, e isso os igualaria ao Irã;
2 – se aqueles não destroem, o Irã faz o seu, e isso o igualaria aos demais países.

Reitero: a boçalidade dita por Yazdi é originalmente de Lula. E isso é nada menos do que a defesa, na prática, de o Irã desenvolver armas nucleares. Aí perguntam os “simplórios”: mas não pode? NÃO! NÃO PODE!!! Os iranianos não disfarçam que um de seus objetivos é destruir Israel. Os iranianos financiam hoje o terrorismo em pelo menos três países — Israel, Líbano e Iraque. Os iranianos vieram praticar atos terroristas aqui do lado, na Argentina. E estão brincando com fogo também. Porque não duvidem: antes que o país tenha, sabe-se lá em que prazo, condições de fazer a bomba, Israel se encarregará de mandar pelos ares suas instalações nucleares — E ESTE NÃO É SÓ UM DIREITO QUE ISRAEL TEM: É UM DEVER!!! E o mundo pode conhecer, então, o inferno.

Enganam-se aqueles que pensam que o governo israelense, seja ele de que inclinação for, precisa da concordância dos EUA para isso. Se chegar à conclusão de que está ameaçado, agirá com ou sem concordância. Se a aplicação de sanções depende da Rússia e da China, o ataque militar só depende de Israel achar que PIOR SERIA NÃO AGIR. E agirá. E o mundo estará diante de uma crise de proporções inimagináveis.

Irresponsáveis
Esse risco, que é real — ou melhor: dada a premissa de que o Irã um dia pode chegar à bomba, a reação preventiva de Israel é certa como a luz do dia —, só dá conta da irresponsabilidade dos atuais governantes do Brasil. Foi o único país de algum peso no mundo que, na prática, alinhou-se com o Irã.

Eu ainda me lembro de 2004. Site e revista Primeira Leitura praticamente isolados a apontar os destrambelhamentos de Celso Amorim, e o Ministério das Relações Exteriores foi eleito, numa votação de jornalistas, o melhor do governo Lula! Os meus leitores mais antigos se lembram disso. Nem mesmo tiveram, vá lá, a delicadeza de eleger a Fazenda, de Antônio Palocci, que, afinal, resistira à pressão da ala heavy metal do PT que queria “dar cavalode-pau na economia”. Começava ali o superfaturamento de uma das maiores fraudes deste sete anos de governo Lula: a competência de Amorim. Este senhor alinhou o Brasil com tudo o que não presta no mundo. Leiam os artigos QUASE TODAS AS DERROTAS E BOBAGENS DE CELSO AMORIM e AMORIM E SEUS ALOPRADOS PRECISAM DE CAMISA-DE-FORÇA ,de 22 de setembro e 26 de novembro de 2009, respectivamente.

Além de uma política doidivanas, este senhor é estupidamente incompetente, como os textos deixam claro. Sua rotina é conseguir resultados contrários àqueles pretendidos. O prestígio do Brasil no mundo não deriva de sua ação. Ao contrário. Dou um exemplo: a Economist, sempre tão simpática e generosa com o Brasil, já perguntou “de que lado” está o país - das ditaduras ou das democracias? -, apontando a sua política externa caduca, em contraste com o avanço em outras áreas no cenário externo, notadamente o econômico.

E Ahmadinejad, evidentemente, é apenas uma das apostas temerárias de Amorim. Ontem, postei aqui o vídeo em que Hugo Chávez declara seu “voto” em Dilma, chama Lula de aliado e afirma que o brasileiro tem seu próprio ritmo - deixando claro que ele próprio, Chávez, acha um pouco lento. Mas o ditador não tem dúvida de que o petista está no rumo certo - o da escória internacional.

Se motivo de indignação nos faltasse, vejam o papel patético do Brasil - de Amorim e do, a esta altura, já inimputável Marco Aurélio Garcia - na crise hondurenha. QUE FIQUE CLARO: O BRASIL FOI UM DOS PROMOTORES DE UMA TENTATIVA DE INSTALAR A GUERRA CIVIL NAQUELE PEQUENO PAÍS! NADA MENOS DO QUE ISSO! Não contente em chamar golpe o que golpe não era - até aí, poderia se escudar na tolice dos outros -, tentou sabotar o processo eleitoral, reconhecido por centenas de observadores como limpo. Hoje, não reconhece um governo eleito democraticamente, que governa segundo uma Constituição também democrática. No caso do Irã, já disse, fez o contrário: Lula endossou eleições que até os aiatolás reconheceram fraudulentas, chamou os protestos da oposição de “reação de torcida que perdeu o jogo”, recebeu Ahmadinejad, defendeu seu programa nuclear e soltou aquela bobagem sobre o resto do mundo destruir seus arsenais.

Ah, sim. Um petralha logo indagaria, achando-se muito sagaz: “Se Israel pode ter a bomba, por que não o Irã?” Bem, em primeiro lugar, porque Israel não promete varrer ninguém do mapa e, se não a tivesse, talvez ele próprio já tivesse sido varrido, como quer Ahmadinejad. Há uma grande diferença entre ter uma arma para atacar e ter uma arma para dissuadir. EU NÃO ESPERO QUE PETRALHAS ENTENDAM ISSO PORQUE OS NOSSOS VALORES SÃO MESMO DIFERENTES. OS MEUS SÃO OS DA DEMOCRACIA OCIDENTAL. Os deles são o que restou do lixo internacionalista do comunismo, agora submetido à vigarice negocista. Se preciso, eu posso até lhes fazer poesia: as armas nucleares americanas são quase como anjos da liberdade, entendem? Já as da China, por exemplo, tem o cheiro do demônio da opressão. SIM, EU TENHO LADO. ACONTECE QUE A CANALHA TAMBÉM TEM.

Quando penso que, na crise hondurenha, boa parte da nossa imprensa comeu pela mão de Celso Amorim e do Itaramaraty, chamando de golpe a resistência democrática hondurenha e de restauração da democracia a possibilidade de volta de um golpista, eu me dou conta do estágio a que chegamos.

A delinqüência intelectual e política do Itamaraty, que põe o Brasil no apoio isolado ao Irã, só chegou tão longe porque, ainda hoje, Celso Amorim conta com verdadeiros ghost-writers em ao menos dois jornais. Essa gente se ajoelha diante deste Colosso de Rhodes da diplomacia. De joelhos para Amorim!!! Não sei se fui sutil demais ao tentar lhes passar o que isso quer dizer em termos de estatura.

Eis aí o outrora considerado “melhor ministro de Lula”. Conseguiu nos fazer o único parceiro mais ou menos relevante de um governo terrorista - ao lado de potentados como Hugo Chávez e Fidel Castro, é claro. E só para registro: no dia 4 deste mês, o Irã citou o Brasil como um dos países que poderiam receber seu urânio para enriquecimento. Amorim se fez de surpreso. No dia seguinte, ele já dizia que não “tinha nenhum preconceito” em relação a isso.

Por quê?
Amorim e Lula puseram o Brasil de braços dados com um governo terrorista que insiste em manter um programa nuclear secreto e que já plantou uma base de operação na Venezuela. Por quê? Para mim, este é um dos maiores mistérios da República.

Para começo de conversa, essa proximidade com o Irã mais afasta o Brasil de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU do que aproxima. E, para tentar conseguir essa cadeira, Amorim cometeu uma série de outros desatinos. Isso significa que a relação estúpida estabelecida com o Irã não se coaduna com a estupidez do conjunto. Essa intimidade, ademais, enfraquece um tanto as relações do país com a comunidade árabe, que não vê, por razões óbvias, com bons olhos os xiitas do novo “Império Persa”. Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, pediu a Lula que intercedesse junto a Ahmadinjad para que pare de financiar os terroristas do Hamas. O Brasil também desafia a União Européia, que, nesse particular, não tem divergências com os EUA porque mais suscetível ao terrorismo financiado pelo Irã.

Não sei o que justifica essa escolha. De uma coisa estou certo: não pode ser coisa limpa. Porque não pode haver limpeza onde há terror.

Fonte:Veja.online